Para celebrar a volta do Cine Belas Artes

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140520_A-ultima-noite-do-cinema-Belas-Artes-em-Sao-Paulo-620--size-598Estreia dia 30 documentário que retrata morte de cinema histórico, luta para fazê-lo ressurgir e drama das salas de rua no Brasil

Belas Artes: A Esquina do Cinema, documentário de longa-metragem de Fabio Ornelas, retrata a história de um dos cinemas de rua mais tradicionais de São Paulo. A primeira exibição aberta ao público será dia 30, às 18 horas, na Câmara de Vereadores, e marca a vitória do movimento pela reabertura do cinema da rua da Consolação com avenida Paulista.

O Cine Belas Artes revelou-se um símbolo da condição vulnerável em que se encontram praticamente todos os cinemas de rua do país. Ao fechar suas portas em função do aumento exacerbado do aluguel, em 2011, comoveu centenas de frequentadores e levou-os às ruas em sua defesa.

Os debates e primeiras passeatas pela manutenção do cinema, os últimos “Noitões”, a comoção do último dia de funcionamento e o anúncio do seu tombamento, além da história do Belas Artes — tudo isso foi registrado pelo filme. O documentário revela o seu valor imaterial e simbólico e foi um dos documentos protocolados ao pedido de tombamento do cinema nos órgãos municipal e estadual de preservação do patrimônio artístico e cultural.

“As filmagens tiveram início assim que o anúncio do fechamento veio a público”, relata o realizador. “Passei então a frequentar o Belas Artes quase diariamente, até o último dia de funcionamento, coletando depoimentos de frequentadores e funcionários, que ora lamentavam, ora se indignavam com a situação.”

Belas Artes: A Esquina do Cinema é uma produção independente, que leva ao pé da letra a máxima glauberiana “uma ideia na cabeça, uma câmera na mão”, segundo o diretor. Com mais de dez horas de filmagem, teve início em julho de 2010 e levou dois anos para ser concluído.

“Convido a todos a celebrarem a história da luta pelo Belas Artes, e espero que o filme possa inspirar as pessoas a se engajarem em outras causas em prol da cultura e do interesse público”, diz Fabio.

 

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