Os bancos tentam humilhar a Grécia de novo

O primeiro-ministro Tsipras, de quem os credores esperam uma nova humilhação

O primeiro-ministro Tsipras, que os credores querem ver rendido mais uma vez

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Menos de um ano após a primeira capitulação de Atenas, outro ultimato: a aristocracia financeira nunca está saciada

Um novo terremoto financeiro, com epicentro em Atenas, pode dar-se em algumas semanas. No final do mês passado, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, rejeitou um pedido do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, para convocar um encontro de urgência dos governantes da União Europeia (UE). Além disso, ele advertiu que a eventual incapacidade dos gregos em saldar uma parcela da dívida que vence em julho poderá deflagrar novas sanções contra o país.

As pressões são um novo sinal de que são inúteis as concessões à poderosa minoria de bancos e mega-empresas que controlam os mercados financeiros do mundo. Em julho último, o governo de Tsipras, ligado ao partido de esquerda Syriza, contrariou um plebiscito e aceitou firmar, com a União Europeia e FMI, um acordo tenebroso. Em troca de um empréstimo de 86 bilhões de euros — todo ele destinado a pagar os próprios banqueiros –, Atenas aceitou reduzir direitos sociais e elevar impostos regressivos, que incidem sobre o consumo.

Não foi suficiente. Ao invés de liberar todo o “socorro”, União Europeia e FMI preferiram desembolsá-lo em parcelas — condicionando cada uma ao atendimento de exigências. Uma nova prestação € 3,5 bilhões, deveria ser liberada em julho. Mas os credores retêm o dinheiro. Afirmam que só irão liberá-lo se Tsipras adotar um novo conjunto de medidas antipopulares. O primeiro-ministro está em apuros. Sua bancada no parlamento encolheu. Basta que três deputados rebelem-se para que ele perca a maioria.

Por isso, Tsipras quer a renegociação. Diante da retenção dos fundos europeus, está em dificuldades para pagar os próprios salários dos servidores públicos e dos aposentados. Para tentar fazê-lo, exigiu, esta semana, que empresas estatais e fundos de pensão emprestassem dinheiro ao Tesouro. Os credores esfregam as mãos. Esperam que, novamente sem coragem para romper, o Syriza aceite uma nova rendição, agora ainda mais humilhante. Estarão certos?

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