Continua o processo de desmonte do Brasil, e a violência se capilariza por toda a sociedade. É exaustivo.

Vi o assassinato de uma moradora de rua que pedia um real a um passante, que a baleou duas vezes, em Niterói. O assassino saiu andando, tranquilamente. Ele manejava sua arma com muita perícia.

A extrema-direita agride e assedia esquerda no do parlamento. No Congresso Nacional, uma exposição sobre a letalidade do estado sobre a população negra foi vandalizada por um deputado, e depois uma petista foi agredida por uma youtuber, que era protegida pelo deputado miliciano que, durante a campanha, rasgou a placa da Marielle. O vereador do MBL Holiday já invadiu gabinetes de colegas de esquerda, transmitindo ao vivo, para realizar agressões.

O presidente do PSOL do Acre foi assassinado.

A semana esquentou com um boato que viria bomba política, mas no fim era apenas que a polícia civil do Rio tinha considerado um filho do presidente Bolsonaro como mandante do assassinato de Marielle. O porteiro do condomínio Vivendas da Barra mudou seu depoimento e diz agora que não falou com Bozo ao obter autorização para a entrada do carro, como afirmara antes, mas que fora pressionado a dizer que sim. O processo todo tem mil buracos e ingerências, e parece que a tentativa de envolver o clã Bolsonaro vem dos militares. Não há nenhuma evidência dura, apenas perguntas ardentes.

Um antigo aliado de Bolsonaro revelou o que todos já sabiam: que a campanha de Bozo fez contato com o ministro da Justiça Sérgio Moro, oferecendo o cargo que veio a ocupar. O ministro nega atitude indevida.

Saiu o laudo do assassinato da garota Ágatha Félix. O tiro saiu de arma de um PM, que tinha mentido, afirmando que ele tinha sido alvo de disparos. Lembrei que PMs, depois do assassinato, foram ao hospital tentar recolher a bala.

Na Bolívia, a presidenta garantiu imunidade a militares e policiais que matassem civis nas ruas. Aqui, Bolsonaro entrou com projeto de lei de mesmo efeito, o chamado “excludente de ilicitude” – que tinha caído do projeto de Moro.

Corre à boca pequena que há, no governo, temor de reações sociais como no Chile, Bolívia, Equador, Haiti – e agora a Colômbia, que realizou enorme greve geral. O rolo compressor de Paulo Guedes teria sido desligado por ora.

Pouco se noticia das mobilizações na América Latina por aqui.

Moro articula com deputados para fazer passar uma lei da segunda instancia. Algumas propostas passaram em comissões, mas a barreira da cláusula pétrea permanece (a presunção de inocência). Não sei bem como querem fazer, pois iria de novo ao Supremo Tribunal Federal, caso aprovada.

O presidente do Supremo Tribunal Federal pediu à antiga COAF informações acerca dos procedimentos usados pelo órgão, isto é, quem pediu informação quando e sob qual autoridade. O alvo seria a Lava Jato, que se acostumou a usar o órgão informalmente. O caso de Flávio Bolsonaro está nesse bololô.

O clã Bolsonaro e olavistas fundaram um novo partido, de extrema-direita, o Aliança pelo Brasil. Não está claro se a nova agremiação vai estar em ordem para concorrer em 2020.

Vários eventos no dia da consciência negra. Na quarta-feira dia 20. Fui na Marcha pela Consciência Negra, no MASP.

Lula percorre o Brasil articulando. Tem congresso do partido neste final de semana.

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