PÍLULAS | Enfermeira à câmara: salário melhor vai melhorar o SUS

• Aumento para enfermeiros • Pesquisas sobre doenças raras • Ciência psicodélica • Covid e HIV • Fiocruz lança aplicativo • Greve de enfermagem na Austrália •

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Enfermeira à câmara: salário melhor vai melhorar o SUS

Representante do Conselho Nacional de Saúde no debate da Câmara federal, a enfermeira Francisca Valda da Silva, comentou alguns argumentos contrários ao custo do novo piso da categoria. Não é esse o ponto, raciocina ela. “O investimento nesta força de trabalho é a alavanca para a produção dos serviços para a saúde pública. A aprovação do piso salarial da enfermagem é um compromisso com a ampliação do acesso a serviços de saúde de qualidade para toda a população. Essa agenda não é só dos profissionais da enfermagem. Ela é da sociedade brasileira”. Prevê-se um salário mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros e enfermeiras; 70% desse valor para técnicos e técnicas de enfermagem; e metade para auxiliares de enfermagem e parteiras. O aumento custaria 15 bilhões de reais ao ano, calcula a categoria.


Cresce o volume de pesquisas sobre doenças raras

Elas afetam relativamente poucas pessoas, mas são numerosas, de forma que no total afligem mais de 300 milhões de pessoas no mundo. Estão agora atraindo uma quantidade expressiva de investimento dos desenvolvedores de medicamentos. Os recursos cresceram 28% em 2021 chegando a 22,9 bilhões de dólares destinados a novas pesquisas sobre, por exemplo, distrofia miotônica, doença de Huntington, ataxia de Friedreich ou ataxias espinocerebelares, registra a revista The Lancet. Os governos, como as empresas, têm interesse e recursos para aplicar nesse campo. Há, especialmente, uma busca de instrumentos de diagnóstico precoce, e também a pretensão de criar mil novas terapias.


A ciência psicodélica nacional

Segundo o blog Virada Psicodélica, da Folha, mais de 3 mil artigos científicos sobre psicodélicos já foram publicados entre 2016 e 2021, com o Brasil em terceiro lugar no número de estudos. Um artigo pioneiro saiu no Journal of Pain and Symptom Management, uma revisão sistemática sobre o potencial de terapias assistidas para doenças graves, que surgiu da parceria de Ana Cláudia Mesquita Garcia, enfermeira e professora da Universidade Federal de Alfenas (MG), com Lucas Oliveira Maia, biólogo da Icaro (Interdisciplinary Cooperation for Ayahuasca Research and Outreach, na sigla em inglês, algo como Cooperação Interdisciplinar para Pesquisa de Ayahuasca e Difusão), da Unicamp. Outros estudos recentes apontam resultados promissores em cuidados paliativos e uso em novos tratamentos de condições clínicas negligenciadas, como demência, acidente vascular cerebral ou mesmo perdas cognitivas. LSD e ayahuasca ajudam doentes graves, cognição, tabagismo e ansiedade social.


Pesquisa não mostra risco maior de covid em pessoas com HIV

Em vista de diversos resultados conhecidos, chamou atenção um estudo do pesquisador Jorge Simão Casseb, da Faculdade Medicina da USP, com um grupo de pessoas vivendo com HIV. “A primeira impressão”, disse Jorge, “era que de fato os pacientes com HIV teriam um risco maior de óbito. Mas, para surpresa nossa […] nós tivemos durante esse período pré-vacina apenas um óbito de um senhor, que tinha várias comorbidades”. A investigação é limitada, não representa a população em geral. Em um grupo maior, é possível que a presença do HIV facilite a infecção da covid.


Fiocruz: o app que promove a vida saudável

Idealizado a partir de pesquisas que investigaram o estilo de vida no Brasil, o órgão lança um aplicativo para promover a saúde dos usuários do SUS da cidade do Rio de Janeiro. Gratuito, tem como foco dietas, atividades físicas, sono de qualidade, gerenciamento do estresse, suporte social e a relação com o meio ambiente. O lançamento, por enquanto, tem como objetivo avaliar a aceitabilidade e verificar as necessidades de aprimoramento. A partir das questões para avaliar o estilo de vida de cada usuário, o aplicativo irá promover desafios semanais para melhor atender as necessidades de saúde.


Cinco mil enfermeiras e parteiras fazem greve na Austrália

Com um dia de paralisação, em 15.2, no estado mais populoso do país, Nova Gales do Sul, profissionais protestaram contra a estagnação dos salários e condições inseguras de pessoal. Dois dias antes, dezenas de milhares realizaram uma greve geral de 24 horas, em 150 estabelecimentos públicos do mesmo estado. Houve também uma grande passeata em Sydney, capital do estado, e manifestações em cidades menores do país. As categorias pretendem forçar o atendimento de demandas há tempos insatisfeitas, diz o jornal Peoples Dispatch.

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