Como o pós-consumismo floresce na Alemanha

Multiplicam-se, em Berlim e outras cidades, sites e comunidades para doar ou compartilhar — de comida a eletrodomésticos, livros e caronas

No Deutsch Welle

 

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Multiplicam-se, em Berlim e outras cidades, sites e comunidades para doar ou compartilhar — de comida a eletrodomésticos, livros e caronas

No Deutsche Welle

Um dia qualquer no Facebook. Em meio a uma avalanche de selfies, fotos do Instagram com pratos de dar inveja e sequências de bebês bochechudos, um post chama a atenção: “Doação: scanner, impressora, dois computadores, monitor.” O anúncio vem acompanhado de uma imagem dos equipamentos – tudo aparentemente em perfeito estado.

Posts como esse são cada vez mais comuns entre internautas na Alemanha. Eles costumam aparecer em diversos grupos da rede social e refletem algo maior: um notável espírito de comunidade que circula no país, e que permite se obter de graça praticamente todo o básico de sobrevivência – e até um pouco mais.

Uma das comunidades de maior sucesso leva o nome genérico Free Your Stuff (FYS, literalmente: “liberte as suas coisas”), acrescido do nome da cidade onde é feita a oferta. Em Berlim, o grupo já tem mais de 19 mil membros. Lá se encontra de tudo: televisores, geladeiras, camas, sofás, celulares, leitores de e-book e até pianos.

Ou mesmo: “Acredito que ninguém quer uma porta…? Mede uns 93 por 215 cm”, dizia um post publicado na FYS Berlim. No dia seguinte, a porta já fora levada. “Estou tão surpreso quanto vocês”, comentou o ex-proprietário.

Senso de comunidade contra o desperdício

Mas nem sempre as ofertas são tão extravagantes. A brasileira Carolina Nehring, que vive em Bonn, por exemplo, já usou uma dessas comunidades para doar livros, sapatos e bolsas. E foi lá que também conseguiu uma série de coisas interessantes, como um violão, uma escrivaninha e uma bicicleta, sua maior aquisição.

Brasileira Carolina e sua bicicleta adquirida de graça

O alemão Matthieu Classen também já doou uma bicicleta, porque estava de mudança para a Holanda e não tinha como levá-la consigo. “Isso cria um certo senso de comunidade, onde é possível doar as coisas de que não precisamos mais, em vez de alimentar uma cultura do desperdício”, defende o jovem de 21 anos.

Essa atitude coincide com a filosofia simples por trás do FYS. “O grupo é dedicado a todos nós que tendemos a acumular, acumular e a preencher espaços que poderiam ser usados para algo mais interessante do que um depósito ou um coletor de poeira”, diz uma descrição na página da comunidade.

O casal de brasileiros Karin Hueck e Fred Di Giacomo Rocha, idealizadores do projeto Glück Project, também recorreu à plataforma para se desfazer de seus pertences, ao voltarem para o Brasil após um ano de Berlim. “Foi um misto de comodidade e também de querer ajudar”, justifica Karin. Ao total, eles doaram um sofá-cama, duas araras, cabides, almofadas, ferro de passar e cobertores.

A brasileira lembra que uma das formas mais comuns de doar as coisas em Berlim era apenas deixá-las na calçada. “Todo dia, trombava com colchões, sofás, televisões e até uma geladeira em bom estado, que alguém havia deixado na rua para quem quisesse levar. Deixei a minha horta [portátil] na rua no dia em que fomos embora, e em cinco minutos alguém já havia levado para casa.”

Fenômeno em expansão

O fenômeno não é uma exclusividade alemã: já existem grupos de Free Your Stuff em cidades como Nova Iorque e Barcelona. Mas, na Alemanha, observa-se uma verdadeira febre: Berlim, Bonn, Colônia, Hamburgo, Munique, Stuttgart, Leipzig, Nurembergue, Dresden, Frankfurt, Düsseldorf… É rara a cidade alemã que não tenha o seu FYS.

Karin Hueck acredita que o fenômeno tenha ligação com uma cultura, observada sobretudo em Berlim, de valorização de coisas mais baratas e usadas. E compara: “No Brasil, talvez por causa da grande pobreza da população, não existe esse fetiche. Pelo contrário, as pessoas sentem a necessidade de se afastar da aparência mais simples, valoriza-se o novo, o ‘diferenciado’, o caro e as coisas em bom estado de conservação”, avalia.

Karin dá um palpite por que iniciativas como o FYS ainda são escassas no Brasil: “Acho que algo parecido acontece de forma mais espontânea. Sempre doei muita coisa que tinha em casa, mas geralmente oferecia primeiro para a faxineira ou para os porteiros do prédio. Sinto que, por causa da desigualdade social, há sempre muita gente próxima que precisa do que estamos doando. Então não é preciso divulgar na internet ou marcar um horário para entrega.”

Para disseminar a prática, o FYS encoraja internautas do mundo todo a abrirem comunidades do gênero em sua própria cidade, tendo o cuidado, é claro, de se aterem às regras. Segundo as diretrizes, fica proibido oferecer qualquer coisa em troca de dinheiro, e posts nessa linha costumam ser deletados sem aviso prévio. A doação de animais também é vetada, justamente porque não se enquadram em “stuff“.

Escambo e compartilhamento

Numa linha semelhante, surgiram na Alemanha comunidades Change your Stuff (Troque suas coisas). Foi lá que o londrinense Guilherme Santana conseguiu uma barganha. “Eu troquei a cafeteira por um quilo de banana – saiu, literalmente, a preço de banana! Gosto de pensar que é uma cafeteira que funciona a menos no lixo. Pronto, outro ponto positivo: menos lixo também”, reflete.

Guilherme e Camila levaram para casa uma cafeteira e um Photoshop

Sua noiva, a curitibana Camila Collita, também já participou do escambo, levando para casa um programa Photoshop, de edição de imagens, em troca de legumes. Guilherme só chama a atenção para a “logística do movimento”: “Quando alguém anuncia alguma coisa, você precisa ser bem rápido para responder que está interessado e também ter a disponibilidade de buscar o objeto dentro da data pedida. Já perdi alguns itens por não ter tempo ou não ter como ir buscá-los.”

Outro movimento que ganha cada vez mais adeptos no país é o Foodsharing.de, uma plataforma criada no final de 2012 para o compartilhamento de alimentos entre indivíduos. “O grande sucesso do Foodsharing levou cada vez mais pessoas a se engajarem contra o desperdício e a coletarem em mercados e lojas o excedente de alimentos para redistribuição”, explica André Piotrowski, embaixador da plataforma em Bonn.

Ele comenta que a cada ano é desperdiçado cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos ainda em bom estado, sobretudo frutas e legumes, ou seja, “de 30% a 50% da produção total de alimentos”. Só na Alemanha, em 2013 a iniciativa salvou da lata do lixo 400 mil quilos de comida. “De um punhado de ativistas no início do movimento, a plataforma hoje tem cerca de 6 mil foodsavers e mais de 600 empresas doadoras”, conta André.

Livros, caronas e outros

Excedente de pães ofertados por Johanna

Uma dessas “salvadoras” é Johanna Nolte. “Passo nos mercados duas vezes por semana para coletar legumes que não foram vendidos, sempre tudo em bom estado. Uma padaria também me liga para me avisar quando tem excesso de pão”, relata a jovem de 23 anos. “Separo uma parte para mim e depois ofereço a vizinhos e amigos. O restante, eu anuncio pelo Facebook.”

Esse senso de comunidade pode ser observado numa série de outras iniciativas pelo país. Para quem quer alimentar também o espírito, surgiram os Offene Bücherschränke (Estantes de livros abertas), uma ideia posta em prática em 2003, em Bonn, pela então estudante de arquitetura Trixy Royeck. A cidade hoje já conta com nove dessas pequenas bibliotecas livres, onde é possível deixar e pegar livros sem burocracia ou custo algum.

Já na área dos transportes, por exemplo, é possível economizar com caronas ofertadas na internet através de sites como o Mitfahrgelegenheit.de ou Blablacar.de. Quem anda de metrô pode até viajar de graça no Ticketteilen.org, que estimula usuários do transporte público de Berlim a compartilharem seus passes que dão direito a levar mais passageiros, fora dos horários de pico.

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63 comentários para "Como o pós-consumismo floresce na Alemanha"

  1. airton disse:

    Não tenhamos dúvida que o consumismo ainda é forte na Alemanha, mas a consciência vem crescendo. Estive em Berlim em maio e me encantei com a quantidade de antiquários e com o transporte urbano. Em quatro dias andando de metrô não tive que mostrar nenhuma vez meu bilhete. A cultura do povo ao oferecer informações também me impressionou…..

  2. Felippe disse:

    Eu acabei de achar o free your stuff são paulo: https://www.facebook.com/groups/FYS.SaoPaulo/

  3. Felippe disse:

    Existe também o https://www.facebook.com/groups/maeamiga/ Que é especifico para mães, mas é nessa linha.

  4. Igor Monteiro disse:

    Amigo, concordo contigo… Porém, o consumo no Brasil só cresce! É um fenômeno quase quem incompreensível! Já sabemos o porquê os carros são tão caros no Brasil, segundo as próprias montadoras é pq o povo paga! Enfim, valido, muito valido essas iniciativas e um exemplo pro mundo inteiro.

  5. Marcelo disse:

    Quem disse que no Brasil não se doa? Isso acontece toda hora! A novidade é o uso da internet para multiplicar essa boa prática que é inerente ao ser humano, e não privilégio de alguns.

  6. Érico disse:

    pessoal, já faz algum tempo que estamos com um grupo “Liberte Suas Coisas – RJ” aqui no Rio, e está funcionando bem 🙂
    https://www.facebook.com/groups/583010715138709/

  7. damazio mendes ferreira disse:

    vejo muito mais solidariedade do que anti consumismo…eu mesmo não vendo nada de que não precise mais…apenas dou a quem quiser ou precisar…

  8. Luiz Antonio disse:

    Reciclagem é melhor opção do que doação. A doação prejudica as indústrias e depois os empregos. Se todos começarem a fazer trocas e doações, mais e mais gente vai precisar de doações porque não terão empregos, pois a indústria venderá cada vez menos. A reciclagem poupa os recursos naturais e mantém a indústria viva, pois esta continua produzindo com a matéria prima reciclada. Quer ajudar o seu país e os necessitados? Compre um produto novo e faça a doação. Assim você ajudará a indústria a manter os seus empregos, ajudará as políticas sociais, com os impostos, e ajudará os necessitados que irão receber o produto novo. Doações de produtos velhos não geram riquezas, só espalham mais misérias prejudicando as indústrias e seus empregos.
    Parece que a pessoa que escreveu este artigo se esqueceu que a Alemanha no passado saiu de uma crise grave no setor automobilístico justamente por ter incentivado a população a trocar seus veículos velhos por novos. Isto salvou milhares de empregos.

  9. Ademir Silva disse:

    Parabéns pelas bem pontuadas observações Maristela. De críticos o mundo já está superlotado, o que precisamos é de ações como esta. Olhando do lado econômico e os chavões da economia, bem sabemos que quando a oferta é maior do que a procura, os preços baixam. Então, práticas como estas também beneficiarão aqueles que doam, pois, diminuindo as vendas, o mercado, governos, bancos terão que trabalhar para reduzir custos, impostos, taxas de juros. Portanto, estas práticas devem ser fortalecidas. Obviamente não acabam com o consumismo, mas podem ter impactos econômicos e principalmente na preservação do meio ambiente.

  10. Shaiane A. da Silva disse:

    Tive esta ideia há algum tempo atrás e criei um grupo de doações, é incrível como temos pessoas de bom coração disposta a ajudar o próximo. Já somos mais de 43mil membros, quer fazer parte e contribuir? Entre no nosso grupo 😉
    https://www.facebook.com/groups/147465405406969/

  11. Laio Brum disse:

    Não creio que a doação de coisas demonstre uma tendência de deixar o consumismo de lado, muito pelo contrário; se alguém joga alguma coisa que está em bom estado fora é por que comprou outra mais nova que, provavelmente, não precisava.

  12. juju disse:

    Só esqueceram de falar sobre o Freecycle, iniciativa global que já existe ha muito tempo e funciona muito bem,pelo menos em são Paulo.

  13. Thiago Kling disse:

    Cara, eles simplesmente não adentraram na questão da sociedade alemã como um todo, e não é este o propósito da matéria, mas sim de mostrar grupos que estão emergindo. Talvez não pareça muito para você, mas é algo, toda e qualquer revolução se iniciou através da atitude de um pequeno grupo, e visto que a pouco tempo não se tinha nada, já é um bom começo…

  14. A revolução acontece sim, mas de forma silenciosa.

  15. Doei, galera. Nada doeu. Rs.

  16. Pensando sobre como me comporto me deparei com a observação de que sempre temos alguém próximo que podemos doar. E isso realmente acontece. A cada mudança que fiz doeu algum item que precisei desfazer a própria equipe que carregou a mudança. Recentemente montei a estante da sala e desfiz do rack para a menina que organiza minha casa. É isso mesmo: desapegar e contribuir com quem está por perto. De qualquer forma em BH existe uma troca de emails que o pessoal oferece aquilo que deseja doar, não tenho o nome agora.

  17. Keliane disse:

    Aqui em Brasilia já existe o grupo “Pega que é doação”, muitas pessoas oferecem suas doações e outras pedem doações, fora o grupo Casa de Amigas e outros grupos de mães que recolhem doações para pessoas que precisam.

  18. Criei um grupo desse aqui para região de campinas
    Free Your Stuff Brasil
    https://www.facebook.com/groups/674635039311058/

  19. Eu gostei da proposta e criei um grupo, vamos ver o que dá 🙂
    https://www.facebook.com/groups/674635039311058/

  20. Marcia Stemmer disse:

    A Alemanha tem uma população com alto poder aquisitivo e consomem muito. Não pode deixar nada mais nas ruas como cita o artigo. E custa caro para se desfazer das coisas, então funciona bem a doação, porque quem recebe tem que ir buscar o objeto. Mas é bom refletir que só doa quem adquiriu novos… Então não é pós consumo, é mais consumo. Todavia para quem está de passagem é ótimo, da para montar um apto fácil. Difícil é conseguir alugar o apto…

  21. Andrea Paula disse:

    Excelente, independente de serem poucos ou muitos os que participam =! E vamos proliferando e valorizando as iniciativas já existentes, pois somos ricos em objetos, saberes e habilidade que podem ser compartilhados e trocados. Exemplo do nosso Projeto da Universidade Federal do ABC, atuante desde 2012:
    http://clubedetrocasufabc.wordpress.com/

  22. Mariana (Nana) disse:

    Lendo os comentários agora dá pra ver quantas iniciativas de doações e desapegos já temos no Brasil 🙂 que legal isso! Que a ideia seja cultivada sempre assim, no mundo! Gratidão!

  23. Mariana (Nana) disse:

    No BRasil temos grupos de Grátis-feira! A ideia é a mesma! Funciona há anos 😀

  24. Monica disse:

    Eu e a maioria dos brasileiros não joga nada fora… dá para a empregada, para o porteiro, para a igreja… é tanto necessitado por tudo quanto é lado que nem precisa de rede nenhuma.

  25. Marianna disse:

    Diferente do que diz no texto, no Brasil existe sim esse tipo de comportamento, há dois anos participo do grupo http://www.freecycle.com, tem em várias cidades do mundo. Estou no grupo de Curitiba, são dezenas de emails diários com todo tipo de doação eletrodomésticos, material de construção, itens pessoais, revistas, livros, eletrônicos, patins, bicicleta skate, até animal pra adoção. Aqui tem dado super certo! Já anunciei/doei várias coisas e também peguei outras 😉

  26. Sim, e temos vários usuários já, 3474 agora … sou o desenvolvedor do site, junto a um amigo meu que teve a ideia!

  27. Doabox disse:

    Por incrível que pareça, isso já acontece no Brasil, e funciona. Conheça a revolução que está acontecendo no http://www.doabox.com.br. Abraço!

  28. Doabox disse:

    Temos uma rede no Brasil que é muito massa, você doa o que não quer mais, e recebe o que quiser. Só recebe quem doa. Conheça o http://www.doabox.com.br

  29. Tirzá Souza disse:

    Aqui em Curitiba o Freecycle também funciona. Já compartilhei dando e recebendo.

  30. Raphael disse:

    Aqui no brasil temos também o interessa.org

  31. Dani disse:

    O Freecycle Curitiba tem quase 6 mil membros, o Doações – Enjoei, eaí? (Londrina-PR) tem mais de 12 mil, mas tudo bem se falar de países europeus é mais legal…

  32. Dani disse:

    O Freecycle Curitiba tem quase 6 mil membros, o Doações – Enjoei, eai? (Londrina-PR) tem mais de 12 mil e vcs ficam aí falando da Europa…

  33. romeujr disse:

    Realmente isso demonstra uma forte conscientização por parte da população. Acredito que essa maneira de interação social seja uma forma eficaz de unir as pessoas e tornar a vida mais simples. O desapego das coisas materiais é fundamental para desfrutarmos de uma felicidade sadia e sincera. Quando as pessoas tiverem na sua essência a valorização dos seus bens, amá-los e cuidá-los, não como forma de domínio próprio e egoísmo, mas com o pensamento de que, um dia, eles servirão para outras pessoas ou para outros fins, se abrirá um caminho cada vez maior e de fácil acesso para a Caridade e a Doação. Num contexto geral, é isso que contribui para o aumento da qualidade de vida, moldando a comunidade em um senso comum de solidariedade.

  34. Os governos não nós ensina a doar, por isso o post trata de uma atitude de uma parte da população, se fossemos depender dos bons exemplos dos governantes estávamos f…d…o, aqui na Alemanha, na China

  35. Corinne Julie disse:

    Onde você está, Jean?

  36. jean disse:

    Tenho um violâo pra trocar por livros(história)

  37. Talita S. disse:

    Eu também Penelope, já recebi e doei várias coisas aqui em Campinas! 🙂

  38. maristela fr r porto disse:

    Maravilhosa observação. Não devemos levar o mundo como todos sendo iguais. As diferenças existem, graças a Deus, e devemos valorizar atitudes assim cada vez mais. Aqui em nossa casa o que não usamos é doado, ao proximo ou ao distante. Devemos buscar sempre ser mais conscientes e menos normoides . Parabéns as iniciativas.
    Aos críticos : aprendam a ser mais atuantes.

  39. Freecycle Campinas no Facebook tem mais de 2 mil membros ativamente doando coisas uns para os outros.

  40. Enio F. Jauar disse:

    Reformar só atrasa as grandes mudanças. As grandes mudanças só acontecem com muito sofrimento e dor. As pessoas tem que entender , que estes atos são apenas estéticos e não irão mudar a situação,pois o capitalismo irá absorver , deglutir e devolver como farsa.

  41. Aqui no Brasil já existe o doabox.com.br

  42. Silvia Ono disse:

    Existe esse aqui tb: http://www.interessa.org
    Site que meu marido lançou nesta semana após 5 meses de trabalho, sem nenhum fim lucrativo, exatamente com esta proposta.

  43. No Brasil temos a Feira Grátis da Gratidão.
    https://www.facebook.com/FeiraGratisDaGratidao?ref=stream&fref=nf
    Escreva para nós e ajudamos a articular uma em sua região 🙂

  44. reginayuriko disse:

    Que coisa maravilhosa. Tomara que essa moda pegue no mundo inteiro 🙂

  45. Aqui em Dublin tem um grupo chamado “Corrente do Bem” com quase 4 mil pessoas (maioria brasileiros). Tem de tudo e funciona redondo, bem do jeito que diz aí na reportagem.

  46. Renan disse:

    O artigo não é tendencioso, pois não está a falar da Alemanha como um todo e suas políticas econômicas e sociais, e sim de uma TENDÊNCIA de pós-consumismo, uma crítica ao consumo sem consciência. Calma lá galera, vamos interpretar os textos antes de criticar por criticar. Temos que divulgar sim este conceito.

  47. Gostaria de saber como eles tratam essa onda de consumismo de smartphones… será que eles dormem na fila para comprarem o último lançamento e trocar em um ano…

  48. Corinne Julie disse:

    Sim, já há várias iniciativas como essas no Brasil. Já existe a Feira da Gratidão, a Feira de Trocas de Brinquedos, o grupo virtual Freecycle e outros de caronas solidárias. É só procurar, que achamos. Viva o Brasil!!!!!

  49. Penelope disse:

    Eu acho que o Freecycle é bem movimentado em São Paulo. Já recebi e doei várias coisas por lá. Também já fiz uma grande amizade! 😀

  50. guilherme disse:

    essa utopia é uma piada. a deutsche Welle tenta ser crítica, consegue ser no máximo (“meio”) neutra. Leio-os diariamente. Acontece que toda a mídia alemã pula de alegria quando o index de consumo sobe e leva consigo o mercado doméstico. E é por isso que a Alemanha anda tão bem. Ora pois, que no mesmo instante mostram-se notícias da catátrofe ambiental. Lendo essa notícia até parece que aqui a Alemnha o consumo é consciente, onde o mercado têxtil tóxico de mão-de-obra escrava asiática bomba. 0,000001% estão COMEÇANDO a falar de post-wachstum Gesellschaft (sociedade pós-consumo); tema que nem tem na wikipédia em alemão, a maior depois da de língua inglesa. É a mídia mais uma vez vendendo flores de plástico que morrem…

  51. gustlrosenkranz disse:

    Este artigo é, infelizmente, tendencioso, pois passa somente um lado da realidade (de propósito?). A população alemã é extremente consumista. O artigo fala de comunidades de doação e compartilhamento, que realmente existem, mas não diz porque elas existem, não diz que os alemães jogam, em média, 82 quilos de alimentos fora a cada ano (alimentos que ainda poderiam ser consumidos!). E o artigo não diz que a injustiça social na Alemanha tem crescido, com ricos enriquecendo cada vez mais e a pobreza aumentando, que muita gente “reaproveita” as coisas por necessidade e não por idealismo ou reação ao consumismo. Há famílias que dependem de doação de alimentos, que catam garrafas na rua, que depende de caminhos alternativos para sobreviver. A Alemanha (ainda) é um lugar bom de se viver e, de fato, a sua realidade social não pode ser comparada com a do Brasil, que simplesmente é absurda, mas que fique claro: a Alemanha não é nenhum paraíso.

  52. Dalila Zanon disse:

    Maravilhoso! Acho que aqui no Brasil ainda não temos adesão à projetos como esse pq realmente para muuuita gente ainda não está sobrando objetos ou comida. Acho que em países como a Alemanha, onde é mais acessível o consumo de objetos para grande parte da população a iniciativa faz mais sentido. Mesmo assim, acho que o espírito de todos deveria ser esse (países ricos ou pobres) comunidade partilhando os bens!

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