Oakland: imagens da violência contra o movimento Occupy

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Imagens da violência policial que, em Oakland, na Califórnia, chegou com força para reprimir o movimento Occupy. Um jovem está em estado grave no hospital

Depois de muito gás lacrimogêneo, prisões e bombas de efeito moral, a polícia de Oakland, nos Estados Unidos, conseguiu desalojar o acampamento que uns 300 jovens apoiadores do Occupy Wall Street mantinham perto da prefeitura da cidade californiana. A desocupação aconteceu na terça-feira (25) e se arrastou pela noite. Mais de 100 pessoas foram detidas e várias acabaram feridas, entre eles Scott Olsen, de 24 anos, um veterano da Guerra do Iraque que integrava os protestos contra a ditadura dos mercados. Olsen foi ferido (veja foto) por uma bomba de gás lacrimogêneo diretamente na cabeça — e agora se encontra no hospital em estado grave. No vídeo acima, podemos ver como um soldado impede que Olsen seja auxiliado por seus companheiros lançando uma granada sobre o grupo que tentava ajudá-lo.

Oakland, na Califórnia, foi uma das primeiras cidades dos Estados Unidos a reprimir as ocupações públicas que tomaram conta do país. Mas não está sozinha. Em Atlanta, as autoridades já mandaram a polícia entrar em ação, e pelo menos 53 manifestantes foram detidos na desocupação do Woodruff Park.

Os motivos oficiais que levaram o governo de Oakland a agir foram o suposto caráter ilegal do acampamento, que estava ameaçando a segurança e a saúde públicas. A polícia foi enviada para avisar os manifestantes de que teriam que sair. Como não saíram por bem, empregou-se a violência. O mais curioso é que a prefeita de Oakland, Jean Quan, foi uma ativista nos anos 70. Ela não estava na cidade quando a desocupação da praça foi levada a cabo pelas autoridades.

Na noite seguinte (26), os manifestantes tentaram reconquistar o espaço perdido. A polícia agiu novamente e impediu seu retorno. Agora, as organizações sociais de Oakland estão convocando uma greve geral na cidade para o dia 5 de novembro. Andrew Stelzer, jornalista do Free Spech Radio News na cidade californiana, diz que a última vez que uma paralisação do tipo aconteceu nos Estados Unidos foi em 1946. E aconteceu exatamente em Oakland.

Selecionamos algumas fotos sobre a chegada da repressão violenta — e de uma possível baixa, tomara que não — ao movimento Occupy no país onde ganhou mais destaque.

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4 comentários para "Oakland: imagens da violência contra o movimento Occupy"

  1. Joao Neto disse:

    Sobre o comentário do Carlos Alberto eu sofro deste mal da “repressão jurídica-institucional que recai sobre milhões de trabalhadores que lutam por seus direitos em tribunais” pois ingressei com uma ação contra o Estado do Paraná para ser ressarcido pelo enriquecimento ilícito pois sou compelido a trabalhar 59 horas por semana (sou bombeiro militar operacional) enquanto a Constituição do Estado do Paraná determina 40 horas semanais e Federal máximo de 44 h/ semanais, na Sentença o Juiz afirmou que isto é injusto, mas não condenou o Estado a pagar pelas horas de trabalho que recebe a mais do que paga porque não há previsão legal, ou seja, para ele a lei que não existe vale mais que as Constituições do Paraná, a Federal, à Declaração dos Direitos dos Direitos Humanos e aos Princípios Gerais do Direito, tudo isso para servir ao sistema subserviente e puxassaquistica politico econômico…este sistema de injustiças deve ceder a um novo que sirva para todas as pessoas, não para poucos em detrimento do todo…

  2. Carlos Alberto Saugo disse:

    O cenário de conturbação social visto é provocado por um sistema repleto de contradições e que distribui de forma assimétrica seus resultados e espalha, a nível global, a exclusão, fome, miséria e desemprego. A repressão apenas demonstra a incapacidade das lideranças políticas, muitas inclusive que já participaram das lutas sociais como a prefeita de Oakland, em lidar no plano real e não das ideologias, com as situações sociais concretas.
    Mas não é apenas a repressão policial que perturba e mostra sinais de retrocesso de nossas frágeis democracias, também devemos estar atentos à repressão jurídica-institucional que recai sobre milhões de trabalhadores que lutam por seus direitos em tribunais totalmente submissos aos desejos do Estado e de seus governos.

  3. Haremitsu Sebin Sampaio disse:

    Os Estadunidenses ficavam barbarizados com a repreensão aos movimentos populares no Oriente Médio. “Aqueles países sem democracia, sem liberdade. Deveriam tomar nosso país (EUA) como exemplo…”
    Mas agoras estão percebendo que estão no mesmo barco. =/

  4. renato machado disse:

    Nunca ficou tão claro para milhões de pessoas a quem realmente servem os governos e as estruturas dos Estados. Mas , também , ao mesmo tempo , nunca ficou tão claro o poder maior de milhares de cidades , praças e ruas ocupadas por milhares de mulhares e homens conscientes de quem é o grande inimigo. Os dias das corporações e do sistema financeiro , enfim do capitalismo estão com os dias contados. Muitas coisas já vinham acontecendo contrariando a lógica capitalista como por exemplo , a gratuidade , o compartilhamento , a socialização da informação , as artes inquietadoras , os livros desestabilizadores , os artigos conspirantes , os hackers. Mas pelo que se lê , isso é apenas o início.

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