Marguerite Duras e o papel subversivo do desejo

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Coletivo Feminista exibe e debate amanhã (19/11) em SP, com redator de “Outras Palavras”, poema multimídia em que autora expõe conflito entre amor e estruturas que lutam por sua própria autopreservação

PARTICIPE:

Quarta-feira, 19/11, às 19h30, no Coletivo Feminista

Rua Bartolomeu Zunega, 44 – Pinheiros – Metrô Faria Lima – S.Paulo (veja mapa)

R$ 15,00

Inscrições: [email protected]

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O desejo como força motriz de rupturas políticas, sociais e morais, da liberdade e da afirmação da experiência vivida. Este será o tema abordado na palestra “O desejo que rompe estruturas”, concebida e apresentada por Maurício Ayer, a partir do curta-metragem Césarée, escrito e dirigido por Marguerite Duras. O evento é uma realização do Coletivo Feminista e acontece no dia 19 de novembro, quarta-feira, às 19h30, na sede do Coletivo, em Pinheiros.

Césarée (1977), que pode ser descrito como um “poema multimídia”, verdadeira dança de imagens, voz e música, será projetado no início da palestra para ser o motivador de uma discussão sobre a poética de Marguerite Duras, o desejo e seu poder transformador. Maurício Ayer explica que “Césarée se inspira na história do imperador romano Tito, que se apaixonou pela princesa judaica Berenice, mas teve que sacrificar seu desejo por uma decisão do Senado romano. Duras encontra neste episódio o núcleo de uma ruptura, o amor e o desejo que são castrados por razões de Estado. O amor livre é violento, ameaça estruturas que inercialmente lutam por sua autopreservação.”

O encontro é voltado para homens e mulheres interessados em entrar em contato com a potente arte de Marguerite Duras.

Sobre Marguerite Duras

Marguerite Duras (1914-1996) derrubou os limites entre viver e criar, e fez de sua vida um espaço de permanente invenção de si. Considerada uma das maiores autoras da segunda metade do século XX, toda sua vasta obra — mais de uma centena de títulos entre romances, peças de teatro, roteiros e filmes — fala de sua fidelidade à radical experiência vivida, e sua constante disposição rebelde de se levantar contra a inércia de estruturas políticas, sociais e morais.

Nascida na Indochina, foi à França para cursar a universidade, e ali participou da Resistência à invasão nazista, do Manifesto dos 121 contra a colonização francesa na Argélia e de Maio de 1968. Criou mais de uma centena de obras, entre os quais incluem-se os romances Uma Barragem Contra o Pacífico, O deslumbramento de Lol. V. Stein e O Amante, o roteiro do filme Hiroxima meu amor (de Alain Resnais) e filmes como India Song e O Caminhão.

Sobre Maurício Ayer

Maurício Ayer é escritor, tradutor e editor. Integra a redação de Outras Palavras. Doutor em Literatura Francesa pela FFLCH/USP (bolsas da Capes e CNPq), com especialização na Université de Paris 8 (bolsa Région Île de France), Maurício Ayer dedica-se ao estudo da obra de Marguerite Duras desde 2002. Membro da Société Internationale Marguerite Duras, apresentou trabalhos nos colóquios internacionais MD de Göteborg, Suécia (2007), Montréal, Canadá (2012) e São Paulo (2014). Deste último, foi um dos organizadores.

Em 2009, foi curador da mais completa mostra de cinema dedicada à obra de Duras já organizada no Brasil (Marguerite Duras: escrever imagens), com 16 filmes da autora, com temporadas no Rio de Janeiro (Caixa Cultural), Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte (Palácio das Artes) e São Paulo (CineSesc). Em 2007, organizou juntamente com Dominique Fingermann (Campo Lacaniano) jornada sobre Marguerite Duras, e em 2010 ministrou curso sobre o cinema de Duras na Escola Freudiana de Belo Horizonte.

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