Legislativo paulista agora tem frente parlamentar em defesa das ferrovias

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Deputados estaduais debaterão com poder público e sociedade civil a situação das estradas de ferro paulistas e as perspectivas para sua reativação

Nesta quarta-feira (23), a Assembleia Legislativa de São Paulo foi palco do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Malha Ferroviária Paulista. De acordo com nota divulgada pelo blogue São Paulo Trem Jeito, o grupo terá como objetivo estimular o debate entre deputados estaduais, representantes do poder público, prefeitos, entidades sindicais e a sociedade civil sobre a situação atual das estradas de ferro no Estado e as perspectivas para a retomada do seu crescimento.

“Daí surgirão propostas, informações e sugestões que serão analisadas pela Frente, e que, depois de consolidadas, vão se transformar em documento a ser enviado às autoridades competentes”, diz o Sindicato dos Ferroviários da Sorocabana. “A malha ferroviária brasileira tem hoje por volta de 28 mil quilômetros de extensão. Porém, a própria agência nacional que regula o setor acredita que somente 10 mil quilômetros são competitivos — os 18 mil restantes são subutilizados ou nem sequer são utilizados.”

Outro problema apontado pelos representantes dos trabalhadores do setor é que 90% dos trilhos tem mais de 100 anos de existência. “Outros dados nos dizem que 90% do transporte de carga no Estado de São Paulo se concentra nas rodovias e a projeção do governo paulista é que esse índice caia para 67% até 2025. Para isso, outros modais, como o transporte ferroviário, precisam ser incorporados para diminuir essa discrepância.”

A Frente está sendo coordenada pelo deputado estadual Mauro Bragato, e é composta pelos parlamentares: Analice Fernandes, André do Prado, Antonio Salim Curiati, Carlão Pignatari, Cauê Macris, Celso Giglio, Edson Ferrarini, Enio Tatto, Fernando Capez, Geraldo Vinholi, Hamilton Pereira, João Caramez, Maria Lucia Amary, Pedro Tobias, Roberto Massafera, Roque Barbieri, Simão Pedro e Vitor Sapienza. —@tadeubreda

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6 comentários para "Legislativo paulista agora tem frente parlamentar em defesa das ferrovias"

  1. Arthur Araujo disse:

    Vários anos atrás participei de uma campanha pela manutenção do chamado “trem do Pantanal”, que cruzava a região noroeste do Estado de São Paulo. Infelizmente, os trens de passageiros foram desativados, como ocorreu de resto em toda a malha ferroviária paulista em termos de transporte de passageiros, bem como em todo o Brasil.
    Esperemos que essa iniciativa em favor do transporte ferroviário seja realmente voltada aos interesses da população e, sendo aasim, que tenha sucesso e sirva de exemplo a nivel nacional.

  2. Parabéns pela iniciativa do legislativo paulista de debater essa questão. Tenho 28 anos, e lembro-me com saudade das duas vezes que saindo da estação Barra Funda, viajei de trem até Botucatu. Depois disso, houve a desativação da linha.
    São Paulo precisa retomar as viagens realizadas de trem. São mais charmosas, econômicas, seguras e o meio ambiente agradece. Quantos carros e ônibus um trem não tira das rodovias? Evitam, assim, aumentar o aquecimento global com a queima de combustíveis fósseis e reduz os acidentes nas rodovias.
    Cabe a nós, sociedade civil, pressionarmos os deputados que estarão nessa frente de defesa do transporte ferroviário. Já estou me mobilizando.

  3. Verdade, Arnaldo. Desta vez, entretanto, todos os ventos sopram a favor. Duro foi na época de O Brasil TREM Jeito, em pleno período de privatização da Malha Ferroviária Paulista. Grato pela força.

  4. Arnaldo Azevedo Marques disse:

    Será uma tarefa gloriosa a campanha no sentido de reativar as ferrovias paulistas. São
    Paulo trem jeito. Não é mais possível os caminhões devorarem vidas pelas nossas estradas. É necessário diminuir o transporte rodoviário e estabelecer uma alternativa logística nessa área. Mas é também uma campanha que vai enfrentar gigantesca oposição da indústria automotiva produtora de caminhões e ônibus. Boa sorte é o que eu desejo nesta verdadeira guerra.

  5. Bem, Levy: o retorno à era dourada da malha ferroviária paulista depende em boa medida de nós, motivo do sindicato dos ferroviários da sorocabana estar apostando nessa frente parlamentar. O que não podemos é imaginar que tudo que descreveu (e bem descreveu) ficou no passado. Não podemos nos contentar com toalhas de plástico substituindo as de linho, e com nada que seja menos do que talhares de prata.

  6. Levy disse:

    Parafraseando ocancioneiro popular… “Faz-me rir!”
    Lembro com saudades da velha EFA (Estrada de Ferro Araraquarense) e a PAULISTA, quando, vindo do interior para SPaulo, ainda criança, com meu pai, baldeávamo em Jundiaí (sem descer do leito) e tínhamos o raro prazer de tomar o café da manhã em excelente restaurante (toalhas de linho, talheres acredito que de prata, arandelas de opalina), com requintes de 5 estrelas, tudo culminando na maravilhosa Estação da Luz, os carregadores, com as chapinhas no boné (“preste atenção no número, meu filho”, nunca me esquecerei).
    Veio o lema e lobbies “Sem caminhão o Brasil para!”, o total abandono da rede ferroviária, já então federal (RFF), isso ao ponto de, já nos extertores, ter havido inusitada modernização (carro restaurante no estilo europeu, sala de estar com vídeo, bar com balcão), sem qualquer divulgação pública, que só veio a ocorrer uma ou duas semanas antes de sua efetiva desativação, juntamente, aliás, com o transporte de passageiros em geral.´
    Com todo respeito, “há algo mais no ar que os aviões de carreira.”, quer parecer ensanchas para indevidos locupletamentos e, ao final, novo ostracismo para nossa rede ferroviária.
    Que país é este?

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