Churrascão diferenciado versão "cracolândia"

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Porque na “cracolândia” todo mundo é gente como a gente

Neste sábado, às 16h, ao lado da Sala São Paulo (aqui) venha mostrar para o governo que sua polícia não é bem-vinda em nossas ruas. Chega de dor e sofrimento na Luz

Sem oferecer alternativas decentes aos dependentes e sem respeitar os direitos humanos deles e dos outros usuários, trabalhadores e freqüentadores da região da Luz, o governo paulista vem ocupando militarmente, desde o dia 3 de janeiro, a zona conhecida como “cracolândia”.

Higienismo, preconceito, segregação, violência, intolerância, tortura, abuso de autoridade e mesmo suspeitas de assassinato passaram a ser ainda mais constantes nos dias e principalmente nas madrugadas do bairro.

Luiz Alberto Chaves de Oliveira, coordenador de Políticas sobre Drogas do governo, defendeu que a operação teria como objetivo trazer “dor e sofrimento” para os dependentes, forçando-os a buscar tratamento. Fica claro, no entanto, que os seres humanos que ali freqüentam ou vivem são a última preocupação de nossos governantes, que sabem muito bem que questões de saúde nunca poderão ser resolvidas por uma das polícias mais assassinas do mundo.

O objetivo da dor e do sofrimento é meramente expulsar aquelas pessoas dali para que o projeto da “Nova Luz”, que prevê demolição de um terço das construções da região e reconstrução do espaço com vistas ao lucro da especulação imobiliária, possa ser implementado.

Em reação a isso, dezenas de coletivos, grupos e entidades organizaram para este sábado mais um “churrascão diferenciado”, tipo de mobilização que ficou marcada na cidade como forma de combater, de forma bem humorada e crítica, o preconceito e o racismo dos políticos e das elites paulistanas. Traga seus instrumentos, cartazes, idéias, alimentos e o que mais achar necessário para tornar agradável este sábado de protesto e diálogo em defesa de políticas corretas, respeitosas e abrangentes em relação à população de rua (ou em situação de rua) e aos usuários e dependentes de drogas.

Quando: Sábado, 14/01, às 16h!

Onde: Rua Helvétia com Dino Bueno, São Paulo — bem ao lado da estação Júlio Prestes (CPTM) e da Sala São Paulo de teatro

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7 comentários para "Churrascão diferenciado versão "cracolândia""

  1. Marcelo disse:

    Talves essas pessoas que não apoiam a desocupação da cracolandia, nunca deve ao menos ter passado perto dessa região na madrugada, ou mesmo foi abordada por essas pessoas doentes, acho que é exagerado usar a PM para estes fins, é mais facil para o Governo usar a força do que gastar com tratamento para estas pessoas que viraram os ZUMBIS da sociedade.

  2. Breno disse:

    xuplau! Excelente resposta..
    E voce, João, o que você sabe produzir além dessa fácil reprodução do senso comum e de sua militância de sofá?

  3. Beleza de iniciativa.
    Mas churrasco as 16:00 em pleno verao paulistano eh convite pra chuva. Tah meio em cima, mas nao dava pra marcar mais cedo??? Se nao, me arruma uma sombrinha de frevo (guarda-chuva preto de R$ 5,00 eh muito triste 😉 ???
    ateh lah,
    V

  4. Júlio disse:

    João, se vc quer formulas magicas ou respostas prontas procure uma igreja. Estamos falando aqui de políticas publicas, de dinamicas sociais historicas e complexas, entao nao ha espaço aqui para formulinhas pra vc dizer amém. É o outro lado que vende saídas faceis, mas vc acredita neles? Vc acha que a Operação Sufoco é a solução correta, justa e, sobretudo, definitiva, ô meu? Se sim aí acho que voce pirou, porque nem o Alckmin ousaria dizer isso. Nem sequer o tráfico pé de chinelo da regiao ela resolve, quanto mais a questao da dependencia, da falta de moradia, saude, educação, etc daquelas pessoas.
    Estamos nos mobilizando sorbetudo contra isso, de forma emergencial contra a tortura e a violaçao dos direitos humanos. Se isso é verborragia gostaria de imaginar qual é a sua atuação concreta, deve ser realmente da pesada.
    Quanto a soluçoes, certamente elas nao passam pela violencia e pela tortura. Passam por moradia, trabalho e saude de qualidade, passam por um comercio legal e regulamentado de drogas, passam pela transformaçao da policia e do judiciario, pela democracia de verdade, passam provavelmente por um modelo educacional que prepare as pessoas para serem críticas e sensiveis, ou seja, diferentes de voce.
    Ah, e procure usar um pouco a cabeça pra pensar de que lado estao os burguesinhos. Ate onde sei burgues é o detentor dos meios de produçao. Quem esta mais proximo disso: a especulaçao imobiliaria que financia os executores dessa operaçao ou estudantes universitarios (que é quem vc critica generalizando em relaçao a uma mobilizaçao composta por dezenas de organizaçoes populares)?
    Obrigado pelo comentario,
    um abraço libertário e outro antiproibicionista,
    Júlio

  5. João disse:

    Ô Júlio…. muito blá blá blá… mas qual é a solução definitiva? Essa “turminha” de burguesinhos, bem forrados, bem remunerados e falsos profetas de uma politização espetaculosa só sabem produzir grafismos e verborragia. Qual é a solução correta, justa e, sobretudo, definitiva, ô meu?

  6. Paulo disse:

    Um problema de saúde pública, de justiça (social, inclusive) … e não de polícia.

  7. Luiz Fernando Viegas disse:

    Está na hora dessa gente diferenciada mostrar seu valor!! salve churrascão sem sofrimento nem dor, muita luta e alegria contra a discriminação, a elite paulista, e o fascismo que ela encarna, representa e reproduz!!!
    grande iniciativa, estou no DF se pudesse ir à Sampa dava uma chegada!!

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