Transportes: a periferia de São Paulo vai à luta

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Falta de investimento, descaso, indiferença e um povo humilhado por uma política excludente. Prefeito continua juntando os ingredientes para a bomba relógio.

Moradores da região de M’Boi Mirim, se reuniram na manhã desta sexta feira (11) para protestar contra a  má qualidade do transporte na região. A população local reivindicou os 11 milhões que foram aprovados pela Câmara Municipal, para duplicação da Estrada do M’Boi Mirim, até o Jardim Jacira; corredor de ônibus na Avenida Guarapiranga; continuidade da faixa reversível até o Metrô Santa Cruz e a redução do prazo para a conclusão da obra de extensão da linha 5 do Metrô, da estação Capão Redondo até o terminal Jardim Ângela. A expansão está, por enquanto, prevista para 2018 — e não 2014, como prometido pelo prefeito. A manifestação começou às 06h e terminou por volta das 11h no auditório da Subprefeitura de M’boi Mirim.

Protestos em prol do transporte são recorrentes, uma vez que as melhorias foram prometidas e não cumpridas. Em março deste ano, moradores de M’Boi Mirim paralisaram totalmente o trânsito das avenidas Guarapiranga e Guido Calói, em frente a subprefeitura. A manifestação durou aproximadamente 6 horas. Naquela ocasião, em entrevista aos jornais, o prefeito Gilberto Kassab afirmou que o projeto de monotrilho Jardim Ângela, motivo daquele ato, foi alterado para metrô e, por isso, passava a ser uma responsabilidade do governo estadual.Em julho a prefeitura divulgou, por meio do Diário Oficial, o remanejamento de R$ 539,29 milhões, que seriam destinado a obras e projetos, para o pagamento de dívidas e condenações judiciais. Em nota, a administração municipal alegava que a transferência de recursos não iria prejudicar e execução e os investimentos programados, pois a maior parte dos projetos estava “em fase de licitação ou teriam os recursos restituídos na medida em que fosse necessário”. Mesmo com esta posição, a duplicação da Estrada do M’Boi Mirim, prevista como meta na Agenda 2012, foi diretamente afetada com a ação.  Desta, o prefeito optou por  tirar a soma de R$ 11 milhões.

Quem mais sofre com a falta de investimento público são as pessoas que moram em bairros mais afastados, considerados “fundão” do distrito do Jardim Ângela. São regiões que concentram população significativa. Moradores relatam que a situação do trânsito nesta região é pior, pois muitos deles têm de caminhar desde o centro do Jardim Ângela até o extremo (trecho médio de 8 km).

Há anos, a população vem passando por dificuldade extremas relacionada ao transporte. Neste ano, houve dois protestos, nos meses de março e abril, visando a melhor qualidade do serviço público na região, entretanto a única ação imediata foi criar uma faixa reversível: o que ajudou o fluxo até determinada parte da via.

Condução

A população foi recebida na subprefeitura pelo chefe de gabinete, Silvio Ricardo, pelo assessor Alan Eduardo e por João Lindolfo, da Secretaria Metropolitana de Transportes. Apesar da presença de todos que participaram da passeata, somente dez se propuseram a fazer perguntas para os representantes. Os questionamentos tiveram tom de indignação, pois os presentes sabiam que aqueles que estavam na mesa não poderiam fazer nada, a não ser encaminhar pedidos. Por isso, foi solicitado um encontro, no máximo em 15 dias, com o Secretário Municipal de Transportes, Marcelo Cardinale.

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Um comentario para "Transportes: a periferia de São Paulo vai à luta"

  1. Maria Mariá disse:

    seria bom criar linhas que levasem o povo direto sem ter que pegar varios outros
    no meu caso recriar a linha 637N-10 nakamura – rio pequeno e varias outras

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