Aquecimento global e os perigos do Ártico

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Derretimento do oceano gelado pode bater novo recorde. Se não interrompido, processo liberará, na atmosfera, imenso volume de carbono hoje retido no permafrost

Investigadores alemães da Universidade de Bremen revelaram no início do mês que, segundo seus cálculos, o ritmo de derretimento do Oceano Glacial Ártico acaba de superar o de 2007 — recorde histórico registrado até o momento. Se confirmados, os dados significarão que soou o sinal de alarme para um fenômeno há muito temido pelos cientistas: o derretimento do permafrost — uma camada de gelo que recobre 13 milhões de quilômetros quadrados (1,5 vezes a superfície do Brasil) no Alasca, Canadá e Sibéria. Sob esta área está armazenado um volume de gás metano que, segundo se acredita, pode contribuir duas vezes mais, para a geração do efeito-estufa, que todo o gás carbônico presente na superfície do planeta. Se liberado, ainda que parcialmente, este gigantesco depósito poderá multiplicar a velocidade do aquecimento global.

Reportados pela Agência IPS, os estudos da Universidade de Bremen ainda não foram confirmados por outros grupos científicos que se dedicam ao exame do Ártico. Ainda assim, parece haver consenso em que o derretimento de 2011 ficará muito próximo do de 2007. Ao contrário do que ocorreu naquele ano (quando o verão nórdico foi excepcionalmente quente), agora as temperaturas estão dentro da média histórica. Nestas condições, um derretimento muito rápido indicaria que a calota de gelo situada no extremo Norte do planeta tornou-se delgada demais, e passou a regredir mais rápido que se previa.

Os recuos que ela já sofreu nas últimas décadas são expressivos. Medida em 2011, a calota ártica é, no verão, cerca de 3,2 milhões de km² menor do que era em 1979, quando se fizeram as primeiras medições, por imagem de satélite. O equivalente a uma Índia se perdeu. O ritmo anual de derretimento é duas vezes maior que há três décadas. A mudança reflete-se em fatos muito concretos. Este ano, mais uma vez, regiões do Ártico antes congeladas no verão — como a Passagem do Noroeste e a Rota do Mar do Norte — estão abertas.

Localizado em terra firme, constituído de gelo e rochas sempre congeladas, o permafrost é contíguo ao Ártico. Localiza-se abaixo da cobertura de terra do solo (veja foto). Sua espessura típica varia entre 0,6 e 2 m — embora possa atingir até 1.500 m, em regiões de frio extremo. Investigações recentes sugere que abrigue entre 1400 e 1700 gigatoneladas (Gt  = 1 milhão de toneladas) de metano — equivalentes a duas vezes o carbono existente na atmosfera.

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6 comentários para "Aquecimento global e os perigos do Ártico"

  1. eru sou o carlos perira das neves da foto referente aos degelo pergunto fica mais terras deponivel pois cegundo comentarios o voluma popucional v sabe o q quero diser e guanto petroleo maganes e ouro pode ter nestas novas terras asim como o caso antartida sera q tudo isto degelo e fabricado caso haarp tenho dito

  2. Carlos Alberto Saugo disse:

    Olá a todos,
    Também aproveito para parabenizar a todos os organizadores desse espaço. Seus artigos são ótimos e os tenho utilizado em meu curso de Geografia que ministro em Itatiba (SP).
    Gostaria de fazer apenas uma observaçao, se estiver corrreto. Embaixo do mapa da região do Ártico não seria correto substituir a palavra carbono por metano (…imenso volume de metano hoje retido no permafrost.)

  3. José Severino Queiroz disse:

    Bom dia!
    O Tema mencionado, ” Aquecimento global e os perigos do Àrtico ” é muito bom e muito importante para a humanidade, porém devem ser divulgados mais dados cientifícos e estatistícos a cerca da elevação de temperatura e quantidade de CO2 na atmosfera em decorrência deste Fenômeno.
    Obrigado
    José Severino Queiroz

  4. Antonio Martins disse:

    Muitas grácias, Cleonice, pelo comentário e elogios. O texto refere-se ao Oceano Ártico, de fato. Mas como o nome já estava mencionado no título, preferimos não repeti-lo no “olho”. Optamos pelo adjetivo que caracteriza aquele mar. Abração e volte sempre. A.M.

  5. Cleonice Ribeiro disse:

    Boa tarde,
    Acompanho sempre o Outras Palavras e gosto muito dos textos.
    Quero fazer uma observação hoje referente o escrito acima “Derretimento do oceano gelado pode bater novo recorde” é “oceano gelado” mesmo? Ou a deveria ser oceano ártico?
    Obrigada.
    Cleonice Ribeiro

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