Ministério Público SP: o conservadorismo fabricado

Pesquisa inédita analisa como as estruturas da instituição premiam a mentalidade conservadora, estimulam o governismo e inibem o pensamento dissonante

Por Daniel Mello, Eliane Gonçalves, na Pública

Março de 2008: o MP-SP concede o Colar do Mérito Institucional a José Maria Marin -- ex-integralista, ex-deputado ligado à repressão politica, hoje preso nos EUA, acusado de corromper o mundo do futebol

Março de 2008: o MP-SP concede o Colar do Mérito Institucional a José Maria Marin — ex-integralista, ex-deputado ligado à repressão politica, hoje preso nos EUA, acusado de corromper o mundo do futebol

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Pesquisa inédita analisa como as estruturas da instituição premiam a mentalidade conservadora, estimulam o governismo e inibem o pensamento dissonante

Por Daniel Mello e Eliane Gonçalves, na Pública

Uma pesquisa inédita da organização Conectas chama atenção para a aproximação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) com a política. E, pelo que indicam os depoimentos colhidos dentro e fora do órgão, essas relações acabam por influenciar as decisões da promotoria. A pesquisa “Independência e Autonomia no Judiciário e Ministério Público de São Paulo” é resultado de entrevistas em profundidade com 37 membros do Poder Judiciário paulista, 15 deles do Ministério Público (MP), tomadas sob condição de anonimato.

Os Grupos de Atuação Especial, como o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e o Gaema (de Defesa do Meio Ambiente) são, segundo a pesquisa, um exemplo de como a política tem influência no trabalho do MP. “Seus integrantes passam a receber uma remuneração maior, além de um apoio financeiro para a sua atuação”, diz o documento. “Como esses grupos respondem diretamente ao procurador-geral, por meio de seus indicados aos cargos, haveria um potencial controle maior de seus procedimentos e investigações, e que isso pode em alguns casos responder a interesses relacionados, por exemplo, ao governo do estado”, diz o estudo.

O medo da Corregedoria

A pesquisa da Conectas revela ainda como processos sutis abrem brechas para o controle ideológico dentro da carreira.

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