Le Monde Diplomatique francês livra-se do déficit

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Receita do jornal: apelar à mobilização dos leitores e lembrar que informação não é mercadoria

Num comentário assinado pelo diretor Serge Hamili, e intitulado Notre Combat, a edição francesa do Le Monde Diplomatique acaba de anunciar que alcançou sucesso, em sua campanha para arrecadar recursos entre os leitores e interromper uma série de anos no vermelho.

Lançada há um ano, a campanha afirmou explicitamente que o jornal esperava, dos leitores, um envolvimento ativo na preservação da publicação. Incentivou-os a evitar que a crise da velha mídia atingisse também o Diplô. O resultado foi expressivo. Após doze meses, as vendas subiram. Ainda que pouco, o resultado (+0,4%) contrasta com a queda generalizada das tiragens dos jornais impressos, em todo o mundo. Além disso, doações diretas dos leitores permitiram arrecadas 164.321 euros.

Além de assegurar um ano sem prejuízos, a mobilização ajudou a manter as edições internacionais do Le Monde Diplomatique e a financiar reportagens especiais e a digitalização de todas as edições do jornal, desde 1954. Por fim, o artigo de Halimi saúda o fato de ter se distanciado da crise em que mergulhou seu quase homônimo, o diário francês Le Monde. No último ano, Le Monde tornou-se um acionista minoritário do Diplô — uma publicação onde a própria redação elege o diretor e que tem a maior parte das ações nas mãos de uma associação de leitores.

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