Colômbia: as mulheres não desistem da paz

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Elas são as mais afetadas pelo conflito entre governo e guerrilha, que já dura 52 anos. Inconformadas com a derrota, unem-se por acordos de paz definitivos e contra a sombra do patriarcalismo

Por Rachel Moreno e Fabíola Calvo

Recentemente, o governo e a guerrilha das Farc-EP firmaram um acordo para por fim a um conflito armado com 52 anos de duração, e que deixou cerca de 300.000 mortos, 80 mil desaparecidos, sete milhões de deslocados, exílios, assassinatos, desaparecimentos, sequestros, violência sexual contra as mulheres…

O movimento de mulheres conseguiu que, uma vez instalada a mesa de negociação, se criasse a Subcomissão de Género para dar o enfoque também a partir dos direitos das mulheres, enfoque que se ampliou para a população LGBTI. 

O ex-procurador geral da nação, Alejandro Ordóñez, setores da direita e de igrejas cristãs promovem que, sob o conceito de “ideología de gênero” (que nada tem a ver com o enfoque), sejam retirados. São nossos direitos, mas eles seguem, com mentiras, desinformando. De um jeito similar ao que utilizaram no Brasil, para tirar do Plano Nacional de Educação (PNE) a discussão das questões de gênero, que também batizaram de “ideologia de gênero”!.

Na Colômbia, as mulheres têm sido as mais afetadas pelo conflito, ao ponto da Corte Constitucional ter emitido uma sentença, em 2006, pela desproporção nas consequências que elas têm sofrido.

Os Acordos foram submetidos à consulta popular e, diante das mentiras da direita na campanha, no plebiscito perdeu o SIM à paz, por 50 mil votos.

Mas a dor e a raiva se converteram em esperança e luta para encontrar um caminho até a paz – diz Fabíola Calvo, envolvida no processo e na luta pela paz na Colômbia.

A direita, diz ela, trabalha com força e mentiras para mudar os acordos. Ganharam por poucos votos, mas hoje já sofrem questionamentos pelos enganos a que induziram.

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O movimento de mulheres está unindo todos os esforços para que tenham prontos Acordos definitivos e para que não se retire o enfoque de gênero.

Assim, as mulheres envolvidas com a paz na Colômbia necessitam do apoio de todas as feministas, de todas as organizações de mulheres. A direita, dizem elas, está fortalecida. É preciso que nós nos fortaleçamos!

“Pedimos a todas as feministas do mundo para que nos apoiem com o #Del AcuerdoNoNosSacan, além da publicação de notas de Imprensa e cartas abertas ao Presidente Juan Manuel Santos“, afirmam em seu manifesto.

A mesa de negociação continua o seu trabalho.

Assinam o manifesto: Agenda de Mujeres populares diversas para la construcción de la paz en Bogotá, Alirio Uribe Muñoz – copresidente Comisión de Paz del Congreso, Ángela María Robledo – copresidenta Comisión de Paz del Congres, Avre – Acompañamiento Sicosocial y Atención en Salud Mental a Víctimas de Violencia Política, BesosXLaPaz, Campaña Por Una Paz Completa, Casa de la Mujer, Centro de Atención Sicosocial – CAPS, CGT, Cinep, Círculos Ecuménicos de Mujeres Constructoras de Paz Comuna Trece y Centro, Ciudadanas Autónomas, Clamor Social por la Paz, Colectivo de Abogados “José Alvear Restrepo”, Colectivo de derechos humanos Jorge Eliécer Gaitán, Colectivo de pensamiento y Accion Mujeres, paz y segurida; Colectuvo Ansur, Colombia Renace, Colombianos y Colombianas por la Paz, Comisión Intereclesial de Justicia y Paz, Comisiones Ciudadanas de Reconciliación y Paz – Arauca, Comisiones Ciudadanas de Reconciliación y Paz – Urabá, Comité de Presos Politicos COMOSOC Medellín, Comité de solidaridad con los presos políticos, Comunales por el Si, Conciudadanía, Congreso de los Pueblos, Consejo Nacional de Mujeres Indígenas de Colombia CONAMIC, Coordinación Colombia – Europa – Estados Unidos CCEEU, Corporación Aguachica Modelo de Paz, Corporación Cinfro, Corporación CORPOCOLOMBIANOS, Corporación de Estudios, educación e investigación ambiental – CEAM, Corporación de Investigación y Acción Social y Economíca CIASE, Corporación Humanas Colombia, Corporación Nuevo Arco Iris, Corporación Otra Escuela, Corporación Podion, Corporación Región, Corporación Reiniciar, Corporación Sin armas Siembra vida, Corporación Tiempo de Mujeres Colombia, Corporación Vínculos, Corporación Viva La Ciudadanía, Corpovisionarios, Costurero de la Memoria, CREDHOS comité de derechos humanos de Barrancabermeja, Cumbre Nacional de Mujeres y Paz, CUT, Diego Abonía, Endémica Studios, ENS, Es ya es Ahora, Escuela de Liderazgo por la Paz, Esperanza Hernandez – investigadora para la paz Universidad de La Salle, Foro Nacional por Colombia, Friedrich-Ebert-Stiftung en Colombia-Fescol, Fuerza Común, Fundación Akina Zaji Sauda-conexión de mujeres negras, Fundación Mencoldes, Fundación Para la Reconciliación, Fundación Paz y Reconciliación, Grupo de ciudadanos #ConELPoderDeLaGente, H.I.J.O.S Hijos e Hijas por la justicia contra el Olvido y el Silencio, Hijos e hijas por la memoria y contra la impunidad, Instituto de Estudios Ambientales – IDEA de la UN, Instituto de estudios para el desarrollo y La Paz – Indepaz, Justa Paz, Juventud Comunista Colombiana, Kinorama Producciones, La Paz Querida, La Paz Sí es Contigo, LGBTI por la Paz, Liberales de Base, Luis Eduardo Celis, M – 19, Marcha Patriótica, Mesa Ecuménica por la Paz, Mesa Sicosocial, Mesa Social Minero Energética y Ambiental por La Paz, Mosodic, Movimiento Social Discapacidad Colombia, Movice, Organización Nacional Indígena de Colombia – ONIC, Organizaciones Campesinas Nacionales, PANA, Partido Comunista Colombiano, Pensamiento y Acción Social – PAS, Plataforma ALTO, Poder Ciudadano, Programa Puentes Para La Paz – Iglesia Cristiana Menonita, Promotor Sí, Red Mariposas de Alas Nuevas de Buenaventura, Red Nacional de Mujeres, Red Nacional en Democracia y Paz, Redepaz, REDLAD, Redprodepaz, RedUnipaz-Nodo Centro, Rodeemos el Diálogo, Ruta Pacífica de Mujeres,  Ambiental, Sí Construyo Paz, Sí Paz con todos, Sí PRIMERO LA PAZ, Sisma Mujer, Tejidos del Viento, Un Millón de Mujeres de Paz, UNA, Uniandinos por la Paz, Unión Patriótica, USO Unión Sindical Obrera de la Industria del Petroleo, USOPAZ, UTRADEC – CGT, Víctor de Currea Lugo – Profesor Universidad Nacional.

 

 

 

 

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