Outras facilidades

Prefeitura do Rio dá “caminho das pedras” para comunidades terapêuticas no lançamento de programa antidrogas

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. O resumo de várias notícias, você lê em oito minutos

12 de julho de 2018

OUTRAS FACILIDADES

Dayana Rosa e Dionísio Borges falam sobre o lançamento do programa Um Novo Caminho, carro-chefe da política antidrogas do governo Marcelo Crivella. Aconteceu ao longo da última semana de junho, quando um conjunto de eventos foram organizados pela secretaria de assistência social da prefeitura do Rio. Alguns deles, porém, não foram abertos ao público, tampouco divulgados em detalhes. Foi com algum esforço que os autores desta análise descobriram onde aconteceriam um workshop e uma capacitação técnica, ambos voltados para representantes de comunidades terapêuticas. O coordenador da Política Antidrogas na prefeitura Douglas Manassés é, ele próprio, presidente e proprietária do Instituto Manassés, que reúne 27 CTs.

“O Rio de Janeiro está dando um show por tanta tranquilidade que estamos encontrando”, disse ele durante o workshop, na sequência de uma apresentação feita pela subsecretaria de vigilância sanitária em que o funcionário, por sua vez, afirmou: “A gente está entregando a prova antes, com gabarito, para vocês tirarem dez.” Ele tinha acabado de apresentar o caminho das pedras para que as comunidades obtenham credenciamento do poder público. Os acontecimentos relatados aconteceram duas semanas antes do vazamento da reunião secreta de Marcelo Crivella (PRB) com pastores que expôs o ‘MárciaGate’. Você confere na análise feita para o Outra Saúde.

DIA C

Está marcada para hoje a sessão extraordinária em que será definida a abertura (ou não) do processo de impeachment contra Crivella. Os deputados da oposição que capitanearam o esforço de suspensão do recesso parlamentar são unânimes em afirmar que será preciso gente na rua para o processo andar. Pelo menos, na frente da Câmara a partir da abertura dos trabalhos, às 14h.

FALANDO NISSO…

Ontem o protesto marcado para acontecer na frente da Prefeitura reuniu poucas pessoas. Fez barulho, contudo, quando os manifestantes entraram no prédio, procurando Márcia.

Como uma caixa de Pandora, agora a suspeita de burlar a fila recai também sobre o subsecretário de Saúde Complementar da secretaria municipal de Saúde, João Araújo. O relatório do Tribunal de Contas do Município apontou irregularidades nas consultas feitas pela Clínica Nova Guanabara, unidade particular conveniada ao SUS de propriedade do pai e da irmã do subsecretário. Há distorções no número de atendimentos: das 28.890 vagas oferecidas pela clínica no Sistema de Regulação, o Sisreg, apenas 3.910 foram agendadas, o que coloca em suspeição 24.980 vagas. Enquanto isso, 1.860 pessoas estavam na fila de atendimento. A investigação ocupa nada menos do que 48 páginas do relatório do TCU, destaca O Globo.

E você confere no Nexo o que cada um dos pedidos de impeachment argumenta para cassar o mandato de Crivella.

O samba de protesto bem-humorado do qual falamos ontem pode ser ouvidona coluna de Ancelmo Gois, n´O Globo.

TROCA-TROCA

Já em São Paulo, Wilson Pollara deixou ontem o comando da secretaria municipal de Saúde. Vai coordenar o programa de saúde da candidatura João Dória (PSDB) ao governo do estado. No seu lugar, foi nomeado Edson Aparecido, que sai da presidência da Companhia Metropolitana de Habitação. Aparecido já foi secretário da Casa Civil de Alckmin por duas vezes.

CRUZADA CONTRA O CFP

BBC Brasil fez o perfil do procurador da República e atual chefe do Ministério Público Federal em Goiás Ailton Benedito, figura conhecida no Twitter, onde já afirmou que o nazismo era um regime socialista, e por sua atuação espalhafatosa, como quando resolveu suspender propaganda publicitária sobre a Copa do Mundo no Brasil por discordar dos benefícios anunciados na peça publicitária. Sua mais nova cruzada é contra o Conselho Federal de Psicologia. Ele quer derrubar o veto da entidade que proibiu em janeiro que profissionais se referiram a transexuais e travestis como portadores de transtornos mentais, além de banir “terapias de conversão, reversão, readequação e reorientação de identidade e de gênero”.

“Não cabe ao conselho determinar o que é doença ou impor censura prévia a atuação de psicólogos em eventos de natureza científica ou de comunicação que tratem do tema”, afirma Benedito, que move ação civil pública contra o CFP que, depois de ser recusada pelo juízo da 4ª Vara da Justiça Federal, tramita no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

MP DO SANEAMENTO

Pronta desde março pelo menos, a medida provisória 844 foi enviada ao Congresso pelo governo Michel Temer na última sexta-feira, dia do jogo do Brasil na Copa do Mundo. O objetivo é mudar todo o marco legal do saneamento, não só incentivando a participação do setor privado como dificultando os arranjos de gestão públicos. É possível votar na consulta pública aberta pelo Senado aqui. Nossa editora, Maíra Mathias, já escreveu sobre o assunto numa extensa reportagem na época da votação da privatização da Cedae, a companhia estadual de água e esgoto do Rio, em 2017, e, neste ano, na cobertura do Fórum Mundial da Água.

SAIR DO LUGAR DE CONFORTO

Nesta entrevista, o ex-presidente da Fiocruz e especialista em imunizantes Akira Homma afirma que estamos enfrentando inauditas consequências do sucesso da vacinação. É que, segundo ele, perdemos a ‘noção do perigo’ na medida em que doenças como varíola, sarampo, pólio e rubéola foram erradicadas ou tiradas de circulação quase completamente. Governos e pessoas perderam o medo e, com isso, prevenir não é mais prioridade.

“No geral, o sistema de vacinação nos municípios é passivo no lado da oferta, fica-se esperando no posto de saúde a pessoa vir se vacinar. Mas, dada a situação em que estamos, temos que repensar isso, com uma estratégia de busca ativa das populações que precisam ser vacinadas, ir atrás das pessoas. É um sistema que pode incorporar, por exemplo, os avanços na tecnologia da informação. Hoje já temos a vacinação contra a pólio com registro nominal da criança. Mas com estas tecnologias podemos saber quais são as crianças numa determinada região, quais delas tomaram a vacina e quais não, num monitoramento que pode trazer a cobertura vacinal de volta aos níveis necessários para eliminar estas doenças, de 95% ou mais. Mas para isso precisamos investir.”

E a Promotoria de Defesa da Saúde de João Pessoa recomendou que as secretarias municipal e estadual cumpram as metas de vacinação do Programa Nacional de Imunizações. Uma das medidas, segundo o órgão, deve ser justamente uma busca ativa nas escolas, que devem verificar se os alunos estão com as cadernetas de vacinação em dia. Caso contrário, o Conselho Tutelar deve ser acionado.

SUCESSO

O Chile reduziu em 21,6% a ingestão de bebidas açucaradas em quatro anos. Isso aconteceu depois que foi aprovada uma lei que criou impostos especiais para esses produtos. Ao pesar no bolso, os consumidores pensam duas vezes antes de comprar refrigerantes, sucos industrializados e afins. Desde 2014 – quando o aumento nos impostos passaram a incidir nas bebidas não alcoólicas que contém colorantes, edulcorantes e aromatizantes como parte de uma reforma tributária feita para custear o ensino superior gratuito –, os chilenos reduziram em 700 mililitros o consumo. Cada pessoa, hoje, ingere 3,5 litros por mês. Por lá, um terço dos açúcares consumidos vem dessas bebidas, 31% da população é obesa e o índice de obesidade mórbida é de 3,2%.

ALVO VULNERÁVEL

Livia Cattaruzzi escreve sobre o marketing das redes de fast food direcionado a crianças, que lança mão de brindes de personagens para cativar e fidelizar os pequenos: “Ainda que os brinquedos possam ser adquiridos separadamente, o valor unitário é claramente alto e abusivo quando comparado ao preço do combo completo, que inclui os produtos alimentícios mais o suposto brinde. Com isso, as redes de fast food transmitem ao consumidor a falsa sensação de que ele tem autonomia para adquirir o brinquedo isoladamente e o induz a acreditar que a oferta do combo lhe é vantajosa por ‘ganhar’ o brinquedo, o que não é verdade. O desconto é pago com saúde.”

A SAÚDE DOS MENINOS

Os 12 meninos resgatados numa caverna na Tailândia não correm risco, anunciou ontem a equipe do hospital onde estão internados. Como era de se esperar, eles perderam peso, (dois quilos, em média) e alguns estão com pneumonia. A maior preocupação é a saúde mental dos garotos.

Segundo a BBCsão três as chaves para entender como sua saúde física foi tão preservada, apesar de passarem 17 dias presos no subterrâneo (nove deles sem qualquer certeza de que seriam resgatados). Água e comida levados para o passeio; oxigênio trazido de fora, pelo resgate; e técnicas de meditação ensinadas pelo treinador, que é ex-monge budista.

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