Como fake news matam na pandemia

Estudo aponta 5,8 mil entradas em hospital e ao menos 800 mortes por causa de informações falsas recebidas em redes sociais

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Um estudo publicado no American Journal of Tropical Medicine and Hygiene calcula o quanto as notícias falsas sobre a pandemia já mataram mundo afora. Segundo os pesquisadores, só nos primeiros meses do ano quase 5,8 mil pessoas deram entrada em hospitais por causa de informações falsas recebidas em redes sociais, e pelo menos 800 morreram. Em muitos casos, os óbitos foram por ingestão de metanol ou produtos de limpeza, devido à crença de que esses produtos poderiam curar a covid-19.

Vale lembrar que um líder mundial envolvido em fake news sobre tratamentos bizarros é Donald Trump, que em abril sugeriu que infectados recebessem injeções de desinfetante. Somente nas 18 horas seguintes, Nova Iorque registrou 30 casos de ingestão desses produtos. 

Perto disso, o incentivo ao uso de hidroxicloroquina é fichinha. Aliás, Eduardo Pazuello falou sobre a droga ontem, em audiência pública no Congresso. De acordo com ele, a pasta não conseguiu atender nem metade das demandas pelo medicamento. Jair Bolsonaro, para não perder o hábito, fez sua propaganda na transmissão ao vivo de ontem à noite. Garantiu que as pílulas extras produzidas pelo Exército vão ser usadas, então não vai haver desperdício… Não duvidamos, já que a pressão do governo (inclusive via orientações do Ministério da Saúde) é justamente no sentido de que se use tudo, mesmo que não faça bem.

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