Brasil todo será vacinado contra febre amarela

Crédito: Pedro Ventura/Abr

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Desde ontem, o Brasil inteiro se transformou em área de recomendação da vacina de febre amarela. A mudança, anunciada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, vai implicar uma megacampanha de imunização…

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FEBRE AMARELA

Desde ontem, o Brasil inteiro se transformou em área de recomendação da vacina de febre amarela. A mudança, anunciada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, vai implicar numa megacampanha de imunização. O público-alvo é nada menos do que 77,5 milhões de pessoas residentes nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. O ritmo da ampliação será gradual até abril de 2019. Primeiro, São Paulo, Rio e Bahia vão estender a vacinação para todos os seus municípios. Só essa medida terá um impacto para 40,9 milhões de pessoas. E apenas nesses estados as doses continuarão fracionadas. Na sequência, entram os estados da região Sul, com estimativa de aplicar a dose padrão em 11,3 milhões de habitantes a partir de julho. No ano que vem, será a vez dos estados do Nordeste (com exceção do Maranhão, onde já existe recomendação da vacina). O público-alvo na região é de 25,3 milhões. A medida vai impactar 1.586 cidades que não estavam no mapa de recomendação.

Em relação ao acompanhamento do surto, os últimos números do Ministério da Saúde são de 13 de março, quando os casos confirmados chegaram a 920 – e os óbitos a 300. Neste momento, seguem sob investigação outros 769 casos. O ano passado fechou com um total de 610 confirmações e 196 mortes. Hoje o vírus circula em uma região com 32 milhões de habitantes, enquanto que no surto passado esse escopo foi de 8,9 milhões.

PANORAMA HÍDRICO

Nexo preparou seis gráficos que ajudam a visualizar dados sobre a água no mundo e por continente. Mostram o acesso ao bem natural vindo de fontes não contaminadas, a dependência que alguns países têm de outros, a extração de água em relação a sua capacidade de renovação e a utilização para os usos doméstico, agropecuário e industrial. Um dado conhecido: no Brasil, o maior consumidor de água é o agronegócio. E outro nem tanto: mesmo sendo o país mais rico em água no mundo, 30% do que o Brasil consome tem origem em outros lugares, como rios que nascem fora daqui.

MULHERES PELA ÁGUA

As mulheres do MST deram seu recado contra a privatização na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água – e quando todas as atenções estão voltadas para o Brasil, que sedia dois eventos internacionais para debater caminhos distintos: água como bem comum da humanidade ou como mercadoria, com propriedade privada e preço.

No começo da manhã de ontem, 600 delas ocuparam a fábrica da Nestlé na mineira São Lourenço para denunciar este último, que tem sido defendido no Fórum Mundial da Água, que acontece até sexta em Brasília. À noite, o Movimento denunciou que, em represália à ação, a PM se voltou contra as famílias das mulheres, atirando balas de borracha nas pessoas concentradas em uma praça da cidade.

Em ação com o mesmo objetivo, 300 mulheres dos estados do Maranhão, Pará e Tocantins protestaram na estrada que dá acesso à fábrica da Suzano Papel Celulose na cidade de Imperatriz (MA). A monocultura do eucalipto é uma das que mais consome água no agronegócio, sendo por isso conhecida como ‘deserto verde’. Segundo o MST, há impactos no rio Tocantins, de onde a empresa extrai a água para suas operações que, no ano passado, sofreu uma grande estiagem. O Movimento também chama atenção para o fato de a empresa – que está prestes a se fundir com a Fibria e se transformar na maior do ramo em todo o mundo – receber subsídios fiscais do estado.

Os movimentos sociais, reunidos no Fórum Alternativo da Água, que vai até quinta, criticam a subserviência dos governos em relação aos interesses corporativos e temem que mudanças propostas recentemente pelo Executivo e pelo Legislativo em leis que regulam o saneamento e a água no país piorem a vida dos mais pobres.

DE OLHO NO SANEAMENTO

E logo mais acontece uma coletiva de imprensa no Fórum Mundial da Água para divulgar um relatório que lista as violações cometidas pelo Brasil relacionadas ao direito à água e ao saneamento. O documento será entregue ao relator especial da ONU no tema, o brasileiro Leo Heller. Está sendo convocada pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade, a Artigo 19, o Instituto Ethos e a Conectas. Será às 14h, na chamada ‘Vila Cidadã’ do evento, em Brasília.

MAIS CAROS

Segundo o jornal A Tarde, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autorizou aumento de 2,09% a 2,84% nos remédios. A decisão ainda não foi publicada no Diário Oficial. Os novos preços começam a valer no dia 31 de março.  O índice é um pouco abaixo da inflação de 2017, que fechou em 2,95%.

SUSPENSOS

O Superior Tribunal de Justiça determinou a suspensão do andamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tenham como pleito obrigar os planos de saúde a fornecer medicamentos importados não registrados na Anvisa.

FUMO NO BRASIL

Uma pesquisa internacional tem novos dados sobre o fumo no Brasil. Dentre 13 países estudados, a população brasileira é a mais consciente dos prejuízos à saúde provocados pelo hábito (96% dos entrevistados reconheceram esses danos). O levantamento aponta para redução no número de fumantes: registrou 11% de tabagistas no sexo masculino e 7,2% no feminino; enquanto informações da OMS de 2015 mostravam 19,3% e 11,3%, respectivamente. Também concluiu que fumar não é um hábito isolado, mas algo integrado com aspectos prazerosos da vida – 54% fumam quando tomam café; 49% quando acordam; e 48% logo depois de comer.  Os fumantes brasileiros tendem a casar e travar relações de amizade com outros fumantes. E vão menos ao médico do que o restante da população: 30% não se consultaram nenhuma vez no último ano contra 19% das pessoas em geral.

Realizada pelo Instituto Kantar Public, com apoio da Foundation for a Smoke-Free World, a pesquisa entrevistou 17.421 pessoas, entre fumantes, ex-fumantes e não fumantes, espalhados por outros 12 países além do Brasil: França, Grécia, Índia, Israel, Japão, Líbano, Malawi, Nova Zelândia, Rússia, Sul África, Reino Unido e Estados Unidos.

PALADAR DIFERENTE

De acordo com a Universidade Cornell, dos Estados Unidos, conforme ganhamos peso, ficamos mais insensíveis ao sabor da comida. O caminho inverso pode ser trilhado: o paladar é recuperado quando uma pessoa obesa começa a emagrecer. O estudo que relaciona índice de massa corporal e paladar foi publicado ontem no periódico PLOS Biology mostrando que as papilas gustativas sofrem uma inflamação crônica associada ao acúmulo de gordura.

ALIADOS IMPROVÁVEIS

As superbactérias representam uma ameaça crescente, segundo a OMS. Cientistas estão olhando para os mamíferos mais originais da natureza, os ornitorrincos, para descobrir como o leite produzido pelos bichinhos durante o período de amamentação pode ajudar os humanos. Esses animais, que colocam ovos, produzem leite de uma forma completamente diferente. Ao invés de mamilos (que eles não têm), os ornitorrincos concentram leite na barriga e transpiram a substância para alimentar os filhotes, que o lambem. Segundo a Agência Nacional de Ciência da Austrália, país que estuda as propriedades antibacterianas desse leite desde 2010, a resposta para isso está na evolução. Porque o leite fica exposto à sujeira, as crias corriam mais riscos de serem contaminadas por agentes patogênicos. Daí o desenvolvimento de uma proteína antibacteriana única – que os pesquisadores vão examinar de perto.

PRIMEIRO TRAGÉDIA, DEPOIS ARTE

O episódio de contaminação com o césio-137 em Goiânia na década de 1980, pela via da arte, vai parar na Bienal de São Paulo. É que o artista Siron Franco fez uma série de trabalhos inspirados na tragédia. Intitulada Rua 57, será um dos destaques do evento. Tudo começou pelo descarte de um aparelho utilizado em radioterapia que chamou, em meio à sucata, a atenção de catadores que o abriram e carregaram pela cidade. Foram registradas 130 mil entradas nos pronto-socorros de Goiânia e quatro mortes.

MUNIÇÃO PARA GRUPOS RELIGIOSOS

Segundo o Guardian, uma lei está sendo negociada na Câmara dos Lordes, na Inglaterra, para dar margem de manobra para médicos e enfermeiras que se negam a atender mulheres que escolheram abortar. O jornal fala que a legislação vai expandir o que se entende por objeção de consciência, quando o profissional pode alegar motivos privados para não fazer procedimentos.

DISTOPIA

Uma empresa californiana se dedica a fabricar bonecas sexuais o mais realistas possível. E, aos poucos, desenvolve uma dotada de inteligência artificial. A reportagem do El País visitou o ateliê, conversou com o criador daquilo que pode se tornar o primeiro robô do sexo no mundo e ouviu o que o Vale do Silício espera de um produto como esse.

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