Painel independente vai analisar resposta global à pandemia

Anúncio foi feito pela OMS ontem e relatório final deve ser apresentado em maio de 2021

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A OMS anunciou ontem a criação de um Painel independente de Preparação e Resposta à Pandemia que vai avaliar as medidas tomadas pela própria Organização e as respostas dos governos. A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark e a ex-presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf vão liderar o painel e escolher seus membros.

Essa avaliação é uma demanda que apareceu na resolução da 73ª Assembléia Mundial da Saúde. Um relatório intermediário deve ser apresentado em novembro; em janeiro de 2021, o trabalho vai ser discutido mais detalhadamente em uma reunião do conselho executivo da OMS; e, em maio, na próxima Assembléia, o painel vai apresentar seu relatório final.

Até lá, segundo o diretor-geral Tedros Ghebreyesus, a OMS já pode começar a mudar algumas coisas, incluindo a ferramenta que permite a criação de alertas de ‘emergência de saúde pública de interesse internacional’. No caso da covid-19, o alerta foi feito no dia 30 de janeiro, cerca de uma semana após o lockdown em Wuhan. Vimos, na época, que a OMS levou algumas reuniões para decidir emiti-lo, com discordâncias entre os membros do seu comitê de crise. 

Segundo Tom Bollyky, diretor de saúde global do Conselho de Relações Exteriores, é provável que seja eliminada a abordagem binária – um problema de saúde é ou não é uma ameaça global – e adotado um sistema de várias camadas, como um semáforo. Ele nota, no entanto, que no caso dessa pandemia talvez a existência de um sistema distinto não tivesse provocado respostas melhores ou mais rápidas por parte dos governos. “Não está claro para mim por que isso faria alguma diferença nessa circunstância em particular, dado que, com todas as informações emergentes, o maior alarme que a OMS poderia emitir não foi levado a sério“.

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