Em parte da elite, saudades de 1964

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Depois de José Serra, é a vez do Instituto Millenium bater às portas do Clube Militar

Na próxima quinta-feira, parte das elites brasileiras dará um passo revelador. O Instituto Millenium, que reúne em seu Conselho de Governança e seminários os grandes empresários da mídia, irá se associar ao Clube Militar do Rio de Janeiro. Juntos, promoverão o painel “A democracia ameaçada: restrições à liberdade de expressão”. Serão palestrantes o diretor de Assuntos Legais da Abert (a associação das emissoras de TV) e os jornalistas fortemente identificados com a recente aproximação entre José Serra e a direita: Reinaldo Azevedo (“Veja”) e Merval Pereira (“O Globo”).

A vinculação do Clube com as ditaduras não pertence apenas à História. Ainda em 31 março de 2009, a entidade promoveu, em sua sede no Rio de Janeiro, uma festa em homenagem aos 45 anos do golpe de 1964 — chamado pelos promotores de “revolução democrática”. Mas o esforço de setores conservadores para espalhar de novo, entre os militares, os fantasmas da “esquerdização do país”, não começou com o Instituto Millenium. Em 31 de agosto, ao proferir palestra no Clube da Aeronáutica, José Serra comparou o governo de Lula ao de João Goulart — o presidente deposto pelo golpe –, sugerindo que ambos empenharam-se em implantar uma “república sindicalista”. São comuns, no site do Clube Militar, artigos de oficiais da Reserva que sugerem o mesmo.

M A I S

> Convite para o painel que une donos da mídia aos militares saudosistas (exige-se traje “esporte fino”)

> Palestra de José Serra ao Clube da Aeronáutica

> Artigo de Gilberto Maringoni (1, 2 em Carta Maior) sobre o seminário que lançou o Instituto Millenium em São Paulo.

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