Protestos: como age a PM em São Paulo

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Caso do cinegrafista Juliano Vieira é típico: um cordão policial cerca pela frente, outro atira por trás. Bomba provocou queimaduras de segundo grau. Dezenas de manifestantes feridos em 22/1

Pela TV Drone

Na noite de quinta-feira, dia 21, o cinegrafista Juliano Vieira cobria, pela TV Drone, o 5º Ato Contra o Aumento das tarifas de ônibus e metrô de São Paulo. Trabalhava devidamente identificado como jornalista.

Na esquina da Praça da República com a Rua Basílio da Gama, por volta de nove e quarenta da noite, ele foi atingido por uma bomba de efeito moral da Polícia Militar de São Paulo. Foi atingido em um momento em que um cordão de policiais barrava o avanço da manifestação e, de outro lado, no espaço em que estavam os jornalistas, outro pelotão avançou jogando bombas. Foi atingido porque estava fazendo seu trabalho de comunicação.

O calor da bomba destruiu sua calça jeans e provocou queimaduras de segundo grau na sua perna esquerda, além de ferimentos no tronco e braços. Juliano foi levado à Santa Casa, tratado e teve alta. Ainda não está afastada a possibilidade de uma intervenção cirúrgica em sua perna.

A TV Drone foi criada pela Actantes para promover o ciberativismo e fazer a cobertura das atividades, eventos, manifestações dos movimentos populares e dar visibilidade e voz a suas lutas e conquistas. Esta é nossa contribuição para assegurar a pluridade de informações necessária ao debate público em uma sociedade democrática.

Juliano não foi a única vítima da violência da PM. Pelo menos dezessete feridos foram atendidos no Hospital das Clínicas, na Santa Casa, no Hospital do Servidor Público Municipal e pelo Grupo de Apoio ao Protesto Popular (GAPP), nas ruas. Manifestantes, transeuntes e jornalistas. Dois jornalistas da Folha de São Paulo foram humilhados por policiais do Batalhão de Choque e um fotógrafo do jornal foi ferido.

Vivemos um momento de grande preocupação porque a violência praticada pelo governo de São Paulo, com a conivência da Prefeitura, ao mesmo tempo em que cerceia o direito à manifestação, restringe o livre acesso da sociedade a informações sobre o que ocorre nas ruas.

Repudiamos a violência institucional e a tentativa de criminalizar as manifestações e reivindicações da sociedade. Não podemos aceitar que a luta contra o aumento do transporte seja tratada com tamanha truculência. Já vimos esta truculência ser usada contra os jovens que resistiram ao fechamento de escolas públicas de São Paulo. Precisamos barrar este caminho em direção à restrição completa de direitos e liberdades fundamentais.

A Actantes se solidariza com os manifestantes e comunicadores. E faz coro com as vozes que se levantam na defesa e na ampliação de direitos para toda a sociedade.

Defenda o livre pensamento e o direito à manifestação!

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