Superbactérias, novo produto da pecuária intensiva

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Para ampliar lucros e antecipar abate, animais são “alimentados” com antibióticos. Alguns micro-organismos resistem e podem se tornar indestrutíveis

Por Daniela Frabasile

O surgimento, entre humanos, de bactérias que se tornam imunes aos antibióticos mais potentes é um fenômeno conhecido há tempo. Acabam de surgir sinais de que algo mais grave pode estar ocorrendo entre os animais domesticados. O uso abusivo de medicamentos – em especial antibióticos – está causando o aparecimento de micro-organismos resistentes em larga escala, segundo estudo feito por Ray Kaplan, parasitologista da Universidade da Georgia, nos EUA, publicado recentemente na revista Veterinary Parasitology.

A pesquisa, realizada na Austrália, Brasil e Estados Unidos, revela que ovelhas e cabras são os animais mais afetados – mas há indícios de que também bovinos e equinos foram afetados. Em alguns casos, as bactérias são resistentes a todas as drogas disponíveis. A resistência é consequência direta de um dos processos da pecuária intensiva mais criticados pelos ambientalistas e defensores dos direitos dos animais. Em muitos casos, estes recebem antibióticos na própria alimentação, sem sequer terem desenvolvido doença alguma. O cálculo econômico indica que é mais lucrativo agir assim: os bichos serão abatidos antes que a medicação ultra-intensiva deteriore sua saúde; e o método permite ampliar o índice de animais “aproveitados”… para corte.

Kaplan refere-se ao problema como “global worming” (“vermifugação global”, em analogia ao aquecimento global, global warming, em inglês). Para o parasitologista, a solução seria ministrar as drogas apenas aos animais doentes, a fim de reduzir as chances de aparecimento de linhagens resistentes. Além disso, segundo Kaplan, não juntar tantos animais em espaços exíguos (os locais de criação ultra-intensiva) reduziria as chances de contágio.

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8 comentários para "Superbactérias, novo produto da pecuária intensiva"

  1. Sou um romântico inveterado; acima de tudo esperançoso.

  2. Eu já te falei para nao ter expectativas acerca do uso correto de um tal de Português. Que dirá…

  3. Janine Calais disse:

    vc deveria virar fazendeiro

  4. Tradução completamente equivocada.
    No artigo original da The Economist, o Dr. Kaplan destaca o uso de antiparasitários, e não antibióticos. O foco do trabalho são vermes e não bactérias, e Global Worming deve ser traduzido como "Enverminamento" Global (um neologismo que sugere a proliferação descontrolada de vermes nos animais de cria).
    Sugiro revisão.

  5. Mariac disse:

    Falta a continuação do artigo…
    O que nos causa? Será que nós comedores de carnes já estamos sofrendo as conseuqencias? Será que tanta dor de barriga mal explicada, febre, tudo que os médicos escamoteiam como viroses já são as conseuqencias?

  6. Cerumanos são os unicos seres no universo que poluem, matam e se contaminam, tudo em nome do dinheiro facil. Quem se alimenta de pedaços de outros seres é indiretamente responsável por isso. Continuem comendo carne!!!!!

  7. O enlouquecido aprendiz de feiticeiro continua fazendo das suas.

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