As novas mobilizações dos sindicatos

Elza Fiuza/ABrCom apoio do MST, CUT e outras centrais inciam campanha pelas 40 horas e dizem que governo será pressionado também por seus aliados tradicionais

No Sul 21

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Passados os seis primeiros meses do governo Dilma Rousseff, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos sociais como o MST realizam nesta quarta-feira (6) a primeira mobilização nacional mais forte para pressionar por mudanças nas políticas econômicas e sociais. Vendo o “outro lado” obter conquistas no governo, os trabalhadores tentam reunir forças para colocar sua pauta na agenda do governo federal.

As manifestações ocorrem em todo o Brasil. Em Porto Alegre, a concentração acontece no Parque Harmonia a partir das 9h30. De lá, os trabalhadores farão protesto junto à Secretaria Estadual da Fazenda e ao Ministério do Trabalho, no centro da cidade. Eles também encontrarão os servidores do judiciário federal, que estão em greve e realizam protestos no mesmo dia.

Segundo o secretário de comunicação da CUT-RS, Paulo Farias, trata-se de um “princípio de mobilização” cuja expectativa é de que se fortaleça até o final do ano, para quando está sendo planejada uma manifestação em Brasília. Para o sindicalista, o objetivo é pressionar o governo em torno de uma agenda dos trabalhadores.

“O governo é de coalizão. O outro lado, a direita, está se mobilizando. Nós precisamos fazer nosso papel, ir para a rua e pressionar o governo”, diz Farias, em entrevista ao Sul21.

A mobilização tem três eixos principais: trabalho e sindicalismo, alimentação e educação. Ganhos reais para os trabalhadores nas campanhas salariais do segundo semestre, redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário, reforma política e Plano Nacional de Educação estão entre as pautas de reivindicação.

Em coletiva de imprensa nesta terça, em São Paulo, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique (foto), disse aos jornalistas que se acostumassem com mobilizações de trabalhadores daqui para frente. A avaliação é de que o bom momento da economia propicia a organização dos trabalhadores pela divisão dos ganhos com o setor empresarial. “Não dá para prever quantos milhões de trabalhadores vão participar, mas certamente será um número significativo”, declarou, sobre a mobilização desta quarta.

Henrique e o coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile, estarão no Pará para protestar contra os assassinatos de lideranças sociais ocorridos nas últimas semanas. “Ao mesmo tempo em que vamos denunciar estas atrocidades, vamos exigir a federalização das investigações destes assassinatos, denunciar a criminalização dos movimentos sociais e lutar pela reforma agrária”, destacou Artur.

Outra ponto da mobilização protestará contra a privatização dos aeroportos, proposta em andamento no governo federal. “A perda do controle estratégico e público do setor aeroportuário abre caminho para um monopólio privado que significará o fim dos aeroportos não lucrativos localizados nos pontos mais distantes do país”, afirma o presidente Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke. As manifestações podem afetar o funcionamento dos aeroportos nesta quarta.

 

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