McStrike: os trabalhadores em fast-food vão à luta

Retomada dos protestos globais contra exploração das grandes redes de comida pronta marcada para esta quinta-feira, em trinta países — inclusive o Brasil

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Fast Food Workers Rally And Urge International Workers To Get Involved In Higher Wage Movement

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Retomada dos protestos globais contra exploração das grandes redes de comida pronta marcada para esta quinta-feira, em trinta países — inclusive o Brasil 

Na AFP | Tradução Charles RosaJuntos

Funcionários de redes de fast-food reunidos em Nova York anunciaram nesta quarta-feira greves em mais de 150 cidades dos Estados Unidos e protestos em 30 países na próxima semana, no marco de uma “globalização” da campanha para reivindicar um aumento salarial.

Bandeiras do Brasil, El Salvador, França, Coreia do Sul, Dinamarca e Alemanha, entre outras, foram estendidas por cerca de 70 manifestantes vindos de todo o mundo em frente a um restaurante McDonald’s do bairro de Chelsea, em Manhattan, conforme constatou a AFP.

Reunidos pela primeira vez nesta semana pela União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação, Agrícolas, Hotéis, Restaurantes, Tabaco e Afins (UITA), funcionários de cadeias de fast-food de cerca de três dezenas de países combinaram lançar uma greve nos Estados Unidos e protestos no resto do mundo no próximo 15 de maio.

“Trabalhadores de dezenas de países em seis continentes anunciaram que se somam ao crescente movimento para um salário melhor e direitos trabalhistas em restaurantes como McDonald’s, Burger King, Wendy’s e KFC”, ressaltaram os organizadores.

Nos Estados Unidos, os trabalhadores reivindicam um salário de 15 dólares a hora, pouco mais que o dobro do salário mínimo atual de 7,25 dólares que é pago em numerosas cadeias de fast-food.

“A gente está se juntando. É hora de mudanças”, disse à AFP Elizabeth Rene, uma jovem de 24 anos que trabalha no McDonald’s em frente ao qual foi realizada uma manifestação e que participará na próxima semana de sua terceira greve nos últimos dois anos e meio.

Perto dela, Kader Diop, um francês de 24 anos que vive nos subúrbios de Paris e é funcionário da mesma companhia, destacou a importância da reunião em Nova York, que permitiu “constatar as disparidades que existem em todas partes” e galvanizar o movimento.10262117_714602671936456_8128303083908343628_n

 Do Japão até o Brasil 

As mobilizações por esta questão começaram em Nova York no final de 2012, com mais de 200 trabalhadores do setor e seguiram em agosto e dezembro do ano passado.

“Enfrentamos os mesmos desafios, os mesmos problemas, os mesmos sofrimentos. Continuaremos até alcançar nosso objetivo”, afirmou por sua vez Massimo Fratini, coordenador da UITA, que agrupa 396 sindicatos em 126 países para um total de 12 milhões de trabalhadores.

Em 15 de maio haverá protestos do Japão (30 manifestações nos McDonald’s de 30 cidades diferentes) até o Brasil (mobilizações de cinco estados), passando por Marrocos (protestos em Casablanca e Rabat) e a Itália (greve nacional em redes de fast-food em Veneza, Roma e Milão).

Nos Estados Unidos, esperam-se greves de Oakland (California, oeste) até Raleig (Carolina do Norte, leste) e mobilizações com abandono temporário do trabalho pela primeira vez em Filadélfia (Pensilvânia, leste) e Miami (Flórida, sudeste), entre outros.

O primeiro resultado concreto da campanha se viu recentemente em Seatle (Washington, noroeste), onde o prefeito democrata Ed Murray propôs um salário mínimo de 15 dólares por hora que seria o mais elevado salário mínimo de uma grande cidade estadunidense. Até agora o mínimo no estado de Washington é de 9,32 dólares.

Em fevereiro, o presidente Barack Obama prometeu a partir de 2015 um aumento do salário mínimo ao valor de 10,10 dólares por hora para os servidores federais, uma medida que no último 30 de abril não recebeu os votos necessários para começar a ser debatida no Congresso, devido ao bloqueio de senadores republicanos.

Os empresários gastronômicos, como o grupo McDonald’s, não divulgaram a sua posição até o momento. A associação nacional de restaurantes estadunidenses foi mais longe e qualificou as mobilizações como uma operação de propaganda montada pelos sindicatos.

 

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Um comentario para "McStrike: os trabalhadores em fast-food vão à luta"

  1. AnaMaria disse:

    Concordo com a manifestaçao, a escravidao acabou , mas tambem se sentem escravizados todo aquele que o salario nao permite uma vida mais digna , estudar, ter direito a mdicos , dentitas , tudo custa caro e s salarios nao cobrem o basico. Como se sentir melhor, como se sentir livre e digno se os salarios nos deixam abatidos , sem sonhos , servem apenas para coibrir algumas despesas, mas nunca para nos ajudar a progredir com dignidade.
    Nao trabalho em rede de lojas de fast food , porem eu sei sobre os salarios indignos pagos aos funcionarios , tais como outras areas tambem. Tem que haver uma revisao de salarios ( minimo ) para que o trabalhadores tenham uma vida com mais dignidade, condiçoes de melhorar e de sonhar pois é isto que nos torna livres, mas se trabalhamos e nao conseguimos alcançar nada ( se quer um curso ou melhorar estudando ) , entao isto nao é dignidade nao!
    Mac donalds , Bobs , subway e outras … Seus dirigentes nao percebem o mal que causam para os funcionarios de voces ? Voces dao emprego que escravizam com um salario miseravel e uma vida sem muitas chances… revejam isto !
    Para que o mundo possa ser melhor, empresarios tambem tem filhos , o que me dizem se nossos filhos tivessem que viver com esta misseria e serem podados de um futuro melhor ?

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