Fiocruz assina acordo de cooperação com instituto chinês

• Fiocruz firma parceria com instituto chinês • Nova era na relação com país asiático? • Mario Moreira, novo presidente da Fiocruz • Malária, garimpo ilegal e povo Yanomami • Gana será pioneira na aplicação de vacina contra a doença • Vacinação: AstraZeneca e Janssen ficam fora da nova fase •

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou, na última quarta-feira (12/4), em Pequim, um acordo de cooperação científica e tecnológica com a instituição chinesa CAS-TWAS Centro de Excelência para Doenças Infecciosas Emergentes (CEEID, na sigla em inglês). O foco da iniciativa está no trabalho conjunto para a prevenção e controle de pandemias, epidemias e doenças infecciosas – como zika, dengue e tuberculose, por exemplo – além do desenvolvimento de terapias, vacinas e remédios. Entre o escambo de conhecimentos, a China sinalizou seu interesse na produção da vacina contra a febre amarela, tecnologia que a Fiocruz já domina. O acordo também prevê a criação do Centro Sino-Brasileiro de Pesquisa e Prevenção de Doenças Infecciosas (IDRPC), com uma sede em Pequim e a outra no Rio de Janeiro, no Campus Manguinhos. 

Parceria está ligada à passagem de Lula pela China

A negociação está ligada à visita de Lula pela China, que começou na quarta-feira (12/4). Segundo informou o jornal ligado ao Partido Comunista chinês Global Times, a visita do presidente brasileiro “carrega a grande expectativa de que China e Brasil, ambos países em desenvolvimento e economias emergentes, darão início a uma nova era nas relações bilaterais”. Mario Moreira, presidente da Fiocruz, afirmou: “Compartilhamos com a Academia Chinesa de Ciências (CAS) e a Academia Mundial de Ciências (TWAS) a visão dos bens de saúde como bens públicos, tais como vacinas, medicamentos e testes diagnósticos. O desenvolvimento e produção desses bens precisa se descentralizar e servir ao fortalecimento dos sistemas de saúde para diminuir a vulnerabilidade global”.

Recém-empossado presidente da instituição

Mario Moreira foi nomeado presidente da Fiocruz nesta quinta-feira (13/4). Ele ocupa o lugar de Nísia Trindade, agora ministra da Saúde. Mario venceu a eleição interna com 91,64% do total de votos, em cenário de candidatura única mas com a maior participação dos servidores da Fiocruz já registrada – esse índice, segundo o informe da Fundação, demonstra o “fortalecimento da gestão participativa e democrática na instituição”. Moreira é doutor em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Paraná e está na instituição desde 1994. Quando Nísia era presidente, ele ocupava o cargo de diretor-executivo da Fundação. 

Aumento de malária tem relação direta com garimpo ilegal

Um estudo realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) aponta que, após um período de ações bem-sucedidas de controle da malária no começo dos anos 2010, Roraima voltou a registrar o aumento de casos de malária a partir de 2018. A doença passou a afetar com mais força o povo Yanomami, fato que os pesquisadores relacionam com o aumento do garimpo ilegal. Em 2020, Roraima registrou 29 mil casos de malária, comparado a 4,8 mil casos em 2013; 63% foram em áreas indígenas. Só em 2020, o garimpo cresceu 30% na Terra Yanomami. “A OMS divulgou queda dos casos nas Américas, mas nós tivemos aumento de mais de 40% na transmissão local”, afirmou Jacqueline de Aguiar Barros, primeira autora do artigo e técnica do Núcleo de Controle da Malária de Roraima.

Gana aprova vacina contra malária

Gana se tornou o primeiro país do mundo a aprovar uma nova vacina contra a malária, desenvolvida pela Universidade de Oxford.  A decisão representa uma importante etapa no combate à doença, que mata milhares de crianças em países subdesenvolvidos todo ano. A aprovação, contudo, é incomum, visto que ocorre antes da publicação dos dados finais dos testes. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não fez uma determinação pública sobre a eficácia e segurança do imunizante, segundo a Reuters. As vacinas levaram décadas para serem desenvolvidas devido à complicada estrutura e ciclo de vida do parasita da malária; a tentativa de Oxford é a segunda nos últimos anos aprovada para uso.

Por que AstraZeneca e Janssen não são mais indicadas no Brasil

O ministério da Saúde não recomenda mais o uso das vacinas AstraZeneca e Janssen contra a covid-19. Apesar do risco ser considerado muito baixo, existe a possibilidade do imunizante aumentar a probabilidade de trombose em mulheres – 98 casos do tipo foram contabilizados até novembro de 2022, o que equivale a uma incidência de 0,02 a cada 100 mil habitantes. Quem já tomou a vacina há mais de 30 dias está fora de perigo. Apesar da nova diretriz, a aplicação dos imunizantes durante a pandemia foi considerada de extrema importância – uma vez que o risco de morte por covid-19 era muito superior à incidência da reação adversa. Ambas as vacinas utilizam um tipo de adenovírus que não prejudica a saúde humana.

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