Nem deveria ter saído

Periódico suíço retrata artigo que alimentava conspipração antivacina – resta saber se boato vai crescer ou deixar de circular

Imagem: Hanna Barczyk / NPR
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O periódico suíço Vaccines retratou ontem um artigo publicado em junho que – por razões óbvias – havia caído nas graças do movimento antivacina. O texto levantava preocupações quanto à segurança dos imunizantes contra a covid-19 e, por meio do mau uso dos dados de farmacovigilância da Holanda, concluía que “para três mortes evitadas pela vacinação, temos que aceitar duas causadas por ela”. O próprio diretor de ciência e pesquisa do Lareb (o centro de farmacovigilância holandês) escreveu ao jornal e pediu uma retratação, porque os argumentos eram frouxos – qualquer pessoa pode incluir um evento adverso ou morte naquele banco de dados, sem verificação médica e, evidentemente, sem que os eventos tenham a ver com a vacina. 

O conselho editorial da revista emitiu logo uma ‘expressão de preocupação‘, sinalizando que “sérias preocupações foram levantadas sobre a interpretação incorreta dos dados e das conclusões” dos autores – nenhum dos quais é especializado em imunologia, infectologia ou epidemiologia. E, como observa o Health Policy Watch, um deles, o psicólogo alemão Harald Walach, já recebeu o “prêmio”  Goldene Brett vorm Kopf por promover pseudociência.

Seis membros do conselho editorial renunciaram na semana passada. 

Antes da retratação, o artigo obviamente circulou um bocado nas redes sociais. E ainda pode continuar circulando por muito tempo, se seguir a trilha daquele que originou a fake news sobre vacinas e autismo… 

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