Quem é Alexandre Marques?

Não só o bolsonarismo, mas laços pessoais com família presidencial unem o auditor do TCU responsável por estudo mentiroso sobre supernotificação de mortes da covid no Brasil

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E não é que o servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, autor do estudo paralelo que questiona o número de mortes ocorridas no Brasil na pandemia, não apenas é bolsonarista como tem relações estreitas com a família presidencial? 

Ele é filho de Ricardo Silva Marques, coronel do Exército, colega de turma de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras. Em 2019, Ricardo assumiu o cargo de gerente-executivo de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras.

“Desde então, o coronel já se reuniu três vezes com Bolsonaro, no Palácio do Planalto. Os encontros foram realizados em 11 de junho de 2019, em 27 de dezembro de 2019 e em 29 de janeiro de 2020. Durante a pandemia do novo coronavírus, Ricardo Marques se reuniu com o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), e com a assessoria dele”, apurou o site Metrópoles.

Alexandre afirma que o relatório teria chegado à Bolsonaro através de seu pai. No tribunal, há suspeita de que a história seja uma forma de o auditor aliviar a própria responsabilidade.  

Além disso, Alexandre seria amigo dos filhos de Bolsonaro, que o teriam indicado para uma diretoria no BNDES. A indicação foi barrada pelo TCU. 

Mesmo assim (ou por causa disso), Bolsonaro tornou a repetir a mentira de que há supernotificação de óbitos pela doença no país. Ao participar de culto em Goiás, ele também lançou a fake news de que a vacina não tem comprovação científica e está “em estado experimental”

A propósito: há um mês, um estudo do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington estimou em 596 mil o número real de mortes causadas pela doença por aqui. O número oficial, hoje em 479 mil, estava em 417 mil na época…

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