O machismo sutil de quem nos cultua

Na luta feminista, há muito espaço para os homens. Mas alguns deles, tão convictos e extremados, querem… indicar-nos o caminho!

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Por Marília Moschkovich, na coluna Mulher Alternativa

Em diálogo com:

Machismo sutil? Xico Sá dialoga com nossa colunista

“Vivo entre o macho-jurubeba da minha origem do Sertão e o macho em busca da delicadeza perdida aqui nesta urbanidade babilônica”

Por Xico Sá

Recebi recentemente algumas críticas, ao aproximar a cultura de estupro das ideias um tanto filóginas – a princípio – de autores conhecidos do atual jornalismo brasileiro. A filoginia pode parecer contrária ao machismo, uma vez que coloca as mulheres como objeto de admiração e amor. Se pensarmos um tiquinho, porém, é possível sacar de que maneira a filoginia pode ser absolutamente machista, e como o pensamento do machismo filógino compartilha as ideias mais básicas do que chamamos de “cultura do estupro”.

Vamos pensar por etapas, compreendendo essas definições todas. Vejam, o machismo é uma maneira de pensar que coloca os homens como detentores do poder sobre as mulheres. Até aí, imagino que não seja lá muito difícil entender, certo? Pois então; a filoginia seria um grande amor generalizado pelas mulheres. Vocês já devem ter lido textos como este, de Xico Sá, e este, de André Forastieri, que exaltam qualidades das mulheres, nos elogiam e nos colocam numa posição quase de “seres sagrados” – como são as vacas, para os hindus.

O cavalheirismo, por exemplo – o homem pagar a conta da mulher num restaurante, quando saem como casal, ou abrir a porta do carro para que ela entre, ou afastar e aproximar cadeiras à mesa, etc – é uma confusa mistura dessas duas coisas. Tanto que a atitude é sempre extremamente polêmica, quando as feministas entram na conversa. É desse aparente conflito entre machismo e filoginia que surge a polêmica: amor e admiração não seriam bons? Será que as feministas são mesmo umas mal-amadas?

É justamente esse suposto conflito que precisamos desconstruir. A filoginia é em geral machista, mesmo que o machismo não seja sempre filógino. Eu diria que este é apenas um dos tipos de machismo que podemos identificar numa sociedade como a nossa: o machismo filógino.

Os textos linkados no segundo parágrafo são excelentes exemplos. Os machistas filóginos têm a plena convicção de que estão fazendo um bem, ao definirem publicamente o que é certo, errado, bom e ruim para as mulheres, e o que nós devemos ou não fazer. Usam seu privilégio de homens, numa sociedade estruturalmente machista, com intenções a princípio boas. Por exemplo, validar padrões estéticos diferentes dos mais aceitos (como nos textos citados). Mas reforçam o machismo, porque entendem que realmente teriam o poder de fazer essa validação. Nós mulheres, então, dependeríamos de sua aceitação para nos aceitarmos.

Além da heteronormatividade escancarada nesse tipo de pensamento, também é possível notar que – diferentemente do que qualquer feminismo possa jamais propor – o machismo filógino está baseado em conferir aos homens poder sobre as mulheres. Quando um homem qualquer defende que “as mulheres” façam, ou deixem de fazer, qualquer coisa, simplesmente porque acha que é melhor, esse homem está necessariamente sendo machista.

Isso não significa que não haja espaço para homens na luta feminista. Significa apenas que eles precisam se compreender nesta luta como coadjuvantes. Escutam, apoiam e adotam atitudes que possam conferir mais poder às mulheres com quem convivem e menos a eles mesmos. É só com uma vasta diminuição nas “chances de homens exercerem poder sobre mulheres” (como diria Foucault, para quem o poder não é um bem que se pode possuir) que ultrapassaremos, de vez, o machismo.

Por isso, caríssimos colunistas supracitados, nós feministas dizemos com clareza: guardem para si mesmos suas opiniões sobre as barrigas, bundas, magreza ou dobras de quaisquer mulheres. Vocês não estão em posição de nos dizer como nós devemos ou podemos ser, ou deixar de ser. Nem vocês, nem ninguém. A não ser que desejemos explicitamente ser machistas. Eu (por enquanto) duvido que vocês queiram.

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118 comentários para "O machismo sutil de quem nos cultua"

  1. Natan Sabino disse:

    E a louça na pia aumentando?

  2. Sil disse:

    Simplesmente o melhor comentário até agora!

  3. Sil disse:

    Gil Teixeira,
    Ainda não decidi se está sua última postagem é trágica ou cômica, provavelmente os dois…kkkkk

  4. Sil disse:

    Caramba, seu comentário conseguiu superar o do Gil Teixeira em matéria de distorção da realidade…

  5. Sil disse:

    Gil Teixeira,
    Achei o artigo ruim, porém reconheço que cai como uma luva pra essa sua postagem lamentável…
    Que vergonha alheia!…

  6. Victor disse:

    Um mundo cheio de Dado Dolabella e vocês preocupadas com ~filóginos~.
    Acho falta de objetividade e implicância.
    Por quê?
    (Agora, não precisa responder pra mim, respondam pra si mesmas. Se interessa falar sobre o que eu proponho é só pegar e elaborar, estou aqui para ver isso mesmo)

  7. O texto acerta em cheio ao afirmar que o homem deve ser coadjuvante nessa luta. Sou parceiro.

  8. gabriel souza disse:

    já hospedei dois mebengokres que sempre viveram no xingu. quando me viram cozinhando (pra eles) enquanto minha namorada estudava se mijaram de rir e perguntaram por que eu não tinha mandado ela cozinhar. passaram 10 dias na cidade matando cachorro a grito, não falavam de outra coisa e só sossegaram quando descobriram a vila mimosa…
    (tão nocivo quanto qualquer machismo é essa inocência romântica que divide o mundo entre bonzinhos e mauzinhos)

  9. Mais de um ano depois eu volto aqui pra dizer: eu estava errada (com a resposta acima). Eu não tinha tempo de militância e conhecimento suficiente para ler o texto e interpretar empiricamente. Minha resposta foi típica de iniciante na causa. O tempo é a melhor escola. Não adianta termos a receita em mãos, só vamos captar a mensagem a vivendo. Enfim, um ano depois de dar essa resposta de bosta, eu aprendi que: só sei que nada sei. Calar mais, escutar mais, aprender. É isso.

  10. James disse:

    O homem que demasiado se preocupa com tais questões é um infeliz de marca maior. O feminismo, julga-se ser movimento que é por fim da relação entre homem e mulher, entretanto determinados seres dessa ala, a maioria a propósito crê que o homem não deve interferir nessa questão, sendo ela unicamente pauta feminina, ou seja, maquiadamente parece que é uma questão que a elas pertence, entretanto ambos os lados são envolvidos. Ou seja, melhor é que o homem esqueça de tais questões e ignore determinados seres que desejam mudar o comportamento social sem que o outro lado seja ouvido, mera tentativa de controle. A verdade é grande parte das feministas que vejo, não sei se apenas aquelas de pouca idade, colocam roupas de “não mereço ser estuprada”, com um ar de misandria, e após desistir do movimento muitas vezes após várias experiências lésbicas do tipo – não precisamos de homens- em confissão particular mostrar que tem a fantasia sexual de serem chamadas putas, gamam em cafajestes, etc… Desisti de ouvir a feministas, muitas vezes suas integrantes são apenas seres que deveriam estar em um consultório. Não vejo parte do movimento, formado por sensatas criticar esse padrão. Também não creio em equidade biológica nos seres (queria muito) além disso não acho direito como se vê na prática não dita que o fetichismo feminino tenha livre arbítrio mas o masculino deva demonizado. Melhor é que o homem ignore tais questões para que não se torne refém de alienações, e a mulher que se atenha ao que é melhor a ela, se não quer discutir mas sim decidir que não se discuta o assunto, se não quer que o homem puxe a cadeira para que se sente, diga isso, e se o homem estiver satisfeito com a concessão tudo bem, senão, busque aquela que seja-lhe compatível.

  11. yume disse:

    Sabe….quando me deparo com tanto analfabetismo funcional feminino como este comentário e tantos outros aqui eu me pergunto se a inteligência feminina não passa de um mito…e francamente,já estou convencida que muita mulher brasileira não merece ser defendida,merecemos acultura do estupro,nós defendemos essesistema e apedrejamos nossos defensores….

  12. tatiana disse:

    Achei um pensamento muito pequeno esse. Então a ideia é atacar homens que emitam opinião sobre as mulheres? Vinicius fez poesia! Poesia sobre o corpo sim, algum problema? O problema é só pra quem é mal-resolvido (a), e em quem vê isso com olhos nojentos, impregnados de sentimentos ruins. O amor, esse sim está acima de tudo, e se fosse pregado aqui em algum texto, com certeza seria mais sensato e mais produtivo. Agora atacar os outros porque falam do seu corpo (magro/gordo/esquisito ou periguete, qual corpo for), isso é pequeno demais. Melhor talvez ignorar. Isso leva o feminismo e suas conquistas a um novo status: o de movimentozinho de mulheres chatas e mal-amadas. Isso tira o foco das conquistas, isso deixa as coisas rasas. E só estou escrevendo aqui pq perdi meu tempo lendo.

  13. Maria de Lourdes disse:

    sabe…nem perdi muito tempo lendo as asneiras machistas aqui…mas é surreal ver tanta mulher achando que é elogio ser reduzida á um corpo desfrutável;cada vez concluo mais que não vamos avançar muito se não atacarmos o machismo feminino,se conmtinuarmos com tanta indulgência com essas mulheres que servem de muleta para o sistema….

  14. Achei que fosse só eu que via o machismo de Vinícius de Morais. Cool, poético, safado? E daí? Por isso menos machista? Bota Vinícius na roda, sim. Olhe para os escritos de Vinícius e me diga que ele não quer que a mulher agrade. “Que me desculpem as muito feias”, em Receita de Mulher.Que me desculpem os ingênuos, mas “A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face”.
    Vinícius, em sua receita, não fala de mulher, fala daquilo que lhe apraz, e fala como se falasse de um cachorrinho de exposição. Na receita de Vinícius a mulher pode ter poesia, mas não tem alma. A beleza é estética e a capacidade de se encaixar nas preferências do poeta é o que faz a “mulher” ser aprovada. A mulher de Vinícius é como a mais bela das calopsitas domesticadas, apreciada pelo que pode dar enquanto formas e jeito, enquanto “objeto de admiração” que realmente é objetificado e realmente não é admirado.
    E Xico Sá, como pontua a autora, segue pela mesma linha. Machismo sim, minha gente, admite que dói menos. Nada de tábua, aponta ele, deve haver uma hipótese de barriguinha “na fêmea”, aquele “espetáculo”. E homem que é homem, não sabe, nem procura saber, a diferença entre estria e celuli…zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
    Homem “que é homem”, homem “de verdade”, deve ou não deve, mulher deve, “tem que”, pode, não pode, beleza é isso ou não é. Eterno revirar de olhos.
    Ficaria evidente se colocássemos o contrário: nada de pochete, nem hipótese de peitinho, além de fora da realidade salutar, não é apreciável (como se a apreciação fosse objetiva). É preciso que haja ao menos, uma hipótese de tanquinho. Que haja aquela quadradinho mágico quando o homem se levanta ereto. O realíssimo quadradinho do macho. Espetáculo. E que não fique apenas na hipótese. Que haja um tanquinho mesmo. Pelos homens reais, sem bomba, mas que curtem a vida e tem outras aspirações. (???)
    —-> Notável como dessa maneira se percebe que não há um apoio às mulheres REAIS, mas a mulheres IDEAIS. O “ideal” na mulher, é cuspido de forma a parecer que há apoio às mulheres reais, mas “que me desculpem as feias, beleza é fundamental”. A GENTE DESMASCARA FÁCIL O DISCURSINHO HIPÓCRITA QUANDO LÊ, LOGO APÓS SE DEFINIR O QUE É IDEAL E BELO PRA MULHER UMA FRASE DESSAS: “Todo o segredo está na capacidade de safadezas. Nunca no tamanho ou no peso.” Que estranho, Sr. Xico Sá, achei que era preciso uma barriguinha e que as magras-cabide eram indesculpáveis. Vai ver o Sr. está meio confuso, entre destilar o seu machismo inconsciente e adotar o discurso de que beleza é mais que aparência física e tesão se dá na troca sensual subjetiva.
    Sr. André Forastieri também deu vários tiros no pé como bem apontado pela autora.
    “Não sou bobo de defender um padrão único de beleza para mulher. Seria muita pobreza de espírito, e pelo contrário, quanto mais diversidade, melhor para os olhos e para nosso caldo genético.”
    Não, é bobo de defender que haja um padrão. Título do texto: Quer ver mulher feia e brega? Vá ao São Paulo Fashion Week (estrelando Gisele)
    Vamos depreciar a mulher fora do padrão diverso que eu adotei, gente? – chama André. Penso no contrário: quer ver homem feio e brega? Vá ao evento de Halterofilismo “X” (estrelando Arnold).
    “Sei o que é uma mulher bonita. Entendo que não se resume a medidas, proporções, alturas e larguras. Nem a cor, cultura ou idade. Já viajei aos cinco continentes, e compreendi que beleza é contexto. Já aprendi que uma mulher pode não ser bonita e pode ser bela, e uma mulher pode ser feia e ser muito sensual.” – Ok
    “Há uma piada velha de que as modelos mulheres são sempre feinhas, e os modelos homens são sempre bonitos, porque os estilistas são todos gays. É duro não matutar sobre o assunto quando você vai a um evento de moda. Os homens são bonitos, fortes e másculos, sejam homo ou hetero. São o ideal de homem. As mulheres não são o ideal de mulher, de jeito nenhum.”
    Ah, então não só existe um ideal de mulher para tentar nos apresentar como está sendo criticado que essa beleza de curvas para agradar os homens sexualmente não está sendo apresentado. Poxa vida!!! Porque nos desfilem os caras são gostosos e as modelos não???
    “Gisele é feia? Não. Ficaria mais atraente com mais uns quilinhos nos lugares certos? Na opinião de 99,99% dos machos do planeta Terra, sem dúvida nenhuma.” – E DAÍ??????????????? Porque Gisele tem que agradar a 99,99% dos machos do planeta, AINDA MAIS QUANDO A BELEZA AQUI TEM UM CONTEXTO, QUE POR ACASO É TENTAR AS MULHERES? SÓ O QUE O SR. ANDRÉ ESTÁ FAZENDO AQUI É DIZER: PORQUE NESSE EVENTO SÓ AS MULHERES E OS GAYS TEM OS OLHOS AGRACIADOS COM CORPOS QUE EXCITAM A MAIORIA?
    “De perto, elas são todas muito mais secas, e muito menos atraentes. Esses dias estava traçando uma picanha perto de casa, restaurante desencanado na Vila Madalena. Entrou uma atriz brasileira bem famosa, com uma amiga. Vestia roupa bem normalzinha, era um sábado à tarde. Cadê o bocão, as curvas, o sex-appeal? Era só mais uma moça mirrada.” HAHAHA pérola!!!
    “É possível uma mulher ser magérrima, ou fortona, e linda. Mas esses padrões que vêm se afirmando no país são bizarros – tanto essa magreza esquizofrênica, quanto seu oposto, as musculosas paquidérmicas de reality show.” – Ótimo, beleza, maravilha, aqui ele volta à realidade e critica o padrão de beleza feminina do mundo da moda e da mídia porque nos é empurrado para nos fazer infelizes. Mas todo o resto do texto ele passa reclamando porque as mulheres ideais desses mundos não correspondem a um modelo único ideal de beleza – a gostosa meio termo entre os extremos, com curvas e “bocão”. Parece coisa de gente delirante, esquizofrenia mesmo, que diz que tá de dia mas que precisa ir pra casa porque já anoiteceu.
    Frase que desmascara todo o texto: “A mulher fica mais bonita quando à vontade no seu corpo, e caprichando um pouco para nos agradar, seduzir, encantar. Ah, e a missão da mulher por acaso é ficar bonita para o homem? Claro que não. Mas agradecemos de coração.” CLARO QUE NÃO, MAS VC NÃO OUSE PENSAR QUE VOU TE ACHAR BONITA SE VC NÃO BUSCAR ME IMPRESSIONAR, ME SEDUZIR, ME AGRADAR. MULHER BONITA É (ZZZZZZZZZZZZZZZZZ) AQUELA QUE SE PREOCUPA EM AGRADAR O HOMEM. MACHISTA, E RIDÍCULO, PONTO FINAL.

  15. Tati disse:

    Pois é, que cada mulher decida se deve ou não haver uma hipótese de barriguinha, muita barriga, barriga nenhuma. E que cada homem se sinta também livre para entender ou não o que é estria, inclusive as deles mesmos, e principalmente que apoie a decisão de cada mulher sobre seu próprio corpo. Que nenhum homem se sinta no direito de tachar uma mulher de brega só porque ela faz algo que ele não entende ou faz do seu corpo algo que ele não aprova. E não venha me dizer que entende de mulher. Mulher não é uma generalização, nem uma coisa, nem uma disciplina científica para você dizer que entende de mulher como acredita que entende de vinhos, ou de arquitetura, ou de futebol. E que fique bem claro: não importa nem um pouco se um homem a acha atraente ou não. Ela precisa antes de tudo agradar a si mesma. Gente legal já vai achar isso o máximo por si só. Em tempo: que os homens também não precisem de um ideal e não se sintam obrigados a repetir padrões que, em última instância, perpetuam o machismo.

  16. Fabiano disse:

    Os textos do Xico Sá e do Forastieri que claramente se opõe a um padrão de beleza imposto (algo muito combatido pelas feministas) são considerados machistas ?
    Então posso entender que toda poesia, musica, pintura, toda arte feita com inspiração na mulher e para a mulher é uma espécie de machismo porque tais obras no fundo querem dizer como a mulher deve ser, como pode ser ?
    Então elogiar uma mulher é algo machista porque aquele elogio esconde uma intenção de dizer a mesma o que é belo, esconde a aprovação (que a mulher não precisa e não pediu) do macho-patriarca-opressor ?

  17. Maria disse:

    Eu li todos os comentários e não concordo inteiramente com nenhum. rs
    Eu concordo com a ideia central desse texto da Marília Moschkovich, mas discordo de algumas passagens.
    Eu concordo que há muito de machismo e de heteronormatividade na filoginia. Vejam só esses dois textos que ela anexou!
    Acontece que eu não concordo com esse trecho:
    “Isso não significa que não haja espaço para homens na luta feminista. Significa apenas que eles precisam se compreender nesta luta como coadjuvantes. Escutam, apoiam e adotam atitudes que possam conferir mais poder às mulheres com quem convivem e menos a eles mesmos. É só com uma vasta diminuição nas “chances de homens exercerem poder sobre mulheres” (como diria Foucault, para quem o poder não é um bem que se pode possuir) que ultrapassaremos, de vez, o machismo.
    Por isso, caríssimos colunistas supracitados, nós feministas dizemos com clareza: guardem para si mesmos suas opiniões sobre as barrigas, bundas, magreza ou dobras de quaisquer mulheres.”
    Eu entendo pq a Marília tem essa posição e respeito. Mas eu não compartilho dela. Esse tipo de posicionamento está ligado a uma visão do homem como uma classe opressora. Essa visão se alinha às ideias da segunda onda do feminismo.
    Eu respeito profundamente as feministas que têm ideias afins à segunda onda do movimento feminista, mas não me identifico com elas. Eu me identifico com a terceira onda do feminismo que tem uma visão mto diferente sobre o movimento e sobre a participação dos homens nele. Pra mim o feminismo é uma questão humana, uma questão de igualdade, e por isso acho que os homens são tão importantes para o feminismo quanto as mulheres. Pq é impossível redefinir as questões ligadas ao gênero feminino na nossa sociedade sem redefinir as questões ligadas ao gênero masculino. E isso fica óbvio quando falamos de cultura do estupro, por exemplo. Quando as minhas companheiras feministas dizem que o caminho não é dizer às mulheres que elas não devem ser estupradas e sim dizer aos homens que eles não devem estuprar elas estão reconhecendo o papel fundamental que o homem tem no feminismo. Pra citar um exemplo, a mulher só poderá ser livre dos estigmas da submissão e da fragilidade quando o homem por sua vez também for livre do estigma da dominação e da potência. Por isso eu quero homens lutando ao meu lado.
    E para dialogar diretamente com o texto da Marília, eu posso dizer que eu quero sim homens falando sobre as barrigas, as bundas, a magreza ou as dobras de quaisquer mulheres, mas para falarem que nós somos livres para termos as barrigas, as bundas, a magreza ou as dobras que bem quisermos ou pudermos. Quero homens que reconheçam publicamente a nossa autonomia. Um aliado que se cala quando as outras pessoas podem e/ou querem ouví-lo não é um aliado. Um aliado que tem que se calar quando as outras pessoas podem e/ou querem ouví-lo não serve como aliado.

  18. Caio Eduardo Gabriel disse:

    Porra, é fácil saber o que é homem querer ser protagonista, não é? É apenas ver que eles não ficam quietinhos e deixam elas decidirem o que é melhor…quer que puxe a cadeira? Sim senhora. Não dizer nem que é bom nem que é ruim é não querer fala por…
    Machos, acharam que a autora é insana?
    CAGUEI, macho

  19. Paula disse:

    Ótimo texto. O que mais desanima é ver que grande parte dos comentários são reacionários, explicitando o quão enraizado o machismo ainda está na nossa sociedade e demonstrando a ausência do mínimo senso crítico por parte dos comentaristas.

  20. Eunice disse:

    Fiquei triste de ver os comentários de pessoas que até se consideram respeitosas, mas expressam um pensamento atrasado.

  21. helena meidani disse:

    Ops!
    Mandei o comentário sem querer, antes de terminá-lo.
    O problema é que ainda estamos um pouco longe do ponto central da questão, que é política, como políticos são também o racismo, a homofobia, o consumismo, a drogadicção (inclusive por drogas “lícitas” como os remédios)etc.
    Mas, vivendo numa democracia e tendo na presidência quem temos tido nos últimos anos, a conversa certamente continuará andando e melhorará, como tem melhorado o Brasil e como temos melhorado também os brasileiros e as brasileiras.

  22. Muito bom seu texto, Marília, e, de certa forma, fez o que se propôs a fazer: deu assunto pras pessoas conversarem sobre o tema.
    O problema é que, infelizmente, ainda estamos um pouco longe do ponto central da quest

  23. Yume disse:

    Bruna,me diga se a sociedade em que vivemos permite nós mulhers opinar e definir o que um homme deve ser.Recentemente,uma propaganda da Gillete provou que não….é essa aigualdade que vc prega? Impressionante como tem sempre uma mulher defendendo o machismo,distorcendo o que um texto feminista quer dizer,dando munição para homesn que nos odeiam e nos oprimem.Realmente,somos nossas piors inimigas.

  24. Mariana Cunha disse:

    Ótimos texto, não dê bola para os reacionários, afundados em seus privilégios.

  25. Monalisa Gama disse:

    É complicado opinar, quando todos estão armados até os dentes, com argumentos batidos e pré-formulados, é difícil se posicionar honestamente, quando se corre o risco de ser julgada machista, simplesmente por discordar… A luta contra a heteronormatividade, ergue, e a cada dia mais alto, o muro da intolerância homonormativa… Filoginia? É assim que se escreve? Serei julgada se errar isso também. O abrir a porta do carro, a conta paga do jantar, esses homens querem mesmo nos humilhar, como são ardilosos, não? Até na gentileza, socialmente construída, revestida de uma sutil dominação… Como são maus esses homens! No entanto, essas condutas tão aristocráticas, nos fazem até certa falta, ou não? Não reclamamos dos maridos que são grossos e insensíveis…Não olhamos com olhos marejados os filmes em que o cavalheiro tão terno toma em seus braços a dama, com amor e proteção… Será que somos assim tão carentes do mando masculino, que esses sentimentos também são incorporados por esta cultura machista que nos ensinou a amar e ser amada dessa forma? É possível que sim… E o que se propõe de ruptura, não passa de uma nova normatividade… O movimento feminista, enquanto organização, cria, revestidos por discursos de liberdade e igualdade, formas diferenciadas de dominação do corpo, dos sentimentos, das sensações… Uma vez feminista, é preciso seguir certos padrões, estando, em caso de infração, sujeito a constrangimentos e coerções de toda ordem…
    Nisso, resumo, que é preciso entender a sociedade partindo de suas vivências práticas, escolhas e experiências individuais, e não apenas sobre os discursos formulados por grupos organizados, que jamais alcançaram a complexidade da vida social.

  26. Cristhian disse:

    Não existe como nega o machismo, ele está escancarado a nossa frente, é apenas um esforço de abrir os olhos. Dignificar a mulher, e desde quando a mulher não é diga de tratamento igual ao que recebemos? Estou casado a pouco tempo e tento me atentar contra o machismo cultural que exerço contra minha mulher, mas não é algo simples perceber nossos atos machistas, ainda mais que para nós isso sempre foi o normal, o aceito. Concordo e quando posso participo das causas feministas, até poruqe sei que muito tenho a aprender com as mulheres e os preconceitos que essas sofrem no dia a dia.

  27. eduarda disse:

    Marília, seu texto esta uma ou duas oitavas acima do nosso nível social de consciência do meandros do machismo. A percepção das posições opressivas, quando estas estão tão bem disfarçadas, há ainda que esperar um bom tempo por aqui. Haja vista a similar crença que não somos um povo racista, alimentada pelos mesmos artifícios ardilosos, que muitos embarcam na maioria das vezes sem consciência e outras, sem o mínimo pudor.

  28. dk disse:

    Felizmente as pessoas tem o direito de dizer o que elas quiserem. Isso vale para os machistas e para as feministas. Censura está longe de ser o caminho certo. Seria uma regressão. Pra mim, ter atitudes feministas é não se vitimizar pra tudo e dizer foda-se para os padrões que não querem seguir. E não um foda-se doido e ressentido, um foda-se do fundo do coração.

  29. Concordo plenamente com a Bruna, o texto da da Marília foi tolo. Qual é o problema da mulher ser exaltada? Afinal o homem também não é vítima de padrões estéticos, menos do que a mulher, mas também não é?Extremismo, radicalismos em pleno século 21? Isso não se chama feminismo é sim paranóia. Até que enfim a gente acha alguém com sensatez.

  30. cai disse:

    e nao me venha citar foucault no meio disso. ao invés de um mero binarismo homem-mulher que o feminismo venha para propor uma experimentação da sexualidade e dos modos (im)possíveis de amar e desejar!

  31. Eric disse:

    Pelo menos de acordo com o que eu encontro por aí, infelizmente a grande maioria das feministas têm a mesma posição que a Marília. No fim, a ideia que acaba prevalecendo é: “quero que mulheres tenham mais poder, então que se dane se é justo ou igualitário”, em vez do “lutamos pela igualdade de direitos” que tanto repetem.
    Você é uma das primeiras feministas que encontro que faz (ou fala) o que prega. Parabéns.

  32. Carmen Lúcia disse:

    Quase sempre rio muito com esses posts da Marília.

  33. Julio Misfits disse:

    Oii adorei sua resposta , isso que eu queria dizer tmb , eu acho que se o homem verdadeiramente gosta de mulher ,deveria sim se unir as causas feministas e lutar contra todas as formas de opressão ,por ex: como eu sou da cultura machista , me doutrinaram para não vestir as mesmas roupas das mulheres , não usar batom ou se comportar ”femininamente” como não falar fino , não ser delicado e etc..e eu penso que essa guerra de sexos , só oprimirá quem não se adequou aos padrões pré-estabelecidos :/

  34. Jacque Cética disse:

    Texto perfeito,sempre me incomodei MUITO com esses machismos disfarçados de admiração ( os caras colocam as mulheres num pedestal tão alto,somos mais amorosas,perdoamos com facilidade,entendemos as ogrisses e até achamos graças,rimos e relevamos a falta de jeito do cara como pai,como marido,aceitamos como normal ele não ser capaz de fritar um ovo,afinal,o que seria deles sem nós né? etc…..enfim,e tem muita iludida que compra esse discurso massacrante ” olha só,nós mulheres somos fodas mesmo” e enquanto isso,a trolha,no mau sentido,vai entrando) não quero ser colocada num pedestal,nem quero ser colocada debaixo dos pés,só quero que a minha humanidade seja reconhecida.

  35. Renato Grilo disse:

    Só tenho uma coisa a dizer: prefiro Vinicius de Moraes a essa coisa toda…

  36. EXATO. Feminismo é um movimento pela IGUALDADE entre gêneros. Se os gêneros são postos como iguais, eles têm peso IGUAL dentro da luta. Ambos gêneros perpetuam machismo, ambos devem lutar contra.
    Exemplo bobo mas são: homens que gostariam de usar saia.

  37. Ivy V. Mab disse:

    “Guardem para si mesmos suas opiniões sobre as barrigas, bundas, magreza ou dobras de quaisquer mulheres…”
    Guarde para si é o caralho!
    Agora vcs deram de querer idealizar um vetamento da liberdade que um homem tem de se expressar uma opinião. Aff Era só o que me faltava.
    O texto diz ser feminista, mas nas entrelinhas carrega um conteúdo completamente opressor e “caga-regras”. Essa contradição só nos revela o quão mesquinha (ou burra) é a pessoa que o escreveu.
    Pra refutar sua ideia “totalitária”, usarei suas próprias palavras: “você não está em posição de nos dizer como nós devemos ou podemos ser, ou deixar de ser. Nem você, nem ninguém”. Repito, NEM VOCÊ NEM NINGUÉM!
    Cada um deve ser livre para reinar sobre si, do jeito que bem entender. Dentro do “legal”, todos devem ser livres para serem do jeito que quiserem.
    Quem adota um posicionamento que visa “cagar-regras” sobre as opiniões dos outros, e suas respectivas liberdades para expressá-las, não passa de um opressor hipócrita.
    Caia fora da minha luta com esses seus “códigos de conduta”, sua falsa feminista.

  38. Mariana disse:

    Não sei se você lê esses comentários todos – eu não me dei ao trabalho de fazê-los, por isso não entrarei numa possível discussão começada, mas vou só expor o que acho disso, espero que você chegue aqui!
    a mim, me incomodam os homens falarem sobre as mulheres, pessoalmente. porque estou irritada com eles na minha vida pessoal, não gosto que digam se sou bonita, feia, gorda ou porra nenhuma, porque estou farta do patriarcado me oprimir, julgar, condenar ou cultuar de acordo com o meu “sexo” com a minha “beleza” ou “feiúra” de acordo com o meu “temperamento” ou qualquer outra coisa. porque sou mais do que aparento ser, e sou mais do que o meu sexo, feiura, temperamento, etc. e acho um saco que me sexualizem, ditem ou façam qualquer coisa sem ao menos saber quem eu sou.
    não acredito, entretanto, que isso seja Machista, mas sim simplesmente desprezível – no sentido de ser um comentário a ser desprezado, e fim.
    acredito que pior do que isso, é ver tantas mulheres “apaixonadas” pelo xico sá ou escritores que “cultuam” as mulheres. porque em vez de amar a si mesmas, e compor juízos ou não-juízos sobre elas mesmas, deixam que os homens o façam.
    – será que não estaria aí o machismo? o querer ser “criada” “escrita” “cultuada ou não” pelo outro – e um outro ainda, um homem que, historicamente, vem nos oprimindo?
    então 1) seria uma atitude que ignora o poder do homem ao longo da historia, e faz a manutenção dessa liberdade
    e 2) deixa que o outro diga a você o que é que você é
    – independente de ser homem ou mulher
    (por isso não diria que é machismo, mas sim falta de consciência de si 1politica/historica, e 2pessoal)
    legal o espaço de abertura desse tipo de discussão,
    abraço
    mariana.

  39. Gil Teixeira disse:

    Márcia,
    Tem razão quando diz que se pretende classificar a mulher como ente mais espiritual e o homem como o “rei da selva”, a primeira, quiçá mais virada para o outro mundo, e o segundo com os pés, e as mãos, no mundo actual, mas são sobretudo as mulheres que defendem essa posição.
    Verdade seja dita da mulher nasce e o homem, e sem o corpo da mulher não haveria homens.
    Há ainda outra análise que pode ser feita, e que passa despercebida aos olhos de grande parte da sociedade, e que está relacionada com o ascendente de muitas mulheres sobre os homens, e que estes calam por machismo.
    Relembro o que disse na minha anterior intervenção dirigida à Ana Rosa, “Todos somos diferentes e todos somos iguais, e há espaço físico e intelectual para todos.”
    Abraços.
    Gil Teixeira
    Lisboa/Portugal

  40. Marcia disse:

    Uma vez li um texto que falava sobre esse problema… dizia mais ou menos assim… quando a mulher é cultuada, colocada num pedestal, tratada como uma deusa, é também uma forma de desumanização.
    Esse homem vê na mulher não um ser humano, não um igual, e sim um objeto de adoração.
    Algumas religiões caem nesse problema também, ao considerar o homem um ser mais material, e a mulher um ser mais espiritual.
    Ou seja, elas deixam claro que o mundo atual é dos homens, que as mulheres terão vez num mundo vindouro pós-morte.
    É pra se pensar.

  41. FRANCISCO PUCCI disse:

    Interessante o texto e também os comentários. Adorei a sutileza de perceber inter legere o posicionamento machista travestido em defensor das mulheres. Contudo, tudo ruiu no último parágrafo, quando a autora “grita” para que os homens não expressem suas opiniões sobre as mulheres. Isso, além de social e culturalmente impossível, é que alimenta o debate. Sem que expressemos nossa opinião, como compreender o machismo que se esconde em nossos hábitos? Esperei um fim menos “feminista” (o contra-ponto do machismo) que se expressou no mandar-me calar a boca. Por essas e por outras é que as religiões, os partidos, os gêneros e as cores não se entendem.

  42. Thalyta Bittencourt disse:

    Amei o texto!!!

  43. spooky buk disse:

    Risível, hahaha. A autora acusa os homens de se acharem melhores, enquanto (em nome da igualdade) sugere que as mulheres é que ocupam esse espaço! hahaha Na luta pela igualdade, os homens são apenas coadjuvantes! Marília, você é ridícula. Você, pessoalmente, e as suas ideias sexistas que – assim como o machismo – pretendem separar homens e mulheres em lugares distintos.A sua luta não é pela igualdade, mas por um machismo de cabeça pra baixo. Se alguém fala algo sensato em relação à igualdade sexual, não importa o sexo desse porta-voz. É a sua sugestão de que apenas mulheres podem contribuir que vem de preconceito e ignorância.

  44. Isabelle Barbosa disse:

    Kiwi, foi justamente o que eu disse,o que me incomoda é o fato de que nunca fariam um texto desse pra homens. Mas tem mulheres, e homens gays, que preferem homens mais magros, outros que preferem caras mais musculosos. O homem que não tem exatamente o corpo de um modelo não é julgado por ninguém, e justamente por isso não precisa de um texto, como esse do André, incentivando-os a terem um corpo natural, não há necessidade pois não há julgamento, o que não ocorre no caso de mulheres, as mulheres são sim julgadas quando estão acima do peso! Por isso eu acho que textos como esse são importantes para que haja equilíbrio, para que mulheres que possuem um corpo diferente do das passarelas ou dos reality shows não se sintam mal por causa disso, mas se sintam incluídas de outra forma. Para que saibam que a magreza não é a única forma possível de beleza, coisa que os homens já sabem há tempos.
    A expressão “ódio às mulheres que são o querem ser” é exagerada. Pois é o mesmo que dizer “ódio aos heterossexuais”, ou ódio a qualquer indivíduo que já seja louvado pela maioria da sociedade. Essas mulheres, como Isabel Goulart e Gisele, não precisam serem chamadas de lindas pelo André, porque elas já são louvadas por todas as revistas de moda e mulheres do mundo todo, o que não ocorre no caso das mulheres com corpos “normais”.

  45. Quesia disse:

    Eu concordo com a Bruna, excetuando-se o adjetivo de mal amada, porém não concordo com vc. Bem, se vc for a mesma sacha do comentário acima, que disse gostar do cavalheirismo, devo dizer que há diferença entre gentileza e cavalheirismo.

  46. james martins disse:

    só uma dúvida: enquanto homem, eu, afinal, posso ou não ter opinião sobre o artigo?

  47. Gil Teixeira disse:

    Ana Rosa,
    Agradeço o seu post que destaco pela sua clarividência e honestidade.
    Este debate está coxo porque assenta num paradoxo. A autora acoita-se dentro da filoginia, mas depois acaba por considerá-la uma forma de machismo.
    Em bom rigor o feminismo e o machismo são discussões ocas entre mulheres zangadas com a vida, ou que querem evidenciar-se, – e não incluo aqui a autora, por quem tenho enorme respeito – ou entre marido e mulher quando não têm outro papo para bater.
    Existe sempre uma tensão entre o casal, e mais ainda passada a fase “quente” da paixão, que mais não é que o efeito biológico da reprodução.
    A relação homem mulher ainda muito desequilibrada, a favor do homem.
    Noutro fórum, há pouco tempo, a nível mundial, tive oportunidade de confirmar esse facto.
    Entre os homens o mais forte fisicamente tenta sempre dominhar o mais fraco, o que se passa aliás noutras espécies animais. Essa evidência também se verifica na relação macho fêmea. Os instintos primários acompanham o homem e a mulher até à morte.
    Interessa ainda não perder de vista que o homem e a mulher, embora possam ter as mesmas aptidões mentais e físicas, são diferentes.
    Esse foi o desígnio do patrão do universo.
    Os estatutos homem e mulher tenderão naturalmente a equilibrar-se, mas será sempre uma questão cultural, social e histórica que o tempo irá aperfeiçoando.
    As feministas podem contribuir para a dignificação do estatuto da mulher educando os homens e as mulheres, com firmeza e tolerância.
    Tudo o mais, queimar as cuecas ou os soutiens na praça, serão motivo de chacota e apenas contribuem para perdurar ou acentuar a discriminação negativa da mulher.
    Veja-se o problema das burkas que são impostas por alguns homens e desejadas e consentidas por muitas mulheres.
    Este debate teve, todavia o mérito de nos conhecermos virtualmente e por isso fico agradecido a todos.
    Também quero agradecer à Marília por lançado este tema, e se ela quiser ser ou assumir-se como feminista não vem mal ao mundo.
    Todos somos diferentes e todos somos iguais, e há espaço físico e intelectual para todos.
    Abraços.
    Gil Teixeira
    Lisboa/Portugal

  48. Marquito disse:

    Machista, feminista, por quê não humanista? Ou nada disso.

  49. tekolacovic disse:

    Olha, é o seguinte: Vocês estão definitivamente forçando a barra. Fica a dica.

  50. Ereshkigal disse:

    Vejamos, então quer dizer que apenas as feministas podem definir o que as mulheres precisam e deveriam querer, e qualquer outra pessoa que sugira algo oposto a isso é machista? Desculpe, mas foi isso que eu li, e também não compreendo como um homem apreciar a beleza de uma mulher pode diminuir seu papel de qualquer forma como ser humano.
    “Ah, mas ele está objetificando a mulher! Está impondo padrões de beleza surreais!!”, bem, um homem pode gostar do padrão de beleza que quiser, e dizer que um homem que gosta da aparência de uma pessoa automaticamente significa que ele aprecia ela apenas por seus dotes físicos é uma afirmação extremamente preconceituosa, na minha opinião.
    E por favor, não venha me dizer que não posso opinar sobre o assunto porquê sou uma marionete da sociedade machista opressora. Se um grupo está aberta ao apoio da sociedade também deve estar aberto à críticas, essa é minha opinião.

  51. O problema tmb são vcs. A maioria dos homens não liga p celulite, varizes ou estrias. Vcs conhecem alguma mulher q saiu com um cara e na hora q tirou a roupa o cara mandou ela se vestir e ir embora por causa de celulite ? Vcs é q reparam nisso. Quanto ao cavalheirismo nós estamos perdidos. O cara está interessado numa garota. Quer conquistá-la. Quer agradá-la e nisso abre portas, paga conta de restaurante e por ai vai. Ele se arriscaria passar por grosso e perder a chance de conquistar a moça ? Muitas mulheres ainda prezam o cavalheirismo. Há de ver que muitos de nossos padrões são impostos a nós por nossas mães. .

  52. juba disse:

    Vejam bem, concepção de machismo somente nossa sociedade (essa que a maioria dos povos faz parte) tem a definição de machismo e feminismo, assim como nossas crenças e costumes variam de povo para povo. Não comecem a falar dos índios, eles não nos merecem.

  53. Ree disse:

    Sim Eduardo, sou contra a autora desse texto, o que quis dizer é que não vejo machismo em nenhuma poesia do Vinícius, pela epoca das mesmas. Todos temos diretos de ter preferências físicas, eu você e o poetinha! O que me choca é o fato de algumas extremistas deixarem de ouvir Vinicius e entre outros da música brasileira pela filoginia. Vejo muita maudade nas músicas de hoje em dia, tipo aquela que o cara crítica o fulano por ter um carrão, e ele não consegue “pegar” mulher por ter uma Fiorino, isso ridiculariza a mulher, como se todas fossem interesseiras. Existem pessoas assim independente do sexo. Essas coisas me irritam!

  54. Kiwi disse:

    Luiz Fernando jura que você disse que o fascismo veio com boa intenções? Exemplo muito infeliz. Fora que ter boas intenções não significa ser bom. Infelizmente você também não sabe a diferença entre ser humanista e ser feminista, mas tem uns textos bem legais que falam sobre isso:
    http://www.cartacapital.com.br/blogs/feminismo-pra-que/feminismo-para-leigos-3523.html
    http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2012/08/nao-sou-feminista-sou-humanista.html

  55. Kiwi disse:

    Isabele, os textos são super machistas! O André Forastieri poderia ter falado sobre a experiência de ir ao SP Fashion Week e falar também sobre os homens feios e esquisitos e bregas e cheios de perfume. Ele poderia ter falado sobre os modelos masculinos fazerem parte de uma ditadura da estética que faz com que precisem ser fortes, mas “secos”. Mas ele preferiu falar das mulheres, só das mulheres. Pq ele se sente no direito de dizer o que é bonito, não para ele André, mas para “99,99% dos machos”. Não dos homens, dos MACHOS. Ele está dizendo o que tem que ser bonito. Ele não incentiva mulheres a não serem magras. Forastieri diz da própria Gisele: que ficaria mais bonita com uns quilinhos a mais nos LUGARES CERTOS. Pq ele sabe onde ficam os lugares certos, não é mesmo? O texto inteiro é cheio de ódio contra as mulheres que são o que querem ser e pagam seu preço por isso. O problema não é a Gisele ser magra, seja por natureza, seja por procedimentos estéticos, dietas e academia. O problema é o mundo (indústria cinematográfica, da moda, de produtos de beleza, etc, etc, etc) dizer que só é bonito e feliz quem é assim. E é exatamente o mesmo discurso do Forastieri.

  56. Luiz Fernando disse:

    Eu entendo a sua frustração, mas vc não concorda que algumas vezes há bens que vem para o mal ?
    Por exemplo, o fascismo veio com a melhor das intenções, só que deu somente problemas. Todo movimento muito caloroso indo em uma direção extremista pode-se ser um verdadeiro tiro no pé. O que eu to querendo dizer é que não temos que ser feministas e sim humanistas

  57. Luiz Fernando disse:

    NÃO POSSO OUVIR METAL PORQUE É COISA DO DIABO
    NÃO POSSO OUVIR RAP PORQUE É COISA DE BANDIDO
    NÃO POSSO OUVIR MÚSICA CLÁSSICA PORQUE É ELITISTA
    NÃO POSSO OUVIR VINÍCIUS PORQUE É FILOGINIA
    TÁ DIFÍCIL HOJE EM DIA OUVIR MÚSICA, MAS GOSTARIA DE ESCLARECER QUE NEM TODO METAL É DEMONÍACO, NEM TODO RAP É DE BANDIDOS, MUITA GENTE OUVE MÚSICA CLÁSSICA E VINÍCIUS AMAVA AS MULHERES.

  58. Déborah Dias disse:

    entendo que preferência não é machismo…machismo é estereotipar um ideal de mulher e ridicularizar, mesmo que sutilmente, o que for divergente disso!

  59. Eduardo disse:

    Ree,
    eu acho que mesmo levando em consideração o fato de estarmos em uma ditadura militar não justifica os exemplos da autora, e tem outro detalhe. Analisar fatos daquelas época com a visão de nossos dias, é incorrer em anacronismo, que é um erro crasso dentro do campo da história….

  60. Fabiano Silva disse:

    Tanto no texto do Xico Sá, como do Forastieri vi mais uma critica um padrão imposto de beleza e pela industria da mesma (algo que já vi zilhões de feministas combater) do que uma tentativa de validar padrões estéticos.
    No mais, fiquei com uma duvida. Opinar sobre a beleza feminina e expor preferência é machismo ? Se eu falar que gosto mais de morena do que de loira, de mulher de cabelo curto do que de cabelo comprido, de mulher mais magra, ou mais gorda estou sendo machista ?

  61. Ree disse:

    Mas temos que levar em consideração que na época da Garota de Ipanema por exemplo, ou qualquer outro poema do Vinicius é da década de 60, aonde vivíamos uma ditadura militar e o feminismo não tinha força no nosso país.

  62. Eduardo disse:

    Sim Gil,
    Concordo com você. Penso que essa discussão (sobre o feminismo e igualdade entre homens e mulheres) faz-se necessária, mas que está sendo feita de forma errada, cheia de extremismos de ambos os lados.
    Mas, pessoas como você e algumas outras que vi aqui nos comentários agregarão bastante valor à discussão.
    Forte abraço,
    Eduardo

  63. jessica disse:

    que babaquisse

  64. Gil Teixeira disse:

    Estimado Eduardo,
    Obrigado.
    Eu penso que percebo o animus da Autora, e dum ponto de vista meramente académico pode fazer sentido criar um conceito de “mulher” sem ser por oposição ao “homem”, atendendo à supremacia, ou ao “estatuto” que este tem tido, e continua a ter, ao longo da História.
    Talvez por isso as intervenções das feministas quando discordam das “ajudas” dos homens, – e de algumas mulheres, – mesmo os que estão ao lado das mulheres.
    Para se criar esse conceito novo de “mulher” também se teria de criar um conceito novo de “homem”. A mulher-nova não pode existir sem o homem-novo.
    Mas, definitivamente, a filoginia não resolve o problema das autoras, antes o limita, e obriga-as a ver a mulher a partir do homem.
    Estarei certo?
    Gil Teixeira
    Lisboa/Portugal

  65. Dija Darkdija disse:

    Graças aos deuses, gente sensata por aqui. Concordo plenamente!

  66. Eduardo disse:

    Perfeito Gil,
    Entendi o que quer dizer. Eu concordo completamente com o que disse. Acredito que a intenção da autora foi boa em colocar esse tema em voga, porém utilizou os argumentos errados e fora de contexto, principalmente quando trata de filoginia.
    Abraço

  67. breno disse:

    Voce parece estar dicotomizando machismo e feminismo.

  68. Gil Teixeira disse:

    Meu Estimado Eduardo,
    Aparentemente tem razão, mas eu estava a referir-me ao feminismo que é defendido pelas feministas em concreto, que é diferente da filoginia, uma vez que aquele, na forma como é apresentado pelas suas defensoras pretende ir muito além da igualdade intelectual entre o homem e a mulher, e do amor às mulheres.
    Nessa medida, a filoginia não se enquadra no “movimento” ou na defesa argumentada pelas feministas.
    As feministas pretendem mais do que uma igualdade de facto entre homens e mulheres.
    Embora votadas ao fracasso estão a tentar encontrar um conceito diferente de mulher como oposto do homem.
    Assim, a filoginia, como referi antes, não cabe dentro dessa dicotomia pretendida pela feministas.
    Mais, se as feministas defendem a filoginia então aceitam a mulher e o homem como seres dependes ou complementares um do outro, e a sua discussão não faz sentido.
    Seja como for obrigado pela sua intervenção.
    Gil Teixeira
    Lisboa/Portugal

  69. Déborah Dias disse:

    Aos indignados com a ilustríssima imagem do poetinha (V.M.)…aos que se espantaram com a foto…certamente não gostam tanto do moço a ponto de ter conhecimento do poema “Receita de Mulher”…o cara era um machista. Não discuto que tb um grande poeta, mas um machista de primeira linha. Ao querido Gil Teixeira aconselho a citar teorias mais recentes do que a histeria feminina que é do século XIX. Aliás histeria feminina é um tanto redundante, já que histeria era o nome dado a uma suposta doença ligada ao útero, não podendo portanto ser masculina. Hj, me parece, que há o uso da palavra histeria para ambos os gêneros, contudo não com a conotação dada pelo Português acima (Aliás, Portugal é um dos países mais machistas do mundo). Gentileza é diferente de cavalheirismo…gentileza cabe a qualquer um, cavalheirismo é para ser praticado pelo homem, para mostrar tutela.
    Não é que não se possa admirar uma mulher, mas seria bom admirá-la como pessoa e não como bem de consumo.
    A mulher ainda tem sido “admirada” como personagem do “Arcadismo”…Se atingível é vadia.

  70. Marco disse:

    Não entendeu a resposta dela ao seu não entendimento do texto.

  71. Matheus disse:

    Ele diz que a missão da mulher não é ficar bonita para o homem. Isso não me parece muito machista…

  72. Matheus disse:

    Poxa, então ninguém pode dar opinião? O final do texto do André Forastieri diz assim: “Se eu pudesse dizer uma coisa no ouvido de cada brasileira é: relaxe. A mulher fica mais bonita quando à vontade no seu corpo, e caprichando um pouco para nos agradar, seduzir, encantar. Ah, e a missão da mulher por acaso é ficar bonita para o homem? Claro que não. Mas agradecemos de coração”. Acho que dizer a um homem se ele deve ou não dar sua opinião sobre a padronização do arquétipo ideal da mulher imposta pelo mercado hoje em dia não é o caminho. Mas, isso é só a minha opinião.

  73. blogirl24h disse:

    N preciso q ng me diga como devo ser na aparencia ou personalidade. Independente da pessoa a opinar sobre mim ser homem ou mulher. Exceto questoes normativas sobre uniformes de trabalho etc, desde que dentro da lei e n ferindo a dignidade e integridade, ok. Pobre de quem poe em maos alheias o direito de ditar-lhes regras nesse sentido. Vinicius ou sei la quem gostava de curvinhas assim e assado, mulherzinha assim ou assado? Bom pra ele, direito dele gostar, querer, ter, so n pode e obrigar-me a ser assim, obrigada. Quem quer agradar a gregos e troianos e esquece de si e do bom senso morre louco. Cada um q viva como quiser e puder, desde q n infringindo as leis civis e sabendo q o plantio e livre e a colheita obrigatoria…

  74. Eduardo disse:

    Prezado Gil,
    Só esclarecendo, Filogenia é diferente de Filoginia. São coisas distintas…

  75. Gil Teixeira disse:

    Meu Estimado Andrey-Maringá,
    Vejo que andou às voltas com a filogenia, e não encontrou qualquer relação com o feminismo, e nem podia encontrar!
    Se a tivesse encontrado então as feministas, o que é isso(?), estariam a advogar uma discriminação positiva das mulheres em relação ao bicho homem, e que as tornaria iguais aos machistas…
    A filo+genia está próximo da eu+genia e dizem respeito à amizade, ao amor, à boa origem de algo.
    O feminismo só poderia ter uma relação com a filogenia criando-se o vocábulo “filofeminismo”, ou “eufeminismo”, como seja o caso das pessoas que encaram o papel da mulher como se não fosse um ser humano “normal”, com defeitos e virtudes, como os homens.
    Abraço.
    Gil Teixeira
    Lisboa/Portugal

  76. Vinícius disse:

    Sinto-me plenamente contemplado pelo comentário da Bruna. Contemplado e, diria, também agraciado e renovado.
    Creio que nenhuma causa vale o assassínio do bom senso e da dignidade das pessoas. Nenhuma!
    No mais, gostaria de registrar sinceras desculpas a Vinícius de Moraes por ter sua foto estampando tão ignóbil texto: nós não sabemos o que fazemos, Poetinha!

  77. Sacha disse:

    Pois continuem elogiando e sendo gentis!! Eu acho que no fim das contas tem que ser “você é homem? Sim. Não é machista? Não. Certo, então senta aí e cala a boca!! Não quero ouvir um piu, senão te mando pra sala dos machistas!!”
    Eu não sei como podem confundir gentileza com machismo!! Então devemos viver em um mundo onde homens sirvam de enfeite na sala de estar??? Se for assim, então homens tratem de cuidar do corpitcho pra combinar com a decoração da casa!!

  78. Sacha disse:

    Perfeito Nana!! Eu também!! Eu adoro ser elogiada, adoro quando alguém puxa a cadeira pra mim, adoro receber um elogio sincero!! E adoro o Xico Sá!!!! Só odeio quando assoviam na rua.. são coisas diferentes.. tem feminista fazendo tanta confusão!!!

  79. Sacha disse:

    Ai não!!! Esse texto tá podre!! Estou longe de ser machista, e tenho me apaixonado a cada dia por critérios feministas.. Mas esse texto me cheira a “hoje vou renovar e revolucionar um conceito”. E digo mais, é esse tipo de texto que faz com que chamem feministas de mal amadas e lésbicas e não sei mais o que… Gente, me perdoem, pessoas inteligentes poderiam pensar, no mínimo, que esse tipo de texto do Xico Sá consegue alcançar a mulher que está insatisfeita com o corpo e tirar um sorriso dela.. Se não gostam de gentileza e elogios, desculpem, eu adoro!!!

  80. Eduardo disse:

    Oi Nadia, como vai?
    A questão não é essa, nós não estamos contemporizando nada, a questão é que o artigo tem argumentos frágeis e ela deturpa completamente o sentido de filoginia, você mesma pode buscar em qualquer dicionário o que quer dizer essa palavra e verá que autora do artigo a utilizou de forma equivocada.

  81. Concordo em partes. Acho que os homens (filoginos ou não) não devem dizer como nós mulheres devemos nos portar e saber que eles são coadjuvantes na nossa luta, mas não é fazendo esse debate sectário que vamos avançar. Por exemplo: não vi nada demais no texto do Xico Sá (que eu adoro) sobre a hipótese da barriguinha. Ele não está ditando que devemos ter uma barriguinha, mas dizendo “mulheres: vocês são lindas com a barriguinha”. Que não precisa ser sarada pra ser feliz. Pras mulheres que dependem do aval masculino pra se aceitarem isso é bacana (pena é existir mulheres que dependem desse aval). Pras bem resolvidas (como eu, hehe) isso é apenas um elogio. Ponto. Quanto ao segundo texto já acho que o autor exagerou na dose. Sair de um padrão de beleza (magreza) pra defender que a mulher “precisa ter carne” é um desserviço. Não adianta se livrar de uma opressão pra cair na outra. Aí sim a crítica dela faz sentido. O cara, cheio das boas intenções (ou não) tá lá dizendo como devemos ser. Não!Não e não.

  82. Nadia disse:

    Engraçado que os comentários masculinos aqui seguem a mesma linha, de “não é bem assim”; essa sociedade está ficando chata. ô dó. e muito digno colocar o Vinicius na foto, temos sim que repensar todo esse glamour que essa galera tinha. Nunca gostei desta postura de colocar a mulher em um pedestal, porque fica no papel de santa, ou seja, enquadrada em um padrão colocado como aceitável para homens. Também não quero saber de nenhum autor que queira julgar a mulher. Julgue os homens um pouco ou é mais difícil?

  83. Uma amiga minha costuma dizer: quanto maior o pedestal, maior o tombo. E é isso, sabe. Machismo benevolente, que coloca as mulheres nesse lugar inatingível e misterioso (Xico Sá, estou falando com você) também torra os pacovás. Não precisamos de homens dizendo que nossas dobrinhas e curvas são aceitáveis (Forastieri, estou falando com você). Muito menos de homens – ou mulheres, ai ai, como é difícil tudo isso – fazendo shaming de corpos magros.
    Sobre o primeiro ponto, espero ardentemente pelo momento em que a cultura pop deixe de ser recheada de manic pixie dream girls para ter mais mulheres como protagonistas, personagens complexos, não apenas inspiradores de epifanias existenciais masculinas. Sobre o segundo ponto, aguardo o momento em que o corpo feminino deixe de ser público e todo mundo ache que pode vocalizar uma opinião a respeito. Espero sentada, claro. Ainda bem que tenho banquinho.

  84. Raphael disse:

    Bruna, seu comentário restaurou minha sanidade também ! Seu texto esbanja bom senso !
    O texto de Marília é muito bobo mesmo, argumentos pobres, exemplos “sensacionalistas” e piadas de mal gosto ….
    Por algumas horas tive medo de elogiar alguma mulher…..

  85. Marcelo Rodrigues disse:

    Temos que lutar contra o machismo sim!Minha filha terá que estudar mais e trabalhar mais que qualquer rapaz da sua idade para ganhar provavelmente 30% a menos.No Canadá, país desenvolvido, a cada 17 minutos uma mulher é obrigada a fazer sexo sem o seu consentimento.Chega de hipocrisia retratada muitas vezes por poetas famosos que são machistas mas utilizam a notoriedade para propagar e alimentar essas atitudes machistas.Quer maior simbolo de machismo que a garota de Ipanema? Nao e porque se tornou um hino da musica brasileira que nao e extremamente machista.Sugiro aos que se intitulam contrarios as feministas a refletirem o que fariam se estivessem na pele de uma mulher negra e pobre indo trabalhar as 4h30 sendo perseguida por um estrupador.Depois indo prestar queixa numa delegacia repleta de agentes machistas e um medico preconceituoso que ira fazer seu exame vaginal cheio de piadinhas e ironia.

  86. Gil Teixeira disse:

    Felisberto, meu Amigo,
    A sua intervenção é muito saudável e carinhosa e cumpre reconhecê-la. Todavia, dizer-se que; “A cultura indígena não é machista nem um pouco, com certeza”, com todo o respeito, não faz sentido, porque os indígenas não são índios, como se pode ser levado a pensar, mas os naturais que vivem numa determinada região de qualquer parte do mundo.
    Dando um exemplo, eu sou um indígena que vive na Europa, em Portugal.
    Assim as feministas, seja esse qualificativo o que for, também são indígenas, tá vendo?
    Obrigadão.
    Gil Teixeira
    (Indígena português)

  87. ela tá falando de imposiçao,que é o que sempre acontece.achar uma caracteristica atraente por si só nao tem necessariamente um problema,mas querer impor como ocorre de todos os cantos a todo instante com as mulheres,tá erradissímo,e,sim,homens nao podem ser protagonistas na causa feminista,da mesma forma que heteros nao podem ser na causa lgbt,e o fato de homens serem também prejudicados pelo machismo nao os fazem ser oprimidos.

  88. Juninho disse:

    Acho bacana a exposição de ideais, mas o seu é bem contraditório. Primeiro porque tenta achar machismo em cada ato de gentileza. Segundo foi esse pensamento restrito e denominado ao texto todo aos machistas, sendo que no final, você só mudou o sexo. Pra mim, feministas e machistas não devem adotar luta nenhuma, pois elas não são válidas. Os direitos não devem ser pensados baseados no sexo ou cor, e sim nas pessoas. Todas devem tê-los em igualdade. Agora poder? Você vive num mundo capitalista, onde o poder parte do dinheiro e capacidade de persuasão!
    Um abraço!

  89. Ana Rosa disse:

    Agora, uma coisa sim, eu acho que cabe a esse assunto: a confusão que se faz entre romantismo e gentilezas baratas. Romantismo não é necessariamente abrir portas, puxar cadeiras, pagar contas. Um homem pode ser romântico e fazer essas coisas, como pode ser um machista autoritário e fazer as mesmas coisas. Não significa que por fazer isso quer “comprar” a autonomia da mulher. E pode tbm ser romântico sem fazer nada disso.
    Uma mulher pode ser feminista e gostar dessas gentilezas – ou não. Pode ter para com o homem as mesmas gentilezas – ou não.
    Essas ideias pré-concebidas do que pode e não pode me incomodam muito. Fico com a afirmação do Gil Teixeira, que achei brilhante:
    “A histeria sexual feminina deveria dar lugar à dignificação da mulher.
    Antes da desejada e inquestionável igualdade está a dignidade de todos os seres humanos, sejam mulheres ou homens.”

  90. Ana Rosa disse:

    É isso aí, Marcos.
    A pergunta é: vocês quem?
    As pessoas levantam bandeiras e mais bandeiras padronizadas em nome do feminismo… QUE LEVANTEM EM NOME DE SI MESMAS, que não falem em “nós, feministas”. Não existe movimento centralizado, cada vez mais as mulheres lutam por seus direitos no âmbito de seus lares, dos lugares que frequentam, através das redes sociais.
    Me desculpe se estou te interpretando mal, Marília, mas achei que seu texto se aprofundou pouquíssimo no tema do culto à mulher. Achei até um pouco bobo, na verdade.
    Há mulheres que gostam de certas gentilezas, há mulheres (como eu) que não se importam de fazer as mesmas gentilezas com os homens… acaba sendo uma questão de diferenças entre as pessoas, muito mais que de machismo x feminismo. Como o Gabriel bem colocou, existem gostos pessoais, e isso não se trata de machismo. Agora, dizer gratuitamente como uma pessoa deve se vestir ou se comportar é mais que uma atitude machista, e aí concordo de novo com o Gabriel, é uma coisa que vc mesma está fazendo quando diz que os homens são coadjuvantes na causa feminista. Porque essa sentença?
    Se homens e mulheres não estiverem juntos e em pé de igualdade nessa causa, nós ficaremos sempre gritando em direção ao nada. Se acharmos que todo homem hoje tem a cabeça dos homens do século retrasado, vamos cair na própria armadilha de não ouvir suas opiniões e não questionar as nossas. Vamos ser mulheres que pensam com a cabeça maniqueísta das nossas avós do século XX. A vida é cheia de possibilidades para ambos os sexos e as pessoas não são robôs; sentimentos não são regidos por lei. E feminismo não é uma questão de poder, como vc está claramente colocando. É questão de direitos. Não é papel dos homens tomar atitudes que nos confiram maior poder, mas sim, papel nosso fazer valer nossos direitos.

  91. Andrey-Maringá disse:

    Quando li o texto fiquei bastante incomodado, confesso.
    em primeiro lugar, desconhecia o termo filoginia, em seguida fui procurar o significado em dicionários e, dos seis que consultei, todos eles traziam a seguinte definição:
    “amor às mulheres”
    “teoria de igualdade intelectual do homem e da mulher”
    depois disso, reli o texto mais umas duas vezes, e consegui tirar de mim a angústia inicial.
    Essa angústia se iniciou pela contradição exposta pela autora entre o amor e o machismo.
    como assim? amar as mulheres seria uma forma de machismo?
    não, não pode ser.
    mas o que temos descrito aqui, em suma, são aqueles casos em que o machismo é posto em prática com a desculpa do seu grande amor pelas mulheres.
    concordo que não nos cabe ditar normas, dizer como devem andar, se vestir e cuidar do próprio corpo.
    no entanto, a filoginia, na pura significância da palavra, não é machista. o amor não é machista.
    tendo essas considerações, fico me perguntando se não temos mais o direito de gostar, de apreciar, de ter uma opinião própria do que eu considero belo, e ainda assim, contraditoriamente, sabendo que muitos desses gostos advém de uma cultura machista, bem como da moda, dos padrões de beleza, que nos é enfiado goela a baixo sutil e escancaradamente pela sociedade.
    (talvez esse último parágrafo tenha sido um tanto quanto clichê.)
    Mas acima de tudo, acho importante não confundir filoginia com machismo.
    as duas existem separadamente. mas este pode se utilizar daquela com o propósito (in)consciente de se auto-propagar.

  92. Eduardo disse:

    Nossa, eu comecei a ler o texto com uma certa curiosidade e acabei me desapontando com o rumo que tomou. No popular, “viajou na maionese”. Por favor, algumas mulheres estão se tornando extremistas com a evidência dada atualmente à temas feministas. Quanto exagero. Completamente desnecessário e desvirtuou completamente o conceito de filoginia.

  93. Isabelle Barbosa disse:

    Sinceramente, eu não vi muito machismo nos textos linkados aqui. Qualquer incentivo que faça com que as mulheres escapem do padrão de beleza esquálido é positivo. Isto faz com que ela fique a vontade com o próprio corpo indo a fundo em dietas ou não.
    O que me incomoda é que nunca fariam um texto discutindo sobre a beleza masculina, dizendo pra que os homens não gastassem tanto tempo na academia, que poderiam relaxar em relação a seu próprio corpo ou não. A estética do homem nunca é assunto de pauta. O que não anula o fato de que textos incentivando mulheres a relaxar quanto ao físico são importantes para tentar se equivaler com toda a pressão que mulheres sofrem para serem magras. Até que um dia textos como esses não sejam mais necessários, pois tanto homens quanto mulheres terão liberdade sobre seus próprios corpos.

  94. MArcos Garcia Neto disse:

    bla bla bla mi mi mi
    Por isso o feminismo perde seguidores a cada dia. Vocês são literalmente rebeldes sem causa. Antes lutavam pelo direito de votar, pelo direito de ter emprego, etc. E agora? Lutam pelo “direito de não ser amada se não quiser”?
    O mais legal de todos é a “cultura do estupro”. Vocês pegam casos criminais discutíveis e tentam criar padrões. Se dois bêbados transam, misteriosamente é o homem malvado que “se aproveitou” da pobre indefesa. Afinal, homens estão sempre sóbrios e cientes de suas ações durante a bebedeira da festa; as mulheres que tomam um gole e caem em coma profundo. Faz total sentido. Ou não.

  95. nana disse:

    Por favooooooor não perca as esperanças <3
    Não são todas as feministas que são amargas assim.
    Ainda tem feministas com conceitos reais no mundo e eu to aqui \o
    hahahaha
    Não concordo com o texto, os homens não são meus inimigos e não quero a paranoia para mim!

  96. nana disse:

    Concordo com tudo, sem tirar nem por. Só não sei se ela é mal amada aushuashsa. Mas sei que ela tem conceitos muito errados na cabeça dela.

  97. nana disse:

    Achei exagerado. Sou mulher, feminista e acho que não é esse tipo de texto que contem machismo.
    Agora homem não pode ter opinião? Não pode ter preferencias? Se eu dizer que gosto de caras barbudos estou dizendo como eles devem andar, agir?
    Temos problemas muito maiores do que a opinião do cara sobre barriguinha ou qualquer coisa do tipo.

  98. Eric disse:

    Com todo o respeito por todas as envolvidas…
    Esse comentário salvou a minha sanidade (ou o que restou dela).

  99. Ana Rosa disse:

    Concordo contigo. E me considero feminista.
    É preciso olhar além.
    E quem acha que os índios não tinham cultura machista, precisa conhecer mais sobre eles.

  100. Leonel disse:

    Gostei do seu texto, mas ainda sim vejo com o a idéia de proteger o feminismo pelo feminismo e radical.
    Tenho e sempre tive problema pra entender o feminismo além do objetivo de não se rebaixar a opressão do homem dito machista ou de procurar se igual em direitos.
    Tive a oportunidade de participar como funcionario de um evento dedicado a esse tema (Marcha Mundial das Mulheres) fiquei impressionado com a história de vida de muitas e a força que ela encontraram para fugir da opressão de certo tipo humanos (que para mim não são homens), mas em contra partida eu como homem me senti muito e bem oprimido só pelo fato de existir ali em meios a todas aquelas mulheres, cheguei a ser ofendido apenas por fazer o meu trabalho e logo percebi (veja só que legal e contraditório) o preconceito de ser homem. Todas ali algumas bem jovens debatendo, criticando a sociedade e o modelo que vivem e incoscientemente fazendo mesmo. E isso tudo fez eu reforçar o não entendimento.
    Pode até soar estranho mas eu vejo o feminismo como uma forma de machismo apenas de saias. (clichê, até).
    É muito dificil a gente encontrar por ai textos que enalteçam a figura fisica do homem, texto estes feitos por mulheres. (desculpa, pela falta de informação). Mas elogiar o corpo a mulher cultuar sem ofender é machismo? Penso que são apenas pontos de vistas. O estranho que o que eu mais vejo que a propria mulher reforça isso não é geral mas contagiante, modo de belezas, estilos de vida tudo há um padrão é certo? tal vez pra umas sim e outras não.
    Então eu agora posso ver que o feminismo não é a luta de opressão do homem e sim a luta de mulheres contra esteriotipos que elas mesmo reforçam e nos homens (nao no geral) acabamos seguindo o fluxo.

  101. Adoro as mulheres disse:

    Porra! poesia agora eh machismo? na boa mesmo… colocar a foto do vinicius de morais ai eh de mal gosto… se vc quer se comparar as vacas dos hindus… fique a vontade! mas nao venha dizer q os homens que ADORAM as mulheres com equivalencia analoga aos hindus para com as vacas! no mínimo desonesta intelectualmente a sua comparaçao…

  102. Felisberto disse:

    A cultura indígena não é machista nem um pouco, com certeza. Falta muito livro de história pra conceber bons argumentos pra essas pseudo intelectuais. Essa é a teoria de achar cabelo em casca de ovo, chifre em cabeça de cavalo. Coloca-se uma ideia de que qualquer coisa que o homem possa fazer que ricocheteie numa mulher, e ela não goste, é machismo. Ainda me colocam a foto de Vinícius na capa. Por favor, respeito a poesia, sobretudo. Daqui a pouco surge um texto dizendo que o carro é machista, porque faz a mulher ter que colocar a mão na marcha em formato fálico. Sociedade chata e nojenta que tá virando essa.

  103. Gil Teixeira disse:

    Meus Amigos,
    Fico penhorado pelos mimos que me foram dispensados, mas suponho que não seja nem coisa de paranóia, nem coisa de feminismo exacerbado.
    Sensibilizou-me o facto de Laila Cruz afirmar que o machismo brasileiro foi importado de Portugal, e provavelmente tem razão, porque o machismo português foi-nos oferecido directamente por esse cara que comeu a maçã, o Adão.
    Admito que o índio não fosse machista mas machão deveria de ser, né?
    Espremendo o limão é sempre lindo discutir o sexo dos anjos, perdão, o feminismo pueril, e da minha parte não me importo de ser comandado pelas mulheres e se forem sensuais e bonitas e inteligentes melhor.
    Falando em sexo dos anjos também se pode discutir o sexo das palavras, como se pode ver em:
    http://jurispro.net/doc/articles.php?lng=pt&pg=636
    Prometo que não vou lutar pelo machismo.
    Gil Teixeira
    Lisboa/Portugal

  104. Rodolfo disse:

    Por que sou homem não posso dialogar? Emiti uma opinião sobre um texto. Não tenho a pretensão de dizer o que as mulheres devem ou não fazer.
    Apenas achei que haveria uma espaço para a discussão, para o diálogo, para o convencimento. Mas a autora preferiu apontar o dedo para o meu suposto machismo. Como sou homem, não tenho o direito de discutir gênero…
    Sugiro a você, cara Marília, voltar duas casas e ler Paulo Freire.

  105. Concordo plenamente com você, Bruna. Me parece, lendo o texto, que qualquer coisa que os homens façam soa como machismo. O feminismo deveria lutar pela liberdade, pela escolha, pela equidade… e isso não significa colocar a mulher num pedestal e criticar tudo o que é feito pelo homem! Acho que toda a generalização e qualquer forma de extremismo é ignorância.

  106. Marilia disse:

    exatamente, Tati. O raciocínio que eu procuro fazer é esse mesmo!

  107. Marilia disse:

    Se te parece que os adversários em questão são os autores, sugiro que volte duas casas e releia o texto. O adversário é um só: o machismo. Ele pode vir de autores como esses, ou de outros, em diversas formas, de diversas maneiras.
    Agora, repare bem que no teu comentário você está sendo machista de maneira semelhante a essa que falo no texto: tentando dizer às mulheres (no caso às feministas) como devem se comportar, o que fazer, etc.

  108. A ideia central do texto é coesa e pertinente, mas há trechos para lá de radicais. Não acha?
    “Isso não significa que não haja espaço para homens na luta feminista. Significa apenas que eles precisam se compreender nesta luta como coadjuvantes. Escutam, apoiam e adotam atitudes que possam conferir mais poder às mulheres com quem convivem e menos a eles mesmos. É só com uma vasta diminuição nas “chances de homens exercerem poder sobre mulheres” (como diria Foucault, para quem o poder não é um bem que se pode possuir) que ultrapassaremos, de vez, o machismo.”
    Achei que tivéssemos superado essa fase tão dicotômica do gênero/sexo/sexualidade. Feminismo prega igualdade dos sexos. Não o empoderamento feminino, apenas pelo empoderamento. Como é que um movimento que prega igualdade pode quer excluir o “diferente”. Não deveria nem existir espaço para o termo diferente.
    É importante lembrar que o machismo não é só excludente com a mulher, mas também com o homem que não se encaixa nos padrões machista.

  109. Laila Cruz disse:

    Você deve ser homem branco hetero pra dizer sobre igualdade de todos e colocar feminismo como “guerra do sexo”. Feminismo é uma luta das mulheres (que não vivem seus privilégios de homem branco e que inclusive tenta desconstruí-los). Enquanto homens estiverem nessa posição de opressor o feminismo é necessário para empoderar as mulheres e igualar a sociedade. SÓ FALOU BESTEIRA! Releia o texto e tente de novo.

  110. Gabriel disse:

    Me perdoe se eu entendi mal o que você quis diz, mas eu não acho que exaltar algo que se acha bonito um ato de machismo, é claro que tem padrões de beleza e a sociedade pressiona que as pessoas de ambas do sexo se enquadre nele, mas se eu acho que uma mulher de unha pintada fica mais bonita eu estou sendo machista por expor essa opinião pessoal? então se eu elogio o cabelo de uma moça e falo para todo mundo que o cabelo dela é bonito eu estou sendo machista? Eu acho que não. Também acho que o homem não deve ter papel coadjuvante na luta contra o machismo, já que ele também é vitima dele, não tanto quanto as mulheres é claro, mas também é. Quando você tenta definir o papel do homem não esta sendo parecida com o machista que tenta definir o papel da mulher? Eu não estou criticando a sua ideia só estou querendo entender.

  111. Ótimo texto!!Muito bom para refletir. Outro caso que fico irritada, que acho que também são exemplos de filoginia, são textos endeusando mulheres, realçando suas puras características “femininas”. Acho que é difícil entender que não somos deusas ou demônios,somos pessoas, e somos taxadas de chatas e mal amadas por dizer isso.

  112. Lelé Maria disse:

    Histeria sexual feminina…
    O machismo brasileiro é herança do super machismo português, caro Gil Teixeira pq, os antigos donos desse território, os índios, ñ tem cultura machista!
    Daí o pq de vc ñ entender o texto e muito mesmo o q é o movimento feminista.
    Lamento por ti!
    Vigo/ España.

  113. Bruna disse:

    Achei meio bobo seu texto. O machismo é perpetuado pela sociedade, constituída de homens e mulheres, logo, na luta pela igualdade todos são iguais… Os homens não são coadjuvantes. Depois, qual o problema de um homem opinar sobre o corpo de uma mulher? Essa mulher escutar esse homem e se submeter ao padrão imposto (seja qual for) está na mão delas, entra aí o protagonismo feminino, de dizer “não é isso que eu quero para mim, não importa a sua opinião”. Afinal, qual o problema de ter opinião? Opinião e opressão são coisas bem diferentes e achei seu texto de feminista mal amada. Você ao mesmo tempo que diz que as mulheres são protagonistas de uma luta diz que os homens reforçam o machismo por acreditarem em padrões de beleza, quase dizendo que somos vítimas deles. Não, não somos, até porque muitos desses padrões nós mesmas reforçamos. Também não vejo um homem querer ser gentil com uma mulher. É isso que ela quer? Ela gosta disso? Se sim, então qual o problema? Vejo o protagonismo feminino como a mulher fazer o que quiser, ainda que vá de acordo os padrões sociais. Desde que seja de uma maneira consciente e que não faça a mulher sofrer, ser adorada como uma vaca sagrada ou dividir a conta no restaurante, não importa. O feminismo deveria lutar pela igualdade entre as pessoas, pela conscientização do sofrimento do padrão imposto à mulher, e não impondo outros padrões, tolindo a opinião alheia. Achei realmente bobo seu texto. Desnecessário.

  114. Johnny disse:

    O feminismo esta beirando a paranoia,daqui uns dias se um homem falar um oi pra uma feminista sem intenção nenhuma,ela já vai achar que ele tá tentando impor a alguma ideologia machista ,você tão precisando de um pouco mais de discernimento por daqui umas dias feminismo irá se transforma em algo fundamentalista,baseando o homem como seu principal inimigo só por ele ser de tal gênero ou adotar posturas que o são ensinadas sem ele necessariamente pensar algo do tipo de dominação da mulheres.

  115. Ana disse:

    Com a foto do poetinha, pra mim, foi demais.
    Eu, feminista, amante de Vinícius… ah, que decepção pro meu pobre coração!

  116. Rodolfo disse:

    Acho que o feminismo tem adversários mais importantes que os autores supracitados. No meu ponto de vista enviesado de homem, confesso, vi nos textos uma crítica ao padrão de beleza que oprime as mulheres. Não consegui vislumbrar um machismo enviesado que busque dizer como as mulheres devem ser.
    Existem autores e textos bem mais sérios, do ponto de vista da discussão de gênero, que mereceriam de fato análises de contraponto. Mas enquanto isso a autora se preocupa em priorizar o “sutil”, como se eles fossem os reais adversários da luta feminista.

  117. Renata disse:

    Maravilha de texto!! Me eslareceu a angustia que eu tive com esses textos!! Espero que sirva de relfexao pros autores mencionados.

  118. Gil Teixeira disse:

    Uma velharia.
    É provável que o machismo, e o feminismo ainda se passeie em cima da terra um montão de anos, quiçá enquanto houver uma vaca sagrada(?!) a passear-se à frente duma carripana.
    Em vez de se lhe chamar a careta guerra dos sexos deveria chamar-se-lhe a guerra dos penduricalhos, sem perder de vista aqueles que deles se libertam, decepando-os.
    A ferida não está no sexo, a matéria prima dos poetas e também dos pintores, mas na paranóia.
    A histeria sexual feminina deveria dar lugar à dignificação da mulher.
    Antes da desejada e inquestionável igualade está a dignidade de todos os seres humanos, sejam mulheres ou homens.
    Gil Teixeira
    Lisboa/Portugal

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