O Brasil urbano que o Censo começa a revelar

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São Paulo, Rio e Recife perdem peso demográfico — mas o conjunto das metrópoles, não. Periferias não acompanham envelhecimento etário das grandes cidades

Por Observátorio das Metrópoles

A cada dez anos o Censo do IBGE revela um retrato do país. Através desse levantamento é possível saber, por exemplo, que temos hoje um país mais urbano, com mais mulheres e que crianças com idade entre 10 e 14 anos chefiam 132 mil lares no Brasil. Os recentes dados divulgados revelam também que as mudanças na população das metrópoles às vezes acompanham as mudanças nacionais, às vezes não, revelando as particularidades destes territórios.

Os primeiros dados do Censo 2010 revelam que as metrópoles não perdem população e o quadro da distribuição da população brasileira é um pouco diferente daquele que às vezes tem sido veiculado através das recentes notícias nos diversos meios de comunicação (Ver: “Censo 2010: as metrópoles ainda crescem” e “As Metrópoles no Censo 2010: novas tendências?“)

Levantamentos baseados na comparação entre os Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010 nos mostram que desde 1991 as 15 metrópoles têm aumentado sua participação no total da população brasileira. Neste ano, as metrópoles representavam 34,9% da população do país. Esse percentual aumentou para 36% em 2000 e 36,2% em 2010. É verdade que algumas metrópoles têm perdido participação na população total do país, como são os casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. No entanto, a maioria delas mantém sua participação ou tem o percentual de participação alargado.

Afinal, quem são os moradores das metrópoles?

Dados recentemente disponibilizados pelo IBGE mostram que ocorreram também alterações importantes na composição da população metropolitana.  A população masculina registrou um aumento de 12,4% na população, enquanto o incremento na população feminina foi de 13,5%. Neste caso, as principais regiões metropolitanas acompanham as mudanças no país.

Os resultados mostram também que as metrópoles acompanham o Brasil na tendência de envelhecimento populacional. No entanto, especialmente nas 15 principais regiões metropolitanas, há um predomínio maior da população em idade ativa. Situação essa que mantém estreita relação com a dinâmica do mercado de trabalho impactando nas condições de inserção ocupacional desta população.

Núcleos metropolitanos envelhecem e acompanham tendência nacional

A exploração dos dados internos às metrópoles nos permite apontar que a dinâmica demográfica de seus núcleos – município(s) centrais – é representativa de uma sociedade em estágio mais avançado do processo de envelhecimento populacional, com uma pirâmide etária que já tende cada vez mais ao estreitamento da base e distinção um pouco mais reduzida entre os grupos de idade. Nestes municípios, em 2010, o grupo etário com maior participação é o de 25 a 29 anos, já expressando o maior envelhecimento de sua população. Muito semelhante à pirâmide geral das 15 RMs (até pelo fato de serem estes núcleos sua maior expressão), a população em idade ativa tem maior relevância na participação da população total. Apesar dessa semelhança, nos núcleos é possível notar que a base da pirâmide está mais estreita do que nos demais recortes espaciais analisados, revelando certamente uma fecundidade ainda mais reduzida. Além disso, a participação dos idosos é maior.

Periferias mais jovens

Nas periferias das regiões metropolitanas as tendências de mudança na estrutura etária se assemelham, entretanto em patamares menos avançados ao compararmos com os núcleos. Na periferia a população é mais jovem, embora tenha ocorrido uma diminuição em relação a 2000. No geral, são lugares com estrutura estaria menos envelhecida onde predominam os grupos etários de 10 a 29 anos de idade.

Clique aqui e acesse o documento completo sobre os resultados do censo para as regiões metropolitanas.

Clique aqui e acesse os mapas com alguns dos resultados do Censo 2010.

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