"Eu sou a mãe de Adam Lanza"

Como a tentativa de enfrentar doenças mentais com hipermedicação ou mesmo cadeia favorece, nos EUA, tragédias como a de Newtown

Michael, de 13 anos: alta inteligência e surtos de agressividade

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Por Liza Long, em The Blue Review | Tradução: Inês Castilho

Três dias antes de Adam Lanza, 20 anos, matar sua mãe, e abrir fogo contra uma classe cheia de crianças em Connecticut, meu filho Michael (nome fictício), de 13 anos, perdeu o ônibus da escola porque estava usando calças que não eram as do uniforme.

“Eu posso ir com essas calças”, disse ele, o tom crescentemente agressivo, as pupilas negras engolindo as íris azuis.

“Elas são azul marinho”, respondi. “Sua escola diz que as calças só podem ser pretas ou cáqui”.

“Eles me disseram que eu podia usar dessa cor”, insistiu. “Você é uma vaca idiota. Posso usar as calças que bem entendo. Estamos na América, tenho direitos”.

“Você não pode usar as calças que bem entende”, eu disse, em tom afável, razoável. “E definitivamente não pode me chamar de vaca idiota. Você está proibido de brincar com seus jogos eletrônicos pelo resto do dia. E agora entre no carro que vou levá-lo para a escola.”

Vivo com um filho que tem uma doença mental. Amo meu filho, mas ele me apavora.

Algumas semanas atrás, Michael puxou uma faca e ameaçou me matar e depois se suicidar, quando o mandei devolver à biblioteca livros que já estavam vencidos. Seus irmãos de 7 e 9 anos já conhecem o esquema de segurança – antes mesmo que eu mandasse, correram para o carro e trancaram as portas. Eu consegui tirar a faca das mãos do Michael, e então recolhi metodicamente todos os objetos pontiagudos da casa e os guardei num pote de plástico que agora anda colado em mim. Enquanto isso, ele continuava, aos gritos, a me insultar e ameaçar me matar ou me ferir.

Aquele conflito acabou com três corpulentos policiais e um paramédico contendo meu filho para colocá-lo em uma maca, de onde seguiu para uma dispendiosa viagem de ambulância até a unidade de saúde de emergência mais próxima. O hospital psiquiátrico não tinha leito naquele dia, e Michael se acalmou no pronto socorro. Depois, eles nos mandaram para casa com uma receita de Zyprexa e uma consulta marcada com um psiquiatra infantil.

A gente ainda não sabe o que Michael tem. Espectro do autismo, ADHD, Transtorno Desafiador ou Desordem Explosiva Intermitente – todos eles foram sugeridos nos vários encontros com oficiais de condicional, assistentes sociais, conselheiros e professores e administradores da escola. Ele está metido num pântano de medicações antipsicóticas e alteradoras do humor, uma novela russa de planos comportamentais. Nada parece funcionar.

No início do sétimo ano, Michael foi aceito em um programa intensivo para estudantes superdotados em matemática e ciência. Seu QI está acima da média. Quando está de bom humor, ele de bom grado falará sobre assuntos que vão da mitologia grega às diferenças entre a física einsteiniana e newtoniana. Está de bom humor grande parte do tempo. Mas, quando não está, é preciso cuidado. E é impossível prever o que o deixará fora de si.

Depois de algumas semanas em sua nova escola, Michael começou a exibir comportamentos cada vez mais estranhos e ameaçadores. Decidimos transferi-lo para o programa local de comportamento mais restritivo, um ambiente escolar contido onde crianças que não podem conviver em classes normais podem reivindicar seu direito a cuidados públicos e gratuitos das 7h30 às 13h50, de segunda a sexta, até completarem 18 anos.

Na manhã do incidente das calças, Michael continuou a argumentar comigo no carro. Ao fim, pediria desculpas e se mostraria cheio de remorsos. Pouco antes de chegar à escola, ele disse: “Mãe, me desculpa. Posso jogar vídeo game hoje?”

“De jeito nenhum”, respondi. “Você não pode agir como agiu de manhã e pensar que terá seus privilégios de volta tão rapidamente.”

Seu rosto assumiu uma expressão fria, e seus olhos ficaram cheios de uma raiva calculada. “Então vou me matar”, ele disse. “Vou pular fora do carro e me matar.”

Isso aí. Depois do incidente da faca, eu disse para ele que, se falasse essas coisas de novo, eu o levaria direto para o hospital psiquiátrico, sem se, e ou mas. Não fiz mais nada, exceto virar o carro na direção oposta, para a esquerda ao invés da direita.

“Onde você está me levando?”, ele disse, repentinamente preocupado. “Aonde estamos indo?”

“Você sabe aonde estamos indo”, respondi.

“Não! Você não pode fazer isso comigo! Você está me mandando para o inferno! Está me mandando direto para o inferno”.

Estacionei em frente ao hospital, acenando freneticamente para um dos médicos que estava de pé ali fora. “Chame a polícia”, eu disse. “Correndo.”

Michael já se encontrava então totalmente fora de si, gritando e batendo. Eu o abracei apertado, de modo que não pudesse escapar do carro. Ele me mordeu várias vezes e cravou os cotovelos na minha caixa torácica repetidamente. Ainda sou mais forte que ele, mas isso não vai durar muito tempo.

A polícia veio rapidamente e levou meu filho gritando e chutando para dentro das entranhas do hospital. Comecei a tremer, e meus olhos se encheram de lágrimas conforme eu preenchia a ficha de entrada: “há dificuldades com… em que idade seu filho… havia problemas com… seu filho alguma ver experimentou… seu filho fez…”

Pelo menos agora temos seguro de saúde. Recentemente aceitei um emprego em uma faculdade local, desistindo da minha carreira como freelancer, porque quando você tem uma criança como essa, precisa de benefícios. Faz qualquer coisa para conseguir esses benefícios. Nenhum plano individual de saúde cobre esse tipo de coisa.

Durante dias, meu filho insistiu que eu estava mentindo – que fiz tudo aquilo pra me livrar dele. No primeiro dia, quando liguei para saber como estava, ele disse, “eu te odeio. E vou me vingar assim que sair daqui.”

No terceiro dia, ele era novamente o meu menino doce e calmo, todo remorsos e promessas de tornar-se melhor. Venho ouvindo essas promessas durante anos, não acredito mais nelas.

Na pergunta do formulário, “Quais suas expectativas quanto ao tratamento?”, escrevi, “Preciso de ajuda”.

E é verdade. Esse problema é grande demais para eu resolvê-lo sozinha. Às vezes não há boas opções. Então o que você tem a fazer é só orar e confiar que, em retrospectiva, as coisas vão fazer sentido.

Estou compartilhando essa história porque sou a mãe de Adam Lanza. Sou a mãe de Dylan Klebold e de Eric Harris. Sou a mãe de James Holmes. Sou a mãe de Jared Loughner. Sou a mãe de Seung-Hui Cho. E esses jovens – e suas mães – precisam de ajuda. No despertar de outra horrenda tragédia nacional, é fácil falar sobre armas. Mas é tempo de falar sobre doença mental.

De acordo com a revista Mother Jones, de 1982 para cá ocorreram 61 assassinatos em massa envolvendo armas de fogo nos Estados Unidos. Dentre os matadores, 43 eram homens brancos, e apenas uma era mulher. O foco da Mother Jones foi em se os assassinos obtiveram suas armas legalmente (a maioria conseguiu). Mas sinais de doença mental extremamente visíveis, como esses, poderiam nos levar a considerar quantas pessoas nos EUA vive com medo, como eu.

Quando perguntei ao assistente social do meu filho sobre minhas opções, ele disse que a única coisa que eu poderia fazer seria dar um jeito de acusá-lo de algum crime. “Se ele voltar ao sistema prisional, será fichado”, disse. “É o único modo de conseguir alguma coisa. Ninguém vai prestar atenção a você a não ser que faça acusações contra ele.”

Não creio que meu filho seja caso de cadeia. O ambiente caótico exacerba a sensibilidade de Michael a estímulos sensoriais e não é capaz de lidar com a patologia subjacente. Mas parece que os Estados Unidos estão usando a prisão como solução para pessoas mentalmente doentes. De acordo com o Human Rights Watch, o número dos doentes mentais nas prisões dos EUA quadruplicou de 2000 a 2006, e continua a aumentar. Na verdade, o índice de doentes mentais entre a população encarcerada é de 56%, cinco vezes maior do que a da população não prisioneira.

Com os centros de tratamento e hospitais estatais fechados, as prisões são agora o último lugar a se recorrer em caso de doença psiquiátrica – Rikers Island, County Jail de Los Angeles e Cook County Jail em Illinois abrigaram os maiores centros de tratamento do país em 2011.

Ninguém deseja mandar para a cadeia um gênio de 13 anos de idade que ama Harry Potter e sua coleção de animais. Mas nossa sociedade não nos dá outras opções, com seu estigma à doença mental e seu sistema de saúde fragmentado. Então outra alma torturada atirará em um restaurante fast food. Em um shopping. Uma classe de jardim da infância. E a gente vai juntar as mãos e dizer, “Alguma coisa precisa ser feita.”

Concordo que alguma coisa precisa ser feita. É tempo de termos uma conversa ampla e significativa sobre doença mental. É o único modo de a nossa nação poder curar-se de verdade.

Liza Long é escritora, música e estudiosa da antiguidade clássica. Também é mãe de quatro crianças brilhantes e amadas, uma delas com necessidades especiais.

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13 comentários para ""Eu sou a mãe de Adam Lanza""

  1. Ana Leber disse:

    Uma coisa que me chama bastante a atenção é a perspectiva americana de necessariamente estigmatizar, nomear, remediar. Deve ser algo ligado ao um extenso senso de pragmatismo deles, mas que, creio eu, acaba fodendo o ser humano, que não cabe exatamente em gavetinhas. Eu tenho transtornos de ansiedade, e meu psiquiatra JAMAIS falou algo do tipo "hum, é, vc tem síndrome do pânico, com pitadas de bipolaridade" ou qqer coisa do tipo. Porque, até onde eu sei, a perspectiva dos bons profissionais da saúde mental é a de que nenhuma condição é imutável; logo, de nada adianta carimbar a pessoa: esse tem Asperger, aquele é bipolar. Essa dificuldade de ver a complexidade do ser humano como um todo, essa extrema necessidade do "normal", do reconhecível, do que cabe exatamente nas caixinhas deles (americanos) é que eu acho super nocivas a estas crianças que desde cedo escutam das autoridades, principalmente dos pais: "olha, filho, vc é doente". Vide o caso famosíssimo e amplamente veiculado na mídia da menina que aparentemente nasceu com esquizofrenia. Eu tremo quando vejo aqueles pais naturalizando a condição dela, definindo a garota como "uma verdadeira esquizofrênica". Pouco ou nada se fala em relação a terapias, o que se vê geralmente é isso que a mãe relata no post: comportamento difícil, internação, remédios. Ponto. Uma dúvida: como será a questão antimanicomial nos EUA? Porque, não sei, me parece looooonge de existir algum debate neste sentido, já que estão recolhendo os doentes, ou como quiser chamá-los, em CADEIAS! Complicadíssimo… a própria pergunta "o que vamos fazer com nossos doentes" já contém em si mesma a noção de que se trata de uma massa adoentada, desprovida de singularidade. Ela não é a mãe de todos os serial killers, ela é mãe de um menino muito sofrido que tem suas singularidades, suas qualidades, dificuldades extremas.

  2. Pois é, pai…
    Quando li também fiquei chocada e também compartilhei por aqui…
    É pra ampliar nossos horizontes e fazer-nos refletir a respeito de questões que vão além de pensamentos simplistas…
    É muito importante pensar sobre isso mesmo.
    Beijão!

  3. Wilson Sarmento Sarmento disse:

    Está aí um mundo de sofrimento que eu desconhecia. Preciso de tempo para refletir sobre isso.Espero que as autoridades façam o mesmo.

  4. Sim, acho que nao fui bem explicito, ao citar os educadores culturais como os que formulam tais cenas aterrorizantes, mas nao me referi aos professores didaticos, tanto eh, que coloquei entre parenteses, me referi sim, como os que se empenham mesmo no ramo do entretenimento, ja que o mesmo e visto como cultura e podem nos ensinar muitas coisas(boas ou ruins), e cada vez mais com a tecnologia, podem fazer as coisas tao realistas, que chegam a dar agonia para os que nao estao acostumados a presenciarem com regularidade estas cenas e podem sim, repercutir de alguma forma nos jovenzitos, conheco o caso de um rapaz(16 anos), que gosta muito de ve-las e quando vai dormir, tem medo de tudo e nao se pode apagar as luzes, afinal, tudo o que lemos e vemos, ficam armazenadas no nosso subconsciente.
    Como disse, na nossa historia, nos livros didaticos e filmes reais, vemos mesmo horrores, eh so ver as cenas do Holocausto e das inumeras guerras, isto sao fatos reais, como tambem a Biblia que tem historias dramaticas, as quais, aconteceram numa epoca passada, onde mostra um povo rebelde, mesmo depois de ver e saber de evidencias de um DEUS Poderoso, que fez inumeros milagres. Alem do mais, muitos distorcem a Biblia, ao ponto de mostrar um inferno inexistente (como eh pintado) e um apocalipse aterrorizante, porem, num estudo mais apurado do mesmo, alem de nos mostrar a historia dos imperios dominantes em cada epoca, tudo numa simbologia impressionante e condizente, tambem nos mostra, acima de tudo o final de um mal que comecou e esta preste a ter o seu fim, pois no nosso mundo atual, as coisas cada vez so tende a piorar, nao melhorara em nada, por mais que os homens tentem se safar de um mal, logo outro aparece, nao estou sendo pessimista, mais realista. Assim, a Biblia tem o seu lado historico, mas tambem o seu lado evangelizador e salvitico. Nao ia entrar aqui falando sobre a Biblia, se voce nao a tivesse citado, porem, nao vou entrar na questao da crenca, mas eh o que ela retrata e muitos assim a acreditam, apesar de que, infelizmente, sob interpretacoes muito distantes da verdade.
    Continuando, o que eu quis dizer, eh que ja temos cenas horriveis reais na nossa historia e na vida, assim acho mais invocado ainda, que se procurem ver e brincar com as inventadas, principalmente criancas e adolescentes em formacao, alem de me perguntar, o que de bom isso possa acrescentar na vida e para a mente. No meu ver, acho que so nos fara ficar mais familiarizados de ver a pessoa sentir dor, medo e acima de tudo, psicopatas morbidos que gostam de ver outros implorarem pela vida. Existe realmente prazer em ver tais cenas por divertimento? acho que pode ate certo ponto deixar a pessoa ficar mais incenssivel.
    Nao quis aqui dizer, que todas as pessoas que assistem diariamente e gostam de tais cenas violentas, vao sair ai matando os outros, mas pelo que li em todos os demais casos de matanca desse tipo, geralmente eh dito que eles gostavam de tais coisas, ou mesmo haviam terminado de ver cenas onde houvesse algum tipo de violencia, acho que quem nao aprecia tais coisas, se matam, sao em proporcao menor dos que gostam.
    Tambem, nao disse que a sindrome que ele apresentava foi o pivor de tal ato, mas penso que a falta de ajuda e interesse dos outros, principalmente dos pais, podem ter piorado mais as coisas, alem da facilidade do mesmo, em ter armas bem ascessiveis ao seu alcance. Concordo com voce, no que diz que os pais realmente deixaram perder o seu conceito de disciplina, o qual tambem eh um agravante.
    Quanto a ser filho de mae solteira, nao deixa de ter as suas sequelas para muitos, que nao acham confortavel esta situacao, filhos querendo conhecer os seus pais, ou mesmo quando os conhecem, casos ha de rejeicao do proprio pai, isso nao deixa realmente de ser constrangedor e triste. Sei que nessa vida, nada se pode ter como regra absoluta, mas ainda assim, podemos perceber certas coisas inerentes num determinado problema, fato eh, que o divorcio as vezes eh muito mais complicado do que ser filho de mae solteira, pois muitos filhos acabam presenciando um tipo de guerra mesmo, quando nao, cenas de maus tratos a sua genitora, isso realmente marca muito. Eh dificil haver um divorcio na santa paz, depois o que resta e passar para o lado do conformismo e aceitacao, e muitos, felizmente, conseguem superar e levar a vida em frente, alem de que, esta tao normal isto, se dizer filho de pais separados, mas no comeco, foi muito mais dificil e complicado.
    Bom, realmente nao sou especialista nessas categorias citadas por voce, mas gosto de observar as coisas e procurar entende-las, e voltando ao nosso ponto de partida, digo, que realmente nao vejo nenhum beneficio nesses filmes aterrozantes e jogos violentos, alem do valor que se pode ter em bens para os seus produtores, e sei mesmo que a vida nao eh brincadeira nao!
    Um abraco e Feliz Natal!

  5. Tudo indica que a morte de Adam Lanza está implicada na solução imediatista da saída policial para ´´punir´´ o doente mental. A fala de Liz Long merece CORO DE CAMPANHAS PARA UM NOVO OLHAR AFIM DE NOVAS MEDIDAS POLÍTICO-SOCIAIS PARA OS DEFICIENTES ´´MENTAIS´´ QUE NÃO DEVEM SER VISTOS COMO INCAPAZES INTELECTUALMENTE.

  6. A coragem de Liza Long é um APELO, uma voz soando forte entre uma multidão subjugada pelo PRECONCEITO que envolve a doença mental. Uma sociedade como a norte-americana cuja auto-estima é super elevada, procura ignorar a deficiência mental como questão moral ou de comportamento judicidial. O sr. Obama, assim como os presidentes de uma Russia, de uma China devem com urgencia rever a questão da saúde pública e privada mental. Não confundir – como costumam fazer – Intelecto com Psiquismo. Um deficiente mental pode ser Inteligente e Psicologicamente transtornado. Há que estabelecer reais condições de assistência psiquiátrica e psicológica para atender a forte demanda de problemas de transtornos piscóticos na sociedade tecnológica da era atual. Não adianta desenvolver uma política de desarmamento quando a política de apoio à SAÚDE MENTAL PÚBLICA E PRIVADA vem sendo desconsiderada.

  7. É fácil criticar a Literatura ou qualquer outra coisa que “tire as pessoas da realidade”. Passei a infância/adolescência lendo contos de horror, tais como Poe ou Lovecraft, e como militar tive acesso a armas, mas nunca saí matando ninguém. O problema não é o “ilusório”, meu caro, diria que é justamente o contrário, é a realidade que esses videogames aos quais você se referiu, acaba emulando (o que é o GTA senão a emulação da violência urbana ou o Counter Strike do medo do “terror”?), e AINDA assim os jogos em si não são a causa disso tudo. É na realidade em que encontramos os pais permissivos, incapazes de dizer um “Não”, é na realidade em que perdemos os conceitos de “disciplina”, de crianças erotizadas, não pelos livros que leem, sou professor e tenho contato com a maioria dos livros voltados a crianças e adolescentes e os autores têm tremendo cuidado com o conteúdo que se passa a eles, mas sem subestimar a sua inteligência. Também a Síndrome de Asperger não foi a causa para o garoto lá dos EUA matar – ninguém sabe, as “investigações mais apuradas em tão pouco tempo foram efetuadas por elementos da mídia, a mesma que botou a foto do irmão do atirador sem saber quem era – é a mesma coisa que dizer que alguém que está com AIDS ou em tratamento quimioterápico e revoltado com a vida, decidir pegar uma arma e matar. Pode ser um fator complicador, mas com certeza não foi a causa. Procure a Sociedade de Pais e Amigos dos portadores de Asperger, eles podem te informar melhor do que os achismos da Imprensa. Como educador e como alguém que trabalha continuamente com cultura, gostaria de saber em que colégio, educandário ou universidade, se formulam filmes e jogos com chacinas. Educação é uma coisa, indústria do entretenimento é outra totalmente diferente. E quando se trata de intolerância e paranoias, determinadas doutrinas que, esperavam-se que fizessem o papel de esclarecimento, acabam sendo os maiores veículos da obscuridade, do medo e da ignorância, quando estigmatiza o outro (como se estigmatiza, por exemplo um portador da Síndrome de Asperger por conta de alguém que, SUPOSTAMENTE, devido a sintomas dela, tenha cometido um crime de sangue). Ilusório, por ilusório, um livro repleto de histórias de incestos, chacinas, intolerância, como a Bíblia também deveria ser banida, porque, “corrompe” ou “tira da realidade”? Divórcio também não é causa para a maioria das pessoas se revoltarem com a realidade: sou filho de mãe solteira, e nem por isso odeio o mundo ao ponto de apertar o botão do apocalipse se me fosse franqueado o acesso dos códigos de mísseis. Compreender a coisa, sem estabelecer pré-julgamentos, preconceitos e principalmente sem sermos especialistas em psiquiatria, psicologia clínica ou social, é muito complicado, como é complicado viver, para todo mundo, sem exceção. Os que consideram a vida fácil, seja por livros de auto-ajuda, seja pelo poder da religião e do dinheiro, com certeza são os mais doentes. Compreender a vida, tentando compreender o Outro, é meio caminho para ver que nada é fácil.

  8. Verô disse:

    Existe uma resposta a esse texto, feita por um psiquiatra. Excelente!
    “I AM ADAM LANZA’S PSYCHIATRIST”: A RESPONSE FROM THE MENTAL HEALTH TRENCHES TO “I AM ADAM LANZA’S MOTHER”.
    http://www.xojane.com/issues/a-response-to-i-am-adam-lanzas-mother-from-a-doctor-in-the-trenches-i-am-adam-lanzas-psychiatrist

  9. Investigacoes mais apuradas revelaram que o atirador em Newton, ja sofria de uma sindrome de Asperge, e vivia numa casa grande e linda, mas que gostava de se isolar no sotao, rodeado de posters de armas, tanques e de brincar com videojogos violentos, os quais o ensinaram a lidar e conhecer melhor sobre armas, alem de ser fascinado pelo tema segunda guerra e de sua mae tambem colecionar armas, pois era ficcinada em tiro ao alvo, juntando-se assim, os meios com os fins. O outro aqui, ama Harry potter, onde coloca a crianca num mundo ilusorio, cheio de magia e misterio(por que nao dizer terror)regado a bruxarias.
    O que realmente estamos fazendo com as criancas? deixando a merce de videogames violentos, onde eles se sentem vitoriosas, quando matam a outros cruelmente e podem ver seus sangues a jorrarem, gostam de ver a dor nos outros e torturas, alem dos filmes e livros com cenas de terror, pavor e onde um so, pode matar a muitos, coisas diabolicas mesmo, alem das cenas de sexo, muitas vezes ja pervertidos.
    Assim, jovens e criancas que ja tem os seus problemas de aceitacao ou disturbios mentais, muitas vezes ainda tem que presenciarem guerras entre os seus pais, divorcios e todo tipo de irresponsabilidades com elas. Bem, isso eh um prato cheio para que se fiquem a merce das suas indagacoes mal resolvidas e que podem acarretar em odio e viganca, enfim, muitas coisas numa cabecinha que ja precisa de apoio e assistencia, mas que sao deixados ao leu, para se entregarem aos seus desvaneios e paixoes por cenas e coisas violentas.
    A sociedade como um todo tem muita culpa, pois nao procuram tratar as causas, mas sim os efeitos, os quais ja estao em situacoes problematicas demais e alem do mais, deixam que "os educadores culturais" continuem formulando filmes e jogos com muitas chacinas. Pergunto-me se esses que fazem esses tipos de jogos e filmes, conseguem colocar a cabeca no travesseiro e dormir em paz, acho que sim, o dinheiro fala muito mais alto do que qualquer consequencia que possam vir a afetar ou mesmo piorar uma situacao ja tao necessitada de ajuda humana e de compreensao.
    Mesmo que muitos venham me dizer que assistem e brincam com a violencia e que jamais irao sair por ai atirando e matando alguem, alem de aplicarem tudo o que aconteceu a sindrome do rapaz e falta de ajuda, nao se pode descartar que estes jogos e cenas violentas nao acrescentam nada de bom e util as nossas vidas, pelo contrario. Infelizmente ja temos que presenciar isto tudo na nossa realidade cotidiana, com guerras reais, assassinatos e crueldades as mais diversas, por que se tem que acrescentar mais isto por vontade propria e se alimentar desses males? Enquanto poderiam ver coisas construtivas e que dignificassem o homem.

  10. Hellyo Zanny disse:

    O ATENTADO, CULPA DO ESTADO.
    (Hellyo Zanny, 10/11/2012).
    Autoridade covarde, insensata que me envergonha e me deixa revoltado;.
    O prejuízo que estou tendo é por abuso e por negligência do Estado;.
    Pra mim não importa, a modalidade the morte, depois que a ti alguém já tiver matado;.
    Mas importa que o novo ocupante do seu cargo seja mais humano com o administrado.
    Tu recebes alta remuneração pra defender erros de empregador abusado;.
    Pra vossa Senhoria, não importa o injusto ato, que seu patrão tenha praticado;.
    São essas atitudes, que estimulam o terrorismo, faz o homem inflamado;.
    Disposto a reagir e mostrar ao mundo inteiro, que seus direitos foram violados.
    Depois the explosão, estilhaços, corpos no chão, sangue pra todo lado;.
    Vira um corre-corre, perguntas sem respostas, repórteres interessados;.
    Sirenes de ambulância, de viatura policial, helicóptero e tal, homens armados;.
    Tudo isso por um desapreço, um erro absurdo, um abuso estatal, direitos negados.
    Fazem a varredura, com destreza e agilidade, a procura de culpados,
    Dentro de poucos minutos, o que passa a se vê, é uma grande reunião de fardados;.
    Fixam faixa de segurança, paredão de escudos, querem provar serviço prestado;.
    Os peritos, entre mortos e vivos, estudam vestígios, atônitos, calados.
    Eu sinto muito pela morte de inocentes, mas foi impossível esse mau ter evitado;.
    Isso foi só um aviso, e eventos como esse podem estar já planejados;.
    Pois soldados de coragem não faltam pra se aliarem contra o poder exagerado;.
    E quem vai responder pela perda desses grandes? Porventura não é o Estado?
    Governos enriquecem juntamente com suas famílias e amigos empresários, mas esquecem dos demais administrados, não pagam bem os funcionários. Só se preocupam em ajuntar dinheiro até não ter mais onde colocar, mas aos que tem pouco até o que tem procuram tirar.
    Prometem que vão investir na Educação, e depois tudo se procede como antes e nenhuma mudança se faz. O que significa investir na Educação? É só construir prédios? Ou não seria muito mais proveitoso pagar bem aos professores para trabalharem mais contentes, ensinando as crianças com mais amor ainda que fosse embaixo de folhas de coqueiros?
    E será que todas as crianças estão recebendo avaliação e acompanhamento psicológico em todas as Escolas do mundo? Ou não é esse um dos pontos principais para evitar grandes tragédias sem explicação no futuro como de vez em quando tem ocorrido em diversos pontos do mundo?
    O Estado deveria contratar mais policiais e pagar melhor a eles também, pois são eles muito mal pagos também. E deveria escalar pelo menos 1 (um) policial, para guarnecer, em horários de expedientes, escolas de pequeno porte, e mais de um, para as escolas de porte maior. assim inibiria possívéis planos de ataque.
    Muitas escolas tem apenas um guarda, e este, sob ordens the direção, fica atuando como porteiro, controlando entrada e saída de alunos, enquanto isso, a clientela escolar ficam todos desprotegidos, pois os muros não impedem a entrada de quem quer que seja.
    A proteção que o Estado oferece é frágil e sua segurança só se faz forte a interesse próprio, infelizmente.
    The ATTACK, BLAME THE STATE.
    (Hellyo Zanny, 10.11.2012).
    Authority cowardly, senseless that embarrasses me and makes me angry;.
    The damage I'm having is for abuse and neglect by the state;.
    For me, no matter the mode of death, after you've already killed someone;.
    But must the new occupant of his office be administered with more human.
    You receive high remuneration to defend errors employer abused;.
    To your Lordship, no matter the unjust act, that his boss has practiced;.
    It is these attitudes that encourage terrorism, makes man inflamed;.
    Willing to react and show the whole world that their rights were violated.
    After the explosion, shrapnel, corpses on the floor, blood everywhere;.
    Turn a stampede, unanswered questions, reporters interested;.
    Sirens ambulance, police car, helicopter and such, armed men;.
    All this for a contempt, an absurd mistake, a state abuse, rights denied.
    They scan with dexterity and agility, demand for culprits.
    Within a few minutes, what happens to see if it is a large gathering of uniformed;.
    Fix security strip, wall of shields, want to prove service;.
    Experts, between dead and living, studying traces, stunned, silent.
    I'm sorry for the death of innocents, but it was impossible to have avoided this bad;.
    That was just a warning, and events like this can already be planned;.
    For soldiers of courage abound to ally themselves against the power exaggerated;.
    And who will answer for the loss of these great? Is not the state?
    Governments enrich along with their families and friends business, but forget the other administered, employees do not pay well. Only care about raking in money until you have been put where, but that has little to what has until they seek.
    Promise they will invest in education, and then everything proceeds as before and no change is made. That means investing in education? Just build buildings? That would not be much more profitable to pay good teachers to work happier, teaching children with more love even though it was under leaves of coconut trees?
    And is that all children are receiving psychological evaluation and follow all schools in the world? Or is this not one of the main points to avoid large unexplained tragedies in the future from time to time as has occurred in many parts of the world?
    The state should hire more police officers and pay them better, too, because they are very poorly paid, too. And should climb at least one (1) officer, for garnish, in times of expedients, small schools, and more than one for larger-sized schools. thus inhibit possible plans of attack.
    Many schools have only one guard, and this, under orders of the leadership, it is acting as a gatekeeper, controlling incoming and outgoing students, meanwhile, the school clientele are all unprotected because the walls do not keep out anyone.
    The protection the state offers its security is fragile and only makes a strong self-interest, unfortunately.

  11. Concordo em Número Grau e Gênero com você meu caro…

  12. O garoto parece ter ótimo senso crítico, nunca fui de desafiar meus pais quando criança, mas desafiava qualquer outro (desde professores a polícia), nunca precisei tomar medicamento algum, mas tentaram me enfiar um monte. Tentei várias vezes o suicídio e hoje em dia que consegui formar uma personalidade mais expansiva vejo que na verdade era o vazio das dúvidas, incertezas e totais inseguranças que o mundo de hoje em dia traz até para muitos adultos e que nos transborda de uma solidão que só consegue ser preenchida confrontando, e com muita raiva, a tudo que vier. Você só tem aquilo ali, é o seu instinto mais primitivo, é como irá agir. O que o garoto de 20 anos fez lá foi obra de uma mente que não conseguiu, infelizmente, se encaixar em nossa sociedade, essa sim com déficit de atenção nos pontos mais importantes e anemia profunda em solidariedade. Enquanto o mundo gostar de ser assim egoísta, não tem armas retiradas ou segurança máxima que impedirá novas tragédias. As crianças de lá nunca tiveram nada a ver, e nunca terão, a polícia nunca achará motivos concretos pois elas não eram os alvos, e sim a sociedade no geral. Foi a nós a quem ele quis ferir. Minha opinião.

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