Para garantir o Direito à Divergência

“Outras Palavras” lança sua campanha anual de financiamento autônomo e novos planos. Inspirados por Pagu, avisamos: os tempos são duros – por isso avançaremos…

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“Outras Palavras” lança sua campanha anual de financiamento autônomo e seus novos planos. Inspirados por Pagu, avisamos: os tempos são duros – por isso avançaremos…

Uma frase instigante da jornalista e escritora Patrícia Galvão, a Pagu, estampa um apelo que este site lança a partir de hoje a seus leitores. “Este crime – o crime sagrado de ser divergente – nós o cometeremos sempre”, diz a autora do romance Parque Industrial e redatora de A Vanguarda Socialista, o jornal dirigido por Mário Pedrosa. Outras Palavras precisa de recursos. Um cenário dificílimo e desafiador exige um jornalismo de profundidade; sem concessões ao superficial e ao panfleto; porém capaz de acompanhar e de intervir nos acontecimentos decisivos que se sucederão no Brasil, nos próximos meses.

Nossa receita para este jornalismo desobediente é frugal – por isso, sustentável. Centenas de colaboradores produzem os milhares de textos publicados pelo site – entre vinte e trinta a cada semana. Seu envolvimento é voluntário e eventual. Uma redação de cinco pessoas, remunerada, trabalha duro para articular esta rede. Propõe pautas, edita os textos, ilustra-os, traduz, publica, divulga. Ao fazê-lo mantém e atualiza, permanentemente, as marcas editoriais e estéticas de Outras Palavras. O orçamento, segundo nossa concepção, precisa ser fechado sem recorrer a empresas ou governos. Em 2017-18, serão cerca de R$ 24 mil ao mês – aí incluídos salários; aluguel, condomínio e despesas; servidores e tráfego na internet; outros itens. É pouquíssimo: um minuto de publicidade no Jornal Nacional – o tempo necessário para que você leia este parágrafo – rende à Rede Globo o suficiente para sustentar nosso trabalho por cinco anos e quatro meses: R$ 1,53 milhão.

Ao menos 80% de nosso orçamento provêm de contribuições regulares dos leitores, por meio do programa Outros Quinhentos. A motivação essencial que os leva a contribuir é política. Para que informações incômodas e análises incomuns continuem circulando, cerca de 750 pessoas doam quantias relativamente módicas – entre R$ 15 e R$ 60 mensais. Porém, nos orgulhamos de ter criado um arranjo não-mercantil que torna as contribuições ainda mais cativantes.

Outros Quinhentos oferece aos que dele participam gratuidades e descontos em produtos e serviços invulgares. Todo o catálogo de editoras como a Boitempo, 34, N-1, Expressão Popular, Autonomia Literária, Alameda, Crivo e Elefante tem preço reduzido entre 20% e 70%. Casas de show como Tupi or Not Tupi, Jazz nos Fundos e Jazz B brindam, todos os dias, entradas grátis. Os ingressos no Teatro Oficina custam 66% menos. Os cursos da Universidade do Livro (Editora Unesp), 50%. São apenas algumas de nossas muitas Parcerias Incomuns. Produtores culturais e da Economia Solidária estão convidados a anunciar em Outras Palavras sem nada pagar em dinheiro. Pedimos, em contrapartida, algo do que produzem. E compartilhamos com quem assegura nossa qualidade editorial e independência.

Em tempos ásperos, o jornalismo de profundidade não pode se retrair. Outras Palavras tem planos para ir além do que já é, apesar da crise. Vamos editar também publicações impressas – o livro A Era do Capital Improdutivo, de Ladislau Dowbor, é nossa primeira incursão neste terreno. Há cerca de um ano, começamos a produzir vídeos. Por meio deles, analisamos fatos destacados da conjuntura brasileira e internacional, e produzimos entrevistas que contribuem para a construção de um novo projeto de país. Vamos tornar tal produção mais frequente. Cultivamos um terceiro projeto, ainda sem prazo de estreia: queremos produzir, além das análises de profundidade, uma coluna de notas breves, construída por uma rede de estudantes e jovens jornalistas.

Uma ideia essencial nos anima. A democracia e o jornalismo estão em crise – mas não basta fazer a constatação, muito menos entoar os réquiens. É preciso reinventar ambos. Há sinais de que isso é possível. Uma nova cultura política está se sedimentando aos poucos, em meio aos escombros da velha ordem. Ela pouco aparece nos partidos, mas está presente em coletivos, em debates que se multiplicam, no desejo, manifestado por tantos, de participação e pertencimento em projetos capazes de superar o estado de depressão social.

Queremos ser – no campo crucial da Comunicação – um desses projetos. Por isso, nas próximas semanas, além da produção normal de Outras Palavras, o site publicará informações sobre nossa campanha e sobre os passos que daremos para ampliar o alcance de nosso esforço atual.

Repetimos: precisamos de recursos. Se possível, contribua desde já. E participe conosco de um exercício de divergência – esta atitude mais necessária que nunca.

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Um comentario para "Para garantir o Direito à Divergência"

  1. A IGNORÂNCIA DO HOMEM
    Estamos aqui, respirando, pensando, existindo. Nasce o sol, vem a noite, o frio, o calor, desfrutamos, sofremos e passamos por tantas coisas…
    Mas, o que é isso que denominamos vida? Isso que denominamos morte? Por que estamos aqui? Onde estávamos? E, para onde vamos? Podemos ir-nos quando quisermos? Podemos pedir para vir ou para ir? A quem? Temos como ou a quem nos queixar se estivermos aqui contra nossa vontade ou sofrendo?
    Tudo é um tremendo mistério. Nossa ignorância sobre isso é total. Como viemos a isto que chamamos de existência? O que é isso a que damos o nome de ‘eu’? O que sou eu? Haverá alguma razão para tudo isso? Fomos criados por uma inteligência superior? Como o universo surgiu um dia? De um ‘big bang’, explica a ciência de hoje. Mas, o que deu origem ao ‘big bang’? Uma singularidade, um ponto infinitamente pequeno no qual estariam concentradas todas as possibilidades. E desse ponto surgiu uma força dotada de tanto poder que, bilhões de anos após seu advento, ainda está em expansão, movendo um sem número de sóis, estrelas e galáxias?! Será que, vamos compreender algum dia? Haverá um plano, um objetivo a ser atingido? Ou eventos, fenômenos, tudo está fluindo aleatoriamente, sem qualquer finalidade? Quantas interrogações que ninguém sabe responder!
    Nós não sabemos nada! Nossa mente não é sequer capaz de imaginar um universo ou qualquer coisa que seja infinita; ou mesmo de imaginar um universo finito; ou algo eterno, isto é, que não teve começo e que não terá fim no tempo.
    Homens sábios deixaram recomendações sobre como proceder para encontrar essas respostas. Mas, seus ensinamentos chegaram até nós de modo a não deixar dúvidas? Sabemos que não! É provável que aqueles que interpretaram suas palavras o fizeram de forma imperfeita. Senão, como explicar a existência de teorias, crenças e suposições tão diferentes? Pontos de vista tão conflitantes que têm provocado até guerras? Qual o significado de tudo isso que está aí, à nossa frente, em torno de nós, isso que dizemos ser nosso mundo, nossa vida?
    E por que alguns possuem essa enorme vontade de encontrar respostas a essas questões? Porque essas perguntas, que ninguém sabe responder, perturbam tanto alguns e não outros?
    É verdade que quando tudo está transcorrendo sem qualquer problema, ou quando tudo está muito mal, o homem nem reflita acerca desses assuntos. Para quê, se tudo vai bem? E se tudo vai mal, haverá tranqüilidade para procurar os porquês de tudo isso?
    O fato é que estamos aqui, e aqui, presos. Se observarmos o que ocorre em torno e dentro de nós, vamos perceber que a vida traz para a maioria, se não para todos, muito mais desgostos, e sofrimentos, do que alegrias. Todos estamos cansados de saber que é assim. Os fatos estão aí, à nossa volta, nas conversas de todos, em toda a historia do ser humano, nos noticiários, em nossa própria família, em nós mesmos.
    Tragédias trazidas pelas forças da natureza ou pelas ações dos homens, doenças e epidemias, violências e guerras, discórdias e incompreensões, ignorância, perdas, dores morais ou físicas, inveja, preocupações, ansiedade, medo, ambição, cobiça, miséria, fome, injustiça, dúvidas, desejos de toda espécie que não se concretizam e muito mais. Talvez, só não perceba que é assim aquele que ainda não chegou à idade da reflexão, de observar aquilo que está acontecendo em torno e dentro dele mesmo; ou aquele que está fechado no que diz respeito apenas ao seu próprio ego.Mas, mais dia, menos dia, o sofrimento chega para todos. A perda de um ser querido, a dor, a doença, a falência, a demissão, o amor não correspondido; o medo de não conseguir o que desejamos e, se o conseguimos, o medo de perdê-lo; a luta pela subsistência, o receio de não darmos conta de nossas obrigações, o fracasso, a cruel competição entre todos, a violência, a traição, a luta para conservar a saúde, a juventude, a beleza, o que amamos, o que conseguimos a duras penas, as injustiças e tantas coisas mais.
    Os momentos de alegria e tranqüilidade, comparados a isso, são tão poucos!
    É provável que, desde sempre, o homem tenha procurado explicações para essas coisas que o acometiam e que o perturbavam. No início, deve ter-lhe nascido o medo daqueles fenômenos e coisas que não compreendia, mas que o inquietavam: o escuro e estranho firmamento repleto de pontos luminosos, o sol aquecendo e espantando a escuridão da noite cheia de medo e de predadores, o frio e o calor, a fúria das tempestades, terremotos, vulcões, inundações; fome, doenças, dores, etc.
    Primeiro, deve ter sentido medo; depois, deve ter mostrado respeito, chegando a reverenciar aquilo que desconhecia, mas que era tão poderoso.
    A imaginação, as crenças sem fundamento devem tê-lo perturbado por muito tempo. Tentou agradar e chegou até a … CONTINUA …
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    … Tentou agradar e chegou até a endeusar aquelas forças que não compreendia; não há como duvidar que sempre, por trás de tudo isso, estava o medo nascido de sua absoluta impotência frente àquelas poderosas forças. Assim, viveu longas eras, cheio de ansiedade e angústia.
    A submissão, adorações e súplicas, não traziam a tranqüilidade de que necessitava. As superstições, com certeza nascidas da imaginação, dominaram o homem. Surgiram crenças e, com elas, a suposição de que os ‘deuses’ deveriam ser agradados. Criaram-se, então, rituais e cerimônias para isso e, depois, locais para a realização dessas cerimônias. Deve ter sido assim que nasceram os templos. Sacrificou animais e humanos iguais a si mesmo, e se martirizou na tentativa de apaziguar ‘a ira dos deuses’. Mas o homem continuou sofrendo. As ações dos ‘deuses’ eram implacáveis e continuavam.
    Com o correr do tempo, homens de mais apurada percepção obtiveram vislumbres do porquê de todo esse medo e ignorância. Do que falaram nasceram outras crenças e as muitas religiões que temos hoje. Suas palavras chegaram até nós, trazidas pelas tradições e pelos relatos daqueles que tentaram nos transmitir o que julgavam ser a verdade. Mas, as interpretações foram muitas e conflitantes. Por isso esse grande número de crenças, tradições, escrituras, costumes, doutrinas e religiões, que estão aí aceitas pelas diferentes culturas do mundo.
    Mas, porque interpretações tão desiguais? Talvez porque tudo aquilo que o homem tentou nos comunicar não foi fruto de sua experiência pessoal. Nasceu do que lhe disseram os antepassados, das tradições respeitadas pelos costumes e culturas. E não é a mesma coisa que, hoje, acontece conosco? Ouvimos, lemos, aprendemos através de discursos e sermões, escrituras, tradições, costumes e culturas, aquilo que julgamos sejam as respostas sempre procuradas; respostas que, cremos, sejam a verdade sobre a razão de nossa existência e do que nos sucede. Mas tudo é de ‘segunda mão’! Nada é fruto de nossa experiência pessoal!
    Aqueles que entreviram o que julgaram fosse a ‘verdade’, movidos pela compaixão despertada ante o sofrimento nascido do medo e da ignorância dos homens, tentaram trazer paz aos semelhantes e não se calaram. Mas suas palavras estiveram sujeitas a muitas traduções e diferentes interpretações em face do entendimento variável dos homens.
    E o que temos hoje? Teorias que deram origem a crenças, doutrinas e religiões, todas diferentes entre si. Conhecimentos contraditórios que, para aqueles que conseguem se livrar dos preconceitos e investigam as religiões e crenças que aí estão, os deixam cheios de dúvidas e suspeitas. Qual estará certa? Qual aquela em que devemos crer? Alguém tem condições de responder a estas perguntas? O profeta, o filósofo, o sacerdote, o pastor, o médium, o guru, o ‘santo’ ou aquele que ‘ouviu’, ‘viu’ ou ‘sentiu’, por suas sensibilidades além dos sentidos, procuraram nos transmitir o que lhes pareceu ser a explicação da verdade. A ciência nenhuma resposta nos dá. Tudo o que nos diz refere-se ao ‘como’ são as coisas, ao ‘como’ chegamos até aqui, ao ‘como’ ocorre isto ou aquilo; mas nunca nos explica os ‘porquês’ de tudo isso. Portanto, o que sabemos, continua sendo de ‘segunda mão’. E, assim mesmo, muitos têm ‘fé’ nisso que aí está, sem qualquer prova e sem sequer questionar o fato de existirem enormes divergências entre as doutrinas e crenças que se dizem, cada uma, ‘a única certa’.
    O homem nem sabe o que ele é; não passa de uma tremenda interrogação para si mesmo. Porque eu existo? Porque eu sou feliz e você é infeliz? Porque um vem à vida no Ocidente e outro no Oriente, ambos sujeitos a sofrer devido aos diferentes problemas dessas regiões? Um tem sua consciência aqui e outro lá? Porque um é homem e o outro é mulher? Um é branco, outro é negro? Alto ou baixo, sadio ou doente, rico ou pobre? Criminoso ou honesto? Corrupto ou íntegro? Uns têm fé e outros não? Porque alguns estão passando a vida em alegrias e festas, outros estão nos leitos dos hospitais, nas prisões ou na miséria, sofrendo e vendo os seus sofrerem? Enfermidades fisiológicas ou mentais? Inteligência, discernimento, percepções totalmente desiguais? Há explicações para tudo isso?
    Algumas filosofias, abraçadas por doutrinas religiosas, dizem que sim; que o homem sofre as conseqüências de atos errados que cometeu no passado. Outras afirmam que nem mesmo devemos questionar, que nunca saberemos as respostas, pois os ‘desígnios de Deus são insondáveis’. Mas, todas elas, ao mesmo tempo em que nos apresentam tais explicações, parece que se esquecem de que ‘aquele’ que criou todas as coisas, do infinito universo à mais ínfima partícula é, conforme suas próprias crenças, onisciente, onipotente, onipresente, sabedoria e infinito amor.
    E não há dúvidas de que viemos, à existência, ignorantes, imperfeitos e simples; que muitas filosofias e doutrinas há que tentam nos ensinar regras e leis para vivermos melhor, num relacionamento ideal que envolva, não somente os humanos, mas todos os seres vivos. Mas, qual a razão porque alguns seguem essas regras e outros não? Porque, conforme elas, seremos penalizados e sofreremos tanto pelo fato de não segui-las?
    CONTINUA …
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