Prefeitura de São Paulo faz contrato milionário com ONG suspeita 

• O estranho contrato da prefeitura de SP com uma ONG suspeita • Ato de médicos por Lula e Haddad tem presença de Arthur Chioro e Alexandre Padilha • Os crimes de Pazuello • Novos casos de gripe aviária •

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Reportagem desta segunda do Intercept mostra que o privatismo segue a todo vapor em São Paulo, a despeito dos casos reiterados de incompetência e corrupção. A agraciada da vez é a Nova Esperança, que em novembro passado conquistou um contrato para gerir 45 equipamentos de saúde da capital por 335 milhões de reais anuais. A AFNE esteve no cerne do escândalo dos contratos de corrupção assinados em favor de grupos escolhidos pelo governo Wilson Witzel, no Rio. A investigação culminou com a prisão do então governador e do Pastor Everaldo, tido como dono de fato da organização. 

Obscuridades e ausência de know-how 

A matéria mostra que a Nova Esperança venceu um certame marcado por estranhas eliminações de organizações mais experimentadas na área da prestação de serviços de saúde, justificadas em minúcias técnicas. Outro fator que chama a atenção é que o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de reconhecida e inquestionável capacidade, foi derrotado na concorrência, sob esta curiosa justificativa da comissão selecionadora: “não ter pontuado no requisito de experiência em gestão de unidade e/ou rede de atenção básica, não significa que a OSS não tenha expertise na execução do objeto, uma vez que para ocorrer a pontuação há necessidade de demonstrar tempo e atestado adequado, nos termos do edital”. O contrato foi assinado pela presidente da AFNE, Claudia Souza, uma funcionária que segundo documentos ganhava R$ 500 mensais e chegou a receber auxílio-emergencial. 

Médicos fazem ato por Lula e Haddad em São Paulo 

Na noite de sexta, o centro de São Paulo recebeu o ato Médicos com Lula. Realizado no galpão do Armazém da Terra, espaço do MST, o evento reuniu cerca de 300 pessoas e contou com a presença de nomes importantes da área da Saúde e da política parlamentar. Um deles, Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde, falou em defesa da democracia e do SUS. “Voltei há pouco ao Brasil e fiquei impressionado com as ruas de SP, quanta miséria e gente na rua. Precisamos mudar isso, eleger Haddad e voltar a contar com investimentos públicos”. Luana Alves, do PSOL, fez um discurso sobre a campanha do segundo turno e pediu calma aos que estiverem em contato com eleitores indecisos ou bolsonaristas. “Não podemos ser hostis com eles. Precisamos falar das pautas reais da vida do povo e como o atual governo piora a vida em todas as questões essenciais”. 

Sete dias de 24 horas diárias de campanha” 

Outro ex-ministro da saúde, o recém-eleito deputado federal Alexandre Padilha, fez um discurso enérgico, no qual exortou os eleitores de Haddad e Lula a doarem as máximas energias na última semana de campanha. “São sete dias que vão decidir anos da nossa vida. Não sei nem dizer quantos anos temos de luta pela frente, mas essa eleição pode determinar um longo período da nossa vida. Quando sairmos daqui, em cada momento, em cada lugar que forem, façam um esforço para ganhar mais votos. Precisamos recuperar o Brasil. E precisamos salvar o SUS, garantir que ele funcione e chegue a todos os brasileiros. Muitos de vocês trabalharam no Mais Médicos, sabem como o programa fez bem para muita gente, sabem o que é trabalhar em contato com a população. Lutem por isso”. 

Os crimes de Pazuello 

A chuva de mentiras e baixarias da extrema-direita chegou a um nível tão profundo que, lamentavelmente, os flagrantes crimes cometidos por Bolsonaro na pandemia foram fator apenas coadjuvante nesta eleição. No entanto, relatos como o da ex-esposa do ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o general que “não sabia o que era o SUS”, ficarão para a memória histórica: “Manaus foi feita de laboratório para testar imunidade de rebanho (isso mesmo, aquela mesma que se testa em gados), quando a cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz era prescrita até para grávidas em estado febril pelo aplicativo TratCov”, postou em suas redes, em meio a uma série de desabafos contra o atual governo.

Gripe aviária: casos no México e Vietnã 

Após centenas de surtos localizados em fazendas da Europa e um caso em humano reconhecido na Espanha, a variante da gripe aviária H5N1 chegou ao México e ao Vietnã. No Vietnã, uma menina de 5 anos está internada em estado grave, ao passo que o país registrou 64 mortes em 128 casos desde 2004. A atual cepa do vírus é a mais forte que já apareceu e tem gerado a morte de milhares de aves em seus locais de criação, como informou O Globo. Antes restrita ao Atlântico Norte, os surtos passam a preocupar em outras áreas do mundo, uma vez que o inverno europeu marca a temporada de migração das aves que transmitem o vírus.

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