Covid-19: Na América Latina, dois milhões de casos

Registros representam quase um quarto de todas as infecções conhecidas no mundo

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Ontem foi o dia com o maior aumento de casos da covid-19 no mundo desde que começou a pandemia. Foram 183 mil, sendo o continente americano responsável por quase metade das novas infecções registradas. A América Latina tem se ‘destacado’: no sábado, alcançou os dois milhões de registros. E numa velocidade galopante: levou 20 dias para que o primeiro milhão dobrasse. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, vaticinou na sexta: “A pandemia está se acelerando“.

O Brasil, óbvio, é quem puxa esse cordão. Atrás, vem o Peru, segundo país latino-americano com mais casos da doença – e que na sexta-feira ultrapassou a Espanha, alcançando com mais de 250 mil. Se desenrola por lá uma grande crise de abastecimento de um insumo fundamental: o tanque de oxigênio. Hospitais pedem que as pessoas levem seus próprios tanques. Desesperadas, famílias peruanas se endividam para conseguir comprar no mercado ilegal, no qual os preços podem ser dez vezes maiores. Segundo o Ministério da Saúde, há um déficit de 180 toneladas de oxigênio e serão necessários US$ 28 milhões para normalizar as coisas. Uma proposta de criminalização sobre estoque e especulação com suprimentos médicos foi encaminhada pelo governo ao parlamento. 

O Chile é o terceiro país mais afetado pela pandemia, com mais de 230 mil casos. Por lá, o sistema de saúde também está à beira do colapso devido ao crescimento exponencial de casos da doença: em um mês, foram 180 mil. De acordo com especialistas entrevistados pelo Globo, o problema por lá se deve à falta de uma estratégia focada na vigilância. O governo federal teria dado atenção somente à assistência, com compra de equipamentos e reforço dos hospitais, deixando de lado o acompanhamento dos casos em periferias, por exemplo.

Entre os países que estão acelerando as taxas de infecção latino-americanas atualmente está o México. O país, que nos últimos dias está atrás só do Brasil nos recordes de casos diários, tem 170 mil infecções e 20 mil mortes. E, no sábado, a Argentina alcançou as mil mortes por coronavírus. O país, com atualmente 41 mil casos, vê sua curva aumentar principalmente na região metropolitana de Buenos Aires.

A propósito: a Anvisa prorrogou por mais 15 dias a restrição da entrada de estrangeiros no Brasil, que começou em 22 de maio. 

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