Revolução educacional: agora em plataformas na internet

“Iscola” e “EmTurma” reúnem professores e alunos que querem compartilhar saberes sem formalismo das escolas, currículos obrigatórios e provas

Por Vagner de Alencar, no Porvir

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“Iscola” e “EmTurma” colocam em contato professores e alunos que querem compartilhar saberes sem formalismo das escolas, currículos obrigatórios e provas
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Por Vagner de Alencar, no Porvir

De um lado, alguém com um talento a fim de compartilhá-lo; do outro, uma pessoa interessada em aprender. Essa é a linha que tece o surgimento de plataformas de ensino colaborativo – conhecidas também como de crowdlearning – que têm o propósito de servir como ponte para conectar professores e alunos. Por aqui, já mostramos algumas dessas iniciativas, como o Nós.vc e o Cinese.me, que propõe financiamento coletivo de aulas. A lista vem engrossando com a chegada de novos ambientes on-line, como o EmTurma, criado por jovens de São Paulo, e a Iscola.cc, plataforma 100% livre, lançada no último mês pela Perestroika, escola de atividades criativas, em parceria com a empresa de comunicação W3Haus.

“Acreditamos que a Iscola é o sistema de crowdlearning mais descentralizado que existe por ser 100% aberto e livre, sem nenhum custo. Quando decidimos criá-la até questionamos qual seria sua monetização. Descobrimos que não há. Talvez possa existir em algum momento. Ou não. Só dissemos ‘Vamos botar o pé’. E ela está aí”, afirma Thiago Matos cofundador da Iscola e também sociofundador da Perestroika.

De acordo com ele, a plataforma, que já vinha sendo estruturada há um ano, mas ainda de modo offline, surgiu como uma maneira de caminhar na dianteira da busca por novos modelos educativos. “Sabemos da importância que as disciplinas do currículo têm. Mas por que não ensinar e aprender outras coisas, que sejam diferentes, que estimulem à criatividade? Queremos estimular que as pessoas compartilhem seu talento. E da maneira mais informal”, diz Matos que afirma ter se inspirado em iniciativas de aprendizado coletivo fora do país, como a startup School of Everyting (Escola do Tudo em tradução livre), criada em 2006 nos Estados Unidos. “Fiquei fascinado quando vi que podia ser criado um espaço onde as pessoas poderiam se reunir para compartilhar suas habilidades, seja ensinar história da arte a alguém ou até mesmo outras coisas, como abrir uma garrafa com o olho”, conta.

“Somos uma plataforma totalmente 1:1 (um para um), ou seja, não é preciso formar uma turma com um número mínimo de participantes ou alcançar um determinado valor”

Considerado um ambiente para aproximar pessoas, a plataforma parte dos conceitos: inspiração, inovação e informalidade, que justificam seu nome escrito com a vogal “i” em vez de “e”. Para Matos, um dos objetivos da iniciativa é também ajudar a reunir, de maneira informal, assuntos que talvez não fizesse sentido ensinar tradicionalmente, mas que podem ser de interesse do público.

O usuário que acessa a Iscola e se interessa por um curso. O site envia um e-mail automaticamente ao professor. “Daí então tudo fica a cargo dos deles, que combinarão se aulas serão pagas, quando e como procederão”, diz Matos. “Somos uma plataforma totalmente 1:1 (um para um), ou seja, não é preciso formar uma turma com um número mínimo de participantes ou alcançar um determinado valor”.

Ao todo são mais de vinte áreas diferentes, como economia, literatura, conteúdos de escola, idiomas e até coisas estranhas. Os cursos são os mais variados possíveis, que ensinam desde como fazer sushi, tocar guitarra, falar italiano, abrir uma cerveja com o olho, aprender passos de tango, entre outros assuntos. “Esses cursos não-tradicionais podem ajudar a desenvolver a criatividade das pessoas, a ensinar e aprender coisas que não elas não costumam ver em sala de aula. É o que Ken Robinson diz em seus livros e palestras: que a escola não estimula os alunos a serem criativos. Pensemos então em novos modelos”, assegura.

Assista ao vídeo que explica como funciona o uso da Iscola:

EmTurma 

Assim como a Iscola, outra plataforma brasileira lançada há menos de um ano é o EmTurma, que também faz a intermediação entre professores e alunos. Qualquer interessado pode propor um curso ou então oferecer aulas particulares. Não há custo para divulgar os cursos na plataforma. No entanto, caso o professor alcance um número mínimo de alunos, 15% do valor das matrículas fica para a plataforma.

Os cursos podem ser de qualquer tipo: uma aula de filosofia, uma redação, dança e tricô, até como preparar um drink. Os valores são definidos pelos professores, assim como o local onde serão realizados. Na plataforma, é possível procurar tantos cursos específicos, por meio do sistema tradicional de busca, quanto filtrá-los por estado e até mesmo cidade. Também existem categorias próprias para achar um professor, palestra ou oficina.

Veja o vídeo de apresentação do EmTurma:

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