Um terço da Líbia nas mãos dos rebeldes

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Comitês populares controlam os serviços públicos em Tobruk e Benghazi, a Leste. Gabinete de Gaddafi sofre novas defecções, mas ditador fala em bombardear cidades libertadas

Por Juan Cole, no Informed Comment | Tradução: Coletivo Vila Vudu

Quem examinasse hoje cedo a fronteira leste da Líbia, fronteira com o Egito, andando em direção ao oeste, veria que o país está dividido em dois, com o leste já praticamente controlado pelos dissidentes, e o oeste ainda controlado pelas forças de segurança de Qaddafi. A fronteira com o Egito está com o movimento da juventude. O governo egípcio está mantendo aberta a fronteira na vila beduína de Sallum (14 mil habitantes), para que suprimentos e remédios entrem em direção às cidades do leste. A polícia egípcia apóia e dá suporte aos revoltosos.

A Tobruk, de 300 mil habitantes, é controlada pelos rebeldes. Os militares ali uniram-se a eles e estão controlando o trânsito e mantendo a ordem na cidade, governada por uma liderança cívica. Tobruk é, também, o principal ponto de parada a leste, para quem viaja para a fronteira do Egito.

A rede Al-Jazeera em árabe está mostrando cenas dos militares líbios no comando do distrito de al-Jabal al-Akhdar que declaram apoio ao movimento de protesto. Outras agências em árabe confirmam essas notícias e dão detalhes, no site Alwat On Line.

Essas notícias significam que a capital do distrito, al-Bayda, também esteja já controlada pelo Movimento da Juventude? Na 3ª-feria, agências noticiavam que al-Bayda (200 mil habitantes) ainda estava sob controle de militares leais a Qaddafi, mas que havia combates entre os manifestantes e mercenários estrangeiros a serviço do ditador. Testemunha ocular contou que os mercenários cometeram um massacre em al-Bayda, onde houve 26 mortos. [ATUALIZAÇÃO: Ao meio dia da 4ª-feira, a Aljazeera em árabe noticiou que al-Bayda e Dirna já estavam controladas por militares contra Qaddafi e que todo o leste do país está rebelado.]

Benghazi, a oeste de al-Bayda tem população de cerca de 700 mil habitantes, e há dias está sendo controlada pelos manifestantes. Repórteres ocidentais começam a alcançar a cidade. O primeiro foi Ben Wedeman da CNN, cujo relato está aqui. (em ).

Richard Engel da NBC informa que, no caminho do Egito para Benghazi, não viu sinais de tropas leais a Gaddafi – e que os militares em Benghazi já se aliaram aos rebeldes. Informa que os rebeldes estimam já controlar 30% do país. Engel falou ao vivo de Benghazi, na 3ª-feira à noite (aqui).

No governo central, o colapso continua no gabinete de Gaddafi: o ministro da Justiça já renunciara no primeiro dia. Agora, renunciou o ministro do Interior Abdul Fattah Younis al Abidi, que falou de Benghazi e lamentou informar que o ditador lhe dissera que tinha planos de usar os jatos da Força Aérea contra civis em Benghazi. Horas depois, surgiram boatos de que al Abidi teria sido seqüestrado por mercenários em Benghazi.

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