Filhos: o notável cuidado homossexual

Nos EUA, pesquisa revela: família-margarina não é única: casais homoafetivos dedicam mais tempo para os filhos que a média. Tendência tem a ver com opção ativa pela paternidade

Por Marcio Caparica, no LadoBi

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Nos EUA, pesquisa revela: família-margarina não é única: casais homoafetivos dedicam mais tempo para os filhos que a média. Tendência tem a ver com opção ativa pela paternidade

Por Marcio Caparica, no LadoBi

Já está ficando repetitivo, mas o batalhão pró-família-de-margarina é ainda mais monocórdio com seus temores sobre “o que será das criancinhas”, então a gente não perde a oportunidade de bater na mesma tecla para desancá-los. Um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa de População da Universidade do Texas descobriu que famílias formadas por casais homoafetivos dedicam muito mais tempo a seus filhos que casais heterossexuais, segundo o jornal britânico The Independent.

O estudo analisou informações fornecidas pelo Censo norte-americano a respeito de mais de 40 mil casais. Pares de duas mães passavam em média 100 minutos por dia com seus filhos, e pares de dois pais pouco menos que isso. Em comparação, os pais em casais heterossexuais dedicam em média apenas 50 minutos por dia com seus filhos.

Contabilizadas nessas análises estão horas gastas em atividades que envolvem as crianças: ler para elas, brincar com elas, ajudar na lição de casa, dar banho, levar ao médico. Atividades passivas como assistir televisão ou fazer faxina com o filho por perto não entraram na conta.

Kate Prickett, autora desse trabalho, declarou: “Nossas descobertas corroboram com a ideia de que casais homoafetivos investem tanto tempo quanto – ou até mais – em seus filhos que casais heterossexuais.”

Esse estudo não se preocupa em esclarecer as razões para esse fenômeno, mas Prickett tem algumas especulações a fazer. “Em primeiro lugar, é possível que isso se deve em grande parte à seleção das pessoas. Ou seja, pela maneira como forma-se essas famílias, seja porque o casal se formou quando um dos parceiros já tem um filho, seja por meio de inseminação artificial, barriga de aluguel, ou adoção, todas essas opções realizam-se quando há um desejo muito grande de se ter filhos. Além disso, criar os filhos continua a ser um processo sexista. Homens que formam casais com mulheres ainda tendem a serem os responsáveis pelo ganha-pão, enquanto suas parceiras encarregam-se da maioria das responsabilidades domésticas.”

Jane Czyzselksa, editora da revista Diva, voltada para mulheres homossexuais e bissexuais, considera algumas outras razões: “Pais homoafetivos tendem a investir mais tempo planejando como terão seus filhos – nada acontece ‘por acidente’, afinal de contas. O medo da discriminação na escola vinda de pais e professores heterossexuais também deve fazer que alguns desses casais se esforcem ainda mais.”

Tor Docherty, executivo-chefe da organização New Family Social, que promove a adição por casais LGBT, complementa: “Para todos os pais adotivos, dedicar tempo à criança é fundamental para se desenvolver os laços familiares. Pessoas LGBT são forçadas a desenvolver a própria autoconfiança e autoestima, o que as torna adequadas para ajudar uma criança que precisa encontrar seu lugar no mundo.”

Essa pesquisa vai de encontro com outra, realizada pela PriceWaterHouseCoopers em conjunto com a Families and Work Institute e divulgada em junho, que constatou quecasais homossexuais comunicam-se melhor e compartilham as tarefas domésticas de forma mais igualitária que os casais heterossexuais. Parece que a família tradicional tem bastante a aprender com os homoafetivos.

 

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Um comentario para "Filhos: o notável cuidado homossexual"

  1. Observador disse:

    Até entre cônjuges “heteros” a gente percebe a ausência de diálogo. Aos 38 anos, indo morar sozinho, meu irmão casado passa a me telefonar, para falar do dia de trabalho. E estavam casados há 20 anos, dois filhos e, ele depois relaxado sentia bem carinhoso comigo. Percebia minha feminilidade e, disse talvez ele tenha sido único irmão em perceber num homem cisgenero, traços masculinos, um homem que escuta, aconselha e carinhoso! Parece que eu fazer essa função de relaxar ele para minha cunhada, não a agradou! Deixando de me telefonar, ela passou a comentar, nos aniversários que ele não a procurava! Em 2011, me visitou sozinho e, comentou que a minha cunhada disse para ele ir. Disse que achou a atitude dela, meio sádica, dizer para me visitar por ter estado doente! De despedida sugeri nos beijamos se ela não quis “valorizar” relação carinhosa! Beijo demorado e carícias, ele ainda riu, se ela foi generosa em liberar ele a visita!

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