Seis anos no deserto

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O Nordeste brasileiro enfrenta uma seca de seis anos, e o pior é que isso pode se tornar o “novo normal” da região. Tem estradas desérticas, coqueirais dizimados, gado morto, rio grande que não chega mais à foz e açudes vazios na reportagem…

O resumo desta e de outras notícias você confere aqui em seis minutos.

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SEIS ANOS NO DESERTO

Folha está com um bom especial sobre mudanças climáticas e aquecimento global. A primeira matéria, sobre o Panamá, fala dos índios gunas, forçados a abandonar as ilhas que povoam. E hoje saiu a segunda, sobre o Nordeste brasileiro, que enfrenta uma seca de seis anos. O pior, segundo a reportagem, é que “simulações preveem que o déficit hídrico dos últimos tempos deve tornar-se o ‘novo normal’ da região, a reboque das mudanças no clima global”. Tem estradas desérticas, coqueirais dizimados, gado morto, rio grande que não chega mais à foz e açudes vazios no texto de Fabiano Maisonnave. A matéria destaca a “grande ansiedade pela iminente chegada das águas da transposição do rio São Francisco”, cujo Eixo Norte deve ser entregue este ano, mas não deve acabar com todos os problemas. A qualidade das imagens de Avener Prado é um capítulo à parte (aliás, graficamente a série é super bonita).

PREPARA

As coisas devem mudar em breve para quem tem planos de saúde e a Rede Brasil Atual discutiu ontem as alterações, que incluem a cobrança de consultas e procedimentos para além do valor da mensalidade. “A gente já viu estudos, inclusive da Universidade de Harvard-Kennedy, que mostra que as pessoas não usam melhor o plano (a partir desse novo modelo), só usam menos e pronto. Isso acaba impactando no diagnóstico precoce da doença e na prevenção. Então isso prejudica a saúde no longo prazo”, diz Ana Carolina Navarrete, do Idec. A medida tem tudo a ver com os tais planos populares.

LADEIRA ABAIXO

“[O congelamento dos gastos] reflete melhor do que qualquer outra iniciativa a tendência em colocar na conta dos pobres os custos de uma crise que não criaram”. Assim escreve Francisco Menezes, do Ibase, no Jornal do Brasil. O artigo analisa os dados do IBGE que mostram aumento da desigualdade e da pobreza – e as conclusões são desanimadoras.

MOTIVOS

Uma lista com os 27 melhores  médicos de São Paulo, apontados em pesquisa do Datafolha, apareceu domingo na revista sãopaulo da Folha e foi mal recebida. É que entre os indicados não havia nenhuma mulher, e só um médico negro. Obviamente isso foi notado bem rápido e discutido nas redes sociais. Na coluna de ontem, Gabriel Alves tenta uma explicação. As médicas são mais jovens, enquanto os entrevistados pela pesquisa tinham em média 52 anos e indicaram profissionais 17 anos mais velhos. Quanto à raça, uma pesquisa feita com cerca de 4 mil novos médicos mostrou que só 1,8% se declaravam negros, e 16,2% pardos.

PARA LER DE OUTRO JEITO

Ainda sobre médicos: o Nexo traz vários gráficos que mostram a evolução do número desses profissionais no Brasil, suas especialidades, os municípios onde se concentram e se atendem ou não pelo SUS. Quem mais atende no sistema público são (fora os Médicos de Saúde da Família, por razões óbvias), os residentes, seguidos por hansenologistas, cancerologistas pediátricos.e sanitaristas. Onde tem menos atendimentos pelo SUS: medicina do tráfego, acupuntura e homeopatia. As regiões com mais médicos são a Sudeste e Sul, e o estado que conta com o menor número deles é o Maranhão.

SE ELA DIZ…

Com 18 hospitais, 23 pronto-socorros e 3,5 milhões de beneficiários, a Notre Dame Intermédica entrou segunda-feira na bolsa de valores, com ações por R$ 16, 50. “Ser uma empresa listada trará mais transparência para a companhia e para as discussões do setor”, disse Irlau Machado, seu presidente, em coletiva.

NA PRESSÃO

Uma carta vai ser encaminhada hoje a senadores por organizações ligadas à saúde, à alimentação saudável e ao meio ambiente. O tema? As alterações na rotulagem de alimentos com ingredientes transgênicos. Ontem mesmo divulgamos aqui uma matéria do Outra Saúde sobre isso. Se ainda não leu, corre lá.

E MAIS PRESSÃO

Está a todo vapor o 15º Acampamento Terra Livre, com delegações de mais de 100 povos de todo o país ocupando Brasília. O tema este ano é ‘Unificar as lutas em defesa do Brasil Indígena – Pela garantia dos direitos originários dos nossos povos’ e, na plenária de abertura, três mil indígenas exigiam Demarcação Já.

ALGUMA DÚVIDA?

Com o começo da campanha de vacinação contra a gripe, começam também as dúvidas – e as matérias que buscam dar conta delas. Se você procura tópicos mais diretos e simples, tem no Estadão e no Correio Braziliense. Se quer entender melhor a sopa de letrinhas de Hs e Ns e os números da gripe, vá de Nexo. E não fique triste se você ainda não estiver por dentro de todos os detalhes, porque o recém-empossado ministro da saúde, Gilberto Occhi, também não está. O Nexo conta que, no lançamento da campanha em São Paulo, ele ajudou a disseminar as falsas informações de que o H3N2 é novo no Brasil e a vacina trivalente também.

PIOR DO QUE O NORMAL

Está rolando um surto de toxoplasmose em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A doença é endêmica de lá, mas está pior do que o normal e já houve 21 casos confirmados. Não se sabe o porquê. Hoje a secretaria  estadual de saúde vai coletar amostras de água, para ver se o problema vem daí (pode ser também o consumo de carne crua ou verdura mal lavada). E, para garantir remédios, vai precisar de reforço vindo de outros estados – para os já contaminados há medicamentos suficientes, mas não haverá mais se o número continuar crescendo.

ANCESTRAL

Existe uma mutação bem rara que, no Sul e no Sudeste brasileiros, acontece mais do que em qualquer outro país – e que causa câncer. “A Síndrome de Li-Fraumeni é uma série de tipos de câncer causados pela mutação no TP53, considerado um ‘guardião do genoma'”, explica a BBC nesta matéria, que fala também da possível origem dessa síndrome no Brasil: o ponto original da mutação deve ter sido um tropeiro do século 18, que viajava por longos períodos e deixava umas famílias pelo caminho…

NOVO PRESIDENTE

O secretário de saúde de Goiás, Leonardo Vilela, assume hoje a presidência do Conass.

AGENDA (CHEIA)

Pra quem acompanha o Rio, agora de manhã tem audiência pública na Câmara Municipal sobre as clínicas de família. Começa às 9h30.

Na parte da tarde, começa um seminário internacional promovido pelo Conass sobre o futuro dos sistemas universais de saúde. O evento se estende até amanhã e vai ser transmitido na internet.

 

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