Política econômica de Dilma: o fim do conservadorismo?

O Banco Central ensaia alguma ousadia; o “mercado” prefere que a rota iniciada em janeiro perdure

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falou ontem, na comissão de assuntos Econômicos. sobre a suposta “volta da inflação”. Explicou que os repiques dos últimos meses, foram provocados essencialmente pela alta mundial dos preços das commodities agrícolas (ver em Outras Palavras). Repetiu que não há explosão de “inflação de demanda” — aquela que seria causada pelo suposto “consumismo” das classes “c” e “d”. Previu que os índices anuais começarão a cair, devagar, no segundo trimestre, quando estiverem menos “contaminados” pelos meses (final de 2010) em que houve tendência ligeira de aceleração.
O tema é árido mais essencial. A suposta “volta da inflação” tem sido usada como pretexto (esfarrapado, como se vê aqui) para alta dos juros. Tombini comandou as duas rodadas de alta de juros realizadas no início do governo Dilma. Depois, deu sinais de que pode mudar de direção (ver coluna econômica de Nassif). Passou a ser atacado (junto com o ministro Guido Mantega) pelo “mercado” e pela mídia.
Se a mudança persistir, é possível que se reverta a tendência conservadora que o governo Dilma imprimiu à política econômica. Mas haverá muito pressão para que a maré continue favorável aos tubarões. Cada ponto percentual de aumento nas taxas de juros transfere, para o pessoal que tem dinheiro aplicado, cerca de 16 bilhões de reais ao ano — ou vinte vezes o orçamento do ministério da Cultura…
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Um comentario para "Política econômica de Dilma: o fim do conservadorismo?"

  1. Ruy Mauricio de Lima e Silva Neto disse:

    Vocês leram bem o que o articulista afirmou? Isto deveria estar em todas as manchetes de todos os jornais, rádios e tevês do Brasil se tivéssemos uma imprensa independente e lúcida : cada ponto de aumento desta absurda Selic representa 16 bilhões ao ano nos bolsos dos ilustres parasitas, vinte vezes o orçamento do dr.Gilberto Gil, Juca Pato ou Ana de Hollanda.Alguma dúvida sobre quem segura este país desde Cabral? O que terá a dizer nossa ilustre Miriam Leitoa tão logo se restabeleça da dengue?

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