O medo, sempre o medo

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Autoridades seguem reforçando a segurança da vacina contra a febre amarela…

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FEBRE AMARELA

Ainda o medo: a secretaria saúde de Minas Gerais reconheceu que 11 pessoas vacinadas pegaram febre amarela no estado e, em seguida, um conjunto de entidades se manifestou sobre a importância da vacinação. As duas coisas não são contraditórias – o melhor jeito de conter o alastramento é justamente ter menos gente infectada. A Sociedade Mineira de Infectologia disse que a proteção é de 98%.

O blog do CEE/Fiocruz publicou a tradução de uma entrevista dada ao Washington Post por Igor Sacramento, pesquisador da Fiocruz, falando justamente sobre como os boatos difundem o medo e atrapalham a saúde.

Chegou a cem o número de casos de febre amarela no estado do Rio, com 45 mortes.

DE ALTO RISCO

Em Belo Horizonte, uma das maiores referências para o parto humanizado no SUS – e no mundo – passa por uma grave crise. O Hospital Sofia Feldman tem um déficit mensal de R$ 1,5 milhão, já fechou leitos em fevereiro e os trabalhadores, com salários atrasados, entraram em greve.

A prefeitura quer assumir a gestão, mas vários profissionais de saúde pública criticam. Por dois motivos. Primeiro, eles argumentam que a gestão vai bem, obrigada – o que falta é dinheiro. Segundo, acreditam que a mudança pode ser um pretexto para mudar as diretrizes do hospital. “O Secretário de Saúde é médico e sempre foi ligado ao CRM. Ele possui muitas críticas ao modelo do Sofia”, diz um dos residentes da maternidade ao Brasil de Fato.

AS CONTAS NÃO FECHAM

Em São Paulo, o atendimento prestado à população cresceu só 3% entre 2016 e 2017. Já os repasses da prefeitura às OSs que gerem os equipamentos públicos de saúde… Ah, esses cresceram bem mais: 22%. Ontem foi feita uma audiência pública pra explicar isso, mas, segundo a Rede Brasil Atual, não se explicou nada.

DESNUTRIÇÃO INFANTIL

Um estudo na África avaliou a desnutrição infantil no continente usando não a divisão territorial costumeira entre os países, mas em territórios de 25 quilômetros quadrados. Isso ajudou a ver exatamente onde a fome está localizada – há zonas de conflito em que todas as crianças estão abaixo do peso, por exemplo -, e também onde foram feitos programas exitosos de combate a ela.

EMBROMAMI

O site O joio e o trigo trouxe esta semana a trajetória impressionante da empresa japonesa Aginomoto. É de cair o queixo. O glutamato monossódico – realçador de sabor que compõe o temperinho principal deles e que está em tudo quanto é produto industrializado – foi sintetizado mais de cem anos atrás e começou imediatamente a fazer sucesso. Estava criado ado o ‘umami’, que depois foi reconhecido como um quinto gosto básico, além do doce, salgado, azedo e amargo. Na matéria, conhecemos uma estratégia que junta marketing e pesquisa cientifica, professores e chefs internacionais, tudo pra mostrar que glutamato é uma delícia, contornar as evidências de que faz mal e fazer a Ajinomoto continuar no gosto da gente. Vale a leitura.

É CAMPEÃO! MAS A NOTÍCIA É PÉSSIMA

O Brasil é lider mundial… na obesidade de crianças entre 9 e 11 anos, dizem dados do International Study of Childhood Obesity, Lifestyle and the Environment (ISCOLE). Os culpados são os já esperados: sedentarismo e má alimentação, com muita comida industrializada.

Em outro ranking – o de gravidez na adolescência – , América Latina e Caribe ficam sem segundo lugar, diz um relatório divulgado ontem pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), junto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

APÓS O DESASTRE

O Ibama multou em R$ 20 milhões a mineradora norueguesa Hydro Alunorte, responsável pelo vazamento de rejeitos tóxicos em Barcarena (PA) que afetou pelo menos três comunidades. O depósito de rejeitos sólidos e a tubulação de drenagem de resíduos da área industrial foram embargados. Ao mesmo tempo, o Tribunal de Justiça do Pará decidiu suspender parcialmente as atividades da empresa. Foi determinada a redução de metade de toda a produção industrial.

Lá de longe, o governo da Noruega – dono de um terço das ações da empresa – disse que é acionista minoritário e não tem nada com isso.

PRA TUDO EXISTE PERDÃO

E o STF decidiu ontem manter o perdão a crimes ambientais cometidos antes de 2008.

ESQUENTOU E ESFRIOU

Ontem falamos aqui sobre como a Argentina queria dar um jeito de fazer estrangeiros de passagem pagarem pelos serviços de saúde. Pois bem. Deu a maior confusão.

Segundo o argentino Pagina 12 (de oposição ao presidente Macri), Evo Morales desmentiu o governo argentino, que havia ‘acusado’ a Bolívia de cobrar dos argentinos quando eles eram atendidos por lá e de ter negado, por escrito, um pedido de reciprocidade. Em outra matéria, o jornal alega que mesmo os dados usados pelo governo na véspera são falsos e afirma que a Argentina não atende a tantos estrangeiros como havia sido dito.

Já o Clarín conta uma história diferente. Diz que, depois da polêmica, a Bolívia decidiu “mudar a atitude” em relação aos atendimentos a argentinos e estabelecer a reciprocidade. E que isso, para o governo argentino, não é suficiente.

De todo modo, o projeto esfriou. Nem tanto pela polêmica, mas mais porque o texto também se referia à educação universitária e há pouco alinhamento entre os parlamentares quanto isso, diz o La Nación.

SAÚDE MENTAL

O inglês The Guardian diz que milhares de pacientes com “sérios problemas mentais” doenças ou transtornos mentais são levados para centros de tratamento distantes de suas famílias, o que atrapalha a recuperação. O afastamento acontece porque nem sempre há leitos e/ou profissionais do NHS nas cidades de origem. Mas, além do problema da distância, há outro: 78% desses pacientes são recebidos por instituições privadas, e elas demoram em média 14,5 meses para dar alta – contra os 7,5 meses das públicas. Claro que o custo é maior também: 162 mil libras por paciente nas privadas, e 81 mil nas públicas.

Na França,”tratamento desumano ou degradante” foi o termo usado para definir o que acontece com pacientes psiquiátricos no Hospital de Saint-Etienne, diz o francês Le Monde. A avaliação foi feita por um órgão responsável por fiscalizar locais onde ficam pessoas privadas de liberdade, inclusive as prisões.

UM LADO DESCONHECIDO DOS PANTERAS NEGRAS

Sabia que os Panteras Negras eram fundamentais para levar cuidados em saúde às comunidades? Então dê uma olhada neste vídeo.

TRANSGÊNEROS

Nos Estados Unidos, aumentou o acesso às cirurgias de reafirmação de gênero por parte dos seguros públicos de saúde – e, junto com isso, aumentou também o número de procedimentos feitos.

DOENÇAS RARAS

Ontem mais veículos falaram sobre doenças raras – dia 28 de fevereiro é o dia de dar visibilidade a elas. O Repórter Nacional fala sobre pacientes que estão sem remédios desde 2016, quando foi paralisado o julgamento de dois recursos no STF. Na mesma linha, a Revista Brasil conta sobre a dificuldade no diagnóstico e no tratamento.

No G1, destaque para uma nova medida da Anvisa, que definiu novos critérios e prazos para acelerar a aprovação de remédios para essas doenças.

Já o Estadão fala sobre algumas dessas doenças e explica a importância de fazer cedo o diagnóstico.

CONTROLE SOCIAL

“Precisamos, de novo, investir em participação social de verdade, em movimentos sociais, buscar nossa base social de apoio. Se essa base social ruiu já há algum tempo, que ela seja reconstruída, que possamos novamente trazer para o centro do debate os interesses da população”. A pesquisadora Tatiana Wargas (ENSP/Fiocruz) disse isso e muito mais em entrevista ao Observatório de Análise Política em Saúde. Dá uma conferida.

E por falar em controle social, está rolando a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde. Segundo o Conass e o Conasems, até agora o foco esteve em discutir o aumento do financiamento e o combate à privatização.

AGENDA

Hoje à tarde tem uma um debate sobre “Epistemologias do Sul e a sua relação com a Saúde Pública na América do Sul” no Isags Unasur Salud. Vão compor a mesa os pesquisadores Bruno Sena Martins e João Arriscado Nunes, ambos pesquisadores do Centro e Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, coordenado por Boaventura de Sousa Santos.

O Isags fica no centro do Rio, mas, se você mora longe, tudo bem: vai rolar transmissão via facebook.

 

 

 

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