Saúde como um super negócio

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Depois de gastar R$ 10 bilhões em 2012 para comprar a Amil e de ter feito mais 20 aquisições no Brasil desde então, a americana UnitedHealth Group vai investir outros R$ 10 bi em transações no país…

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MUDANDO DE MÃOS

Depois de gastar R$ 10 bilhões em 2012 para comprar a Amil e de ter feito mais 20 aquisições no Brasil desde então, a americana UnitedHealth Group vai investir outros R$ 10 bi em transações no país. Agora, R$ 8 bi vão para a aquisição da rede de hospitais Ímpar, e o restante para criar uma rede de clínicas médicas populares.

E parece que é aí que está a maior novidade. Segundo o Valor, o projeto prevê que as novas clínicas funcionem também como ambulatórios, com consultas médicas, exames com baixo custo (em parceria com a Dasa, empresa de medicina diagnóstica) e procedimentos de maior complexidade (em parceria com hospitais). Tanto a Ímpar como a Dasa são da família Bueno. A Amil também era – e, depois da compra, 10% continuaram nas mãos de Eduardo Bueno, mas agora a americana também pretende liquidar esse restante.

MUITOS NEGÓCIOS

O mesmo jornal anuncia que as fusões em saúde tiveram a maior alta em 20 anos: desde 1997 foram 210 negócios, mas  81 aconteceram só entre 2016 e 2017. Em grande parte, isso se deve à entrada do capital estrangeiro na saúde, e vai continuar: “Existe oportunidade para consolidação em hospitais, laboratórios de diagnósticos e clínicas oncológicas e oftalmológicas”, diz um sócio da consultora KPMG, enquanto outro, da EY, completa: “Apenas um quarto da população brasileira tem seguro saúde, existe espaço para crescer no mercado”.

E, na semana passada, a terceira e quarta maiores operadoras de planos de saúde decidiram abrir capital e vão disputar investidores. A Bain Capital, que controla a NotreDame Intermédica, quer vender 25% e levantar R$ 2,5 bilhões (há quatro anos, pagou R$ 2 bi por toda a operadora), enquanto a família Pinheiro, que administra a Hapvida, quer vender 15% e espera levar R$ 3,5 bi. Ainda no Valor, gestores de investimentos palpitam sobre em qual das duas vale mais a pena apostar.

O MAIS ODIADO ESTÁ NA CADEIA

Ele ficou conhecido como o homem mais odiado dos EUA em 2015, quando, depois de registrar uma patente, sua empresa (a farmacêutica Turing) aumentou o preço do Daraprim de de US$ 13 para inacreditáveis US$ 750, da noite pro dia. Mas isso não é ilegal, e Martin Shkreli, de 34 anos, foi preso por outra coisa – fraude em fundos de investimento e ações. O escândalo do Daraprim (muito usado por pacientes com Aids, idosos e grávidas no tratamento contra a toxoplasmose) levou o economista Jerome Mathis a discutir, no Le Monde, moralidade e regulação no mercado financeiro.

VAI PIORAR

Difícil pensar que as coisas já não funcionem mais ou menos assim, mas a “aprovação de agrotóxicos pode sair das mãos dos cientistas e parar no colo dos políticos”, diz o Intercept. A matéria fala sobre um projeto de lei que acaba com o poder de veto de órgãos como Anvisa e Ibama na aprovação de componentes químicos. Enquanto essa proposta está entre as prioridades do Congresso, uma outra, que pretende reduzir o consumo de agrotóxicos e  incentivar a agroecologia e a produção orgânica, está parada.

Em tempo: a Rede Brasil Atual aponta que o país deixou de arrecadar R$ 1,3 bi por conta das isenções de impostos aos agrotóxicos. E que, além disso, cada dólar usado com esses produtos leva a pelo menos R$ 1,28 gasto em tratamentos de saúde.

REVISÃO EM PORTUGAL

Está aceso o debate sobre as mudanças na Lei de Bases da Saúde, e o Bloco de Esquerda propõe um roteiro em defesa do Sistema Nacional de Saúde. O portal esquerda.net vai publicar uma série de entrevistas com pessoas da área e, neste fim de semana, saiu a primeira. Falaram José Manuel Boavida, médico e Presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal; Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses; o psiquiatra Luíz Gamito; e Aranda da Silva, Presidente da Associação de Desenvolvimento e Investigação em Saúde Pública.

EUTANÁSIA

A Colômbia já tinha legalizado há mais de 20 anos; agora, o governo estabeleceu as normas no caso de menores de idade. São algumas situações específicas para cada faixa etária, mas será sempre quando a doença for terminal e o sofrimento for  “constante, insuportável e não possa ser aliviado”. Para menores de seis anos e crianças com deficiências mentais ou determinados transtornos psiquiátricos, a eutanásia está proibida. Entre 6 e 12, anos, pode ser praticada em “casos excepcionais”. Entre 12 e 14 anos, pode acontecer com o consentimento dos pais e, daí por diante, basta a vontade do adolescente.

Ao mesmo tempo, a Índia legalizou a eutanásia passiva, ou seja, pacientes podem recusar meios de prolongar a vida quando têm uma doença terminal. Qualquer pessoa – adulta e em perfeito juízo – pode fazer um ‘testamento vital’ expressando antecipadamente esse desejo.

E na França o tema também está em pauta. Há dois anos, uma lei estabeleceu o direito à sedação profunda contínua pra doentes terminais; agora, deputados querem legalizar a eutanásia. Mas vários parlamentares também são contra, alegando que legalizar é encorajar a prática. Neste sábado, o presidente da Sociedade Francesa de Acompanhamento e Cuidados Paliativos, escreveu que “desafiar a morte é mais fácil de longe do que de perto”, e que legalizar a eutanásia e o suicídio assistido não são boas soluções.

FEBRE AMARELA

Em São Paulo, o número de casos e mortes aumentou 14% em uma semana – no balanço divulgado sexta-feira, são 326 casos e 116 óbitos. Só 54% da meta de vacinação foi alcançada no estado. Na capital o percentual é maior (66%), mas as cidades mais afetadas pelo vírus são, de longe, Mairiporã (141 casos e 39 mortes) e Atibaia (52 casos e 14 mortes). No Rio Grande do Sul, subiu para 27 o número de casos sob investigação.

E o G1 explica quando e por que a vacina pode falhar.

ANTIVACINAS

El País espanhol  lista os principais nomes que propagam o movimento antivacinação no mundo. Tem desde o ator Jim Carrey até o médico Luc Montagnier, que chegou a ganhar um premio Nobel em medicina em 2008

ESQUIZOFRENIA

Um grupo de pesquisadores da Unicamp descobriu, após oito anos de pesquisa, um jeito de dizer rapidamente qual medicamento para esquizofrenia vai funcionar melhor. Hoje, são necessárias de quatro a seis semanas para essa determinação.

CRACK

Vice diz que o consumo está aumentando muito no Reino Unido, especialmente entre pessoas com menos de 25 anos. Alguns motivos: a droga está mais pura e mais barata (tem até promoções), e novas rotas de fornecimento estão sendo abertas e incluindo áreas costeiras e rurais. Ao mesmo tempo em que aumenta o número de pessoas procurando tratamento, há cortes financeiros nos serviços de saúde.

EM TODA PARTE. MESMO.

Uma pesquisa da USP mostra que animais estão contaminados por metais pesados nas águas de um dos locais mais isolados do planeta – Kerguelem, que reúne 300 ilhas e ilhotas entre a África e a Austrália.

FÓRUNS MUNDIAIS

Começou sexta-feira (e termina hoje) o Fórum Social Mundial da Saúde e Seguridade Social,  em Salvador. E amanhã, na mesma cidade, começa o Fórum Social Mundial, com o slogan “Resistência”. São esperadas 60 mil pessoas para as mais de mil atividades.

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