As novas Vagas Vivas de São Paulo

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Em São Francisco, EUA, o governo está tornando definitivos os 150 espaços de vagas vivas

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Entre 15 e 18/8, grupos voltam a recuperar simbolicamente, para a cidade, espaços que automóvel invadiu. Proposta de ação pode se tornar política pública

Por Bruna Bernacchio

Com debate sobre o transporte esquentando na chapa, um pouco do cimento caótico de São Paulo será espaço para encontro criativo de pessoas. As chamadas Vagas Vivas, Parklets ou, agora, Zonas Verdes – em contraponto à Zona Azul da capital paulistana -, voltam a aparecer, agora com roupagem mais sofisticadas e, consequentemente, com maior possibilidade de ganhar o poder público. Hora de ocupar as vagas!

Pra quem ainda não conheceu, as vagas vivas são intervenções urbanas, extensões da calçada, uma mini praça, ou sala de estar pública, em cima do asfalto. No mundo e no Brasil, já têm dia oficial: Parking Day. Em São Paulo, há alguns anos, são realizadas por diferentes organizações, como a Matilha Cultural ou o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.). Trazem um pouco de cor, natureza e respiro na selva de pedra.

Dessa vez, serão produzidas pelo Instituto Mobilidade Verde em ruas de bairros onde costumam circular carrões, e muitos. Itaim Bibi (Rua Amauri) e Higienópolis (Maria Antônia), essa semana, dos dias 15 e 18 de agosto. Segundo matéria do Mobilize.org, “os espaços terão bancos, local para estacionamento de bicicletas, paisagismo e guarda-corpo, para garantir a segurança. A iluminação, em LED, virá de fonte solar, e todos os materiais usados serão certificados”.

Serão duas vagas de carros retiradas. Comparada às mais de 36 mil vagas Zona Azul que existem atualmente na cidade, não é nada. Mas sempre geram discussão e reflexão nos transeuntes apressados. Ainda mais se colocadas em territórios da cidade onde o carro é item indispensável de “sobrevivência”. Em clima evidente de insatisfação com o sistema de transporte, a concepção se torna mais interessante.

Mas a grande novidade está em começar a pensar vagas vivas como espaços definitivos. Dessa vez, a iniciativa será feita com o consentimento da Prefeitura. Depois de seis meses de negociação com diversos órgãos municipais, como a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e a comissão que fiscaliza a Lei Cidade Limpa, o projeto — feito colaborativamente pelo coletivo Design OK, grupo Gentilezas Urbanas e escritórios H2C e Zoom — conseguiu o aval.

A ideia dos grupos é construir uma proposta de política pública. Como espelho, é possível ver outras cidades. Em São Francisco, por exemplo, a prefeitura criou regras para a aprovação das minipraças. Hoje são 150 espaços temporários, mas a ideia é que daqui a três anos sejam definitivos. Lincoln Paiva, presidente do Instituto Mobilidade Verde, diz que umas possibilidades é a criação de “parklets” nos espaços de cruzamentos pintados de azul pela CET, originalmente destinados a proteger os pedestres.

Amanhã, sexta-feira, dia 16, está marcado um ato no espaço da Rua Amauri para apoiar a criação de “parklets” permanentes na cidade.

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