Cultura Digital no Pontão Yawalapiti

Numa experiência marcante, grupo de ativistas anima oficinas de tecnologia digital no Alto Xingu — e aprende muito sobre cultura e cosmovisão de seus anfitriões
Por Banto Palmarino, no Trezentos
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Rios e mata a dentro, num grupo de sete pessoas fomos passar uns dias com o povo Yawalapiti. Foram várias oficinas.

Foi um convite feito pela própria comunidade ao ministério da Cultura, para pontecializar suas ações como Pontão de Cultura dos povos indígenas no Alto do Xingu. Não tem mais aquela equipe do MinC para realizar essas oficinas, mas através de um parceria foi possivel viabilizar a estrutura minima para a realização da oficina: nós com aquela velha militância e o MinC com as diárias e passagens pro deslocamento.

Em nessa equipe estávamos eu (Banto Palmarino), Renata Lourenço, Caetano Ruas, Taís Brito, Surian, Jaqueline e Diomário. Cada um de uma parte do país nos encontramos em Brasília e seguimos para Canarana/MT, e de lá seguimos até a comunidade Yawalapiti (alguns horas de carro pela mata e outras de barcos pelo Rio Xingu).

Eu já havia visitado uma comunidade guarani, no pico do Jaraguá, em São Paulo, e participado de duas semanas de oficinas com os Pataxós, em Santa Cruz de Cábralia-BA, em 2006. Essa experiência foi bem diferente, pois na Bahia ficamos numa pousada, na cidade. Dessa vez, ficamos na própria aldeia, vivenciando parte da realidade deles, o que ajudaria muito nas oficinas de cultura digital. Nosso papel era problematizar as possibilidades da utilização do computador e da internet com as pecularidades e generalidades deles, enquanto grupo racial-étnico e seres humanos.

Foram várias oficinas: edição de áudio e vídeo, tratamento de imagens, “se joga na rede”, introdução à informática. Por outro lado, aprendemos várias coisas sobre a cosmovisão deles, seja indo para um simples banho, ou na pesca artesanal, as trocas de produtos por valor de uso, a alimentação à base de mandioca e peixe, as piadas o tempo do todo, as várias línguas faladas no mesmo território, várias histórias e ancestralidade.

Houve mostra de filmes indígenas, a partir da experiência do Cine Kurumin. Instalamos em todos computadores a distribuição juntaDados (versão 3.04rc1), com alguns ajustes. Algumas pessoas já tinham experiência com informática, inclusive em edição de vídeo. Isso nos ajudou muito.

 

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Um comentario para "Cultura Digital no Pontão Yawalapiti"

  1. proba disse:

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