Márcia Tiburi: “Acredito nos movimentos que funcionam como partido”

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Professora de filosofia acrescenta: “Precisamos de um projeto lúcido de país, que incorpore todos os povos e culturas e perceba o peso do neoliberalismo entre nós e sobre nós”

Por Márcia Tiburi*

Outras Palavras está indagando, a pessoas que pensam e lutam por Outro Brasil, que estratégias permitirão resgatar o país da crise (Leia a questão completa aqui e veja todas as respostas dos entrevistados aqui).

É uma pergunta desafiadora. Acho que precisamos mudar o congresso em 2018, eleger bancadas de professores, intelectuais, feministas, de ativistas antifascistas e anti-racistas. Ao mesmo tempo precisamos fortalecer os movimentos. E, para isso, precisamos participar mais ativamente deles. Para tudo isso, precisamos enfrentar radicalmente o nosso lugar de classe, gênero e raça e assumir a cidadania. A cidadania precisa sair do armário. O povo precisa sair do armário para recuperar a democracia perdida. Eu confio em um bom encontro entre agentes revolucionários, singularidades e populações revolucionárias. Acredito nos movimentos que funcionam como partido. Na partidA e em muitos outros. Ao mesmo tempo, acredito que precisamos de um projeto lúcido de país, que leve em conta as transformações da democracia, que pense na participação de todos os povos e culturas que habitam o país, que perceba o peso do neoliberalismo entre nós e sobre nós. E não acredito que possamos ir longe se não “realizarmos” no sentido de perceber o que realmente está acontecendo em termos de destruição do Brasil nessa fase.

*Marcia Tiburi é professora de filosofia, escritora, liderança da #partidA

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Um comentario para "Márcia Tiburi: “Acredito nos movimentos que funcionam como partido”"

  1. Volnei Batista de Carvalho disse:

    “…Acho que precisamos mudar o congresso em 2018”; a se construir na plataforma democrática (a vontade direta expressa pelo povo) e que aproveite a institucionalidade posta (o Orden. Júridico parcialmente esculpído pela CF/99), desarmando a execrável legislação partidária-eleitoral vigente e purificando o processo segundo a vontade popular, com isto criando uma norma eleitoral encaixável no modelo de base de autêntica Democrácia, somente com eleições gerais com candidaturas livres e com poder constituinte revisional (previsto na CF/88 a partir de seus princípios pétreos). É momento pré revolucionário para que a nação, que descrê, desconfia de todos os partidos e seus líderes políticos, ilegitima o governo e o Estado, decida entre todos cidadão em condições de igualdade com o democrático exercício da expressão de vontade e voto, votar e ser eleito, propondo-se a governar ou escolher quem haverá de governar. Evidente que para que haja eleições gerais necessário que se construa um projeto normativo, de reengenharia técnica política e de participação dos cidadãos na base democrática, tarefa à intelligentsia brasileira e que exige à arquitetura normativa o plebscito -> eleições gerais -> referendo. A norma eleitoral democrática é ampla em disciplinamento, desde o Judiciário (Eleitoral) com sua urna eletrônica até a isonomia do eventual universo de candidatos. Tarefa nada fácil; tarefa da intelligentsia nacional democrática (espelhada no conceito de que Democracia é o governo do povo, pelo povo para o povo e com o povo em geral. Todos. Na Democracia todas as ideias são conhecidas, debatidas e excluídas da plataforma democrática, ou seja, diminuindo algumas ou até anulando outras por predominância do consenso (harbemasiano) Ademais, a se ver uma sociedade dividida em minorias (Junho 2013 e os mais de 1/3 de votos de protesto; igual se dando em todos os demais países, v.g., na França, recentemente). Enfim, (…) A proposta inconsciente e inconsequente ou a falta de especificidade do grito de eleições diretas (já), simplesmente, e sem anulação das regras postas, pode servir aos propósitos de legitimação do status quo, o que cedo ou tarde conduzirá a nação à 2a. via, o conflito violento de classes ou ao completo subjulgo da sociedade. Portanto, ao pensar e agir como conquista ou costrução primeiro da base democrática.

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