Um mestre oferece curso de Roteiro

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Luiz Carlos Maciel, grande roteirista brasileiro, que já teve como ator Gláuber Rocha, inicia aulas teóricas e orientação para redigir um guião de longa-metragem

Oficina de Roteiro

Professor: Luiz Carlos Maciel

Onde: Rio de Janeiro — Rua José Linhares 244 – Páteo (P) – Leblon

Quando: De 7 de julho a 27 de outubro | terças e quintas das 19h às 22h

(No dia 15 de outubro não haverá aula devido ao feriado)

Valores: à vista: R$ 1500 | parcelado: 4 mensalidades de R$ 400

Mais informações: página do Facebook

Inscrições pelo email: [email protected]

O objetivo do curso é fornecer aos alunos um método, um procedimento que facilite a tarefa de escrever roteiros. Não se trata de algum tipo de estética normativa que pretenda determinar como deveria ser um roteiro; a estética não está em questão. O objetivo é prático, trata do domínio de instrumentos úteis à tarefa de roteirização. O curso é ministrado através de três módulos distintos que podem ser realizados simultaneamente, em dias diferentes da semana, ou na sequência em que são apresentados neste programa, num prazo total de três meses. Em primeiro lugar, é preciso informar ao aluno sobre a teoria e a prática do roteiro. Em seguida, o aluno deve trabalhar no projeto pessoal de um roteiro para longa-metragem, num processo que ser acompanhado e discutido numa oficina semanal. Finalmente, uma seleção de filmes, com roteiros exemplares, deve ser exibida, em sessões especiais para os alunos, para a análise e discussão a ser feita em seguida, em sala de aula.

O primeiro tratamento de um roteiro de longa-metragem, no estágio em que estiver no final do curso, será a única prova exigida.

A) Teoria e Prática

Os fundamentos teóricos e a utilização prática das técnicas de roteiro serão expostos em 08 (oito) horas-aula que podem ser ministradas uma ou duas vezes por semana, num total de 24 (vinte e quatro) horas durante três meses.

1. ESTRUTURA DRAMÁTICA Teorias dramatúrgicas de Aristóteles a Syd Field. Épico, lírico e dramático. Começo, meio e fim. A ação dramática, a curva dramática. Apresentação, ataque, complicação, cenas obrigatórias, clímax e desfecho. O paradigma de Syd Field: plot points, midpoint, etc. Christopher Vogel e a estrutura do monomito de Joseph Campbell. A sistematização de David Howard e Edward Mabley. A unidade em função do clímax, cf. John Howard Lawson, como o segredo básico do roteiro.

2. CRIAÇÃO DO ROTEIRO Idéia, tema, premissa. Story line. Sinopse ou argumento. Unidades dramáticas. Escaleta. Força principal, força opositora, agente decisivo, etc. Progressão dramática. Reconhecimentos, peripécias, índices, expectativa etc.

3. PERSONAGEM DRAMÁTICA As tres dimensões do personagem, cf. Lajos Egri: física, social e psicológica. Função dramática. Protagonista, antagonista, confidente, etc. Georg Polti e Etienne Souriaux. Super objetivo ou premissa do personagem. Motivação, intenção e objetivo. Perfil do personagem.

4. A CENA DRAMÁTICA Estrutura e composição de cena. Começo, meio e fim da cena. Rubricas e diálogos. Atividade e falas como expressão da ação dramática. A subordinação do diálogo à expressão visual. As atividades como tradução material da ação interna. Elementos sensoriais de composição: temperatura, luz, ruídos, música, etc. Passagens de cena, a arte da transição.

5. A LINGUAGEM DAS IMAGENS Linguagem visual, a gramática da imagem. Seqüências, planos, pontuação, travelings etc. Posição de câmera, enquadramento, angulação. Utilização de lentes. Tipos de cena. O cinema como linguagem e o cinema como ontologia (cf. André Bazin). A montagem clássica e o plano-sequência. Eisenstein. Orson Welles. As inovações contemporâneas da linguagem cinematográfica.

6. TIPOS DE ROTEIRO Da peça de teatro ao roteiro de cinema e ao de televisão. Diferenças de linguagem. A imagem cinematográfica e o diálogo televisivo. Ordem direta, flash-back, etc. A estrutura não-linear do filme contemporâneo. Drama, comédia, suspense, terror, science-fiction, aventura, melodrama, etc.

B) Oficina de roteiro

O trabalho prático será desenvolvido numa oficina, na qual cada aluno trabalhará num projeto pessoal de filme de longa-metragem. Os encontros serão obrigatoriamente semanais e terão a duração de três horas-aula cada um, durante as quais serão apresentados e discutidos os diferentes estágios do trabalho: argumento, escaleta, perfil de personagens, desenvolvimento de cenas, até o roteiro completo. A oficina deve durar, no mínimo, três meses para que os alunos tenham tempo de desenvolver seus roteiros – o que equivale a 12 (doze) horas-aula por mês, ou seja, um total de 36 horas, no período mínimo de três meses.

C) Análise de filmes

Os alunos terão a obrigação de assistir a um filme por semana, a ser especificamente indicado e possivelmente exibido em sessão exclusiva para eles. A seguir, serão realizados encontros, com duração de 01 (uma) hora, para análise e discussão da obra, particularmente no que se refere ao seu roteiro, num total de 12 doze) horas, no período de três meses.

 

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3 comentários para "Um mestre oferece curso de Roteiro"

  1. Fabio Ortiz disse:

    Reforço seu comentário, Rodolfo. Seria ótimo ter a possibilidade de fazê-lo a distância.
    Também li o ótimo livro do Syd Field, mas poder interagir com a experiência e o conhecimento do mestre Maciel seria maravilhoso.

  2. Caro Luiz Carlos,
    Moro em Recife, e adoraria participar desse curso. Você já pensou em ministrá-lo on line?
    Tenho um blog (www.rodolfovasconcellos.blogspot.com) e nele, em “Histórias da Minha Vida” tem um conto auto biográfico – Tâmara, a Rainha do Cacareco”.
    Já recebi convites para fazer o roteiro dele, mas não sei por onde começar.
    Já adquiri o livro de Syd Field sobre roteiro, e pedi ao meu irmão Luiz Carlos Vasconcellos (diretor de teatro e ator) para me dar algumas dicas, mas moramos em cidades diferentes e ele está sempre viajando e muito ocupado.
    O preço e a distância me impedem de participar. On line, certamente, seria financeiramente mais acessível.
    Forte abraço
    Rodolfo Vasconcellos

  3. João Felippe disse:

    O que eu sinto falta no Brasil são de concursos de roteiro. Concursos mesmo. Limpo e seco. Sem ser esses malditos editais públicos que só valorizam raposa velha e quem já tem algo no currículo. Queria concursos que premiassem bons roteiros, boas ideias, bem escritos, enfim. Somente.
    Grande abraço. Bela notícia.

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