O golpe condenado também na Alemanha

Para Herta, ""O Judiciário brasileiro concentra-se na politização e não em métodos jurídicos e no Estado de Direito para eliminar adversários políticos, e proteger os interesses das elites"

Para Herta Däubler-Gmelin, “Judiciário brasileiro concentra-se na politização e não em métodos jurídicos e no Estado de Direito, ao eliminar adversários políticos, e proteger interesses das elites”

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Na Universidade Livre de Berlim, ex-ministra da Justiça, Herta Däubler-Gmelin encontra-se com Dilma e tece duras críticas ao Judiciário brasileiro

Por Mario Schenk, do Amerika21, em Berlim

Com palavras diretas, a jurista e ex-ministra alemã da Justiça da Alemanha definiu como “injustificável” o Impeachment sofrido por Dilma Rousseff e chamou o processo em andamento contra o ex-presidente Lula de “escândalo”.

“Iniciativas contra a corrupção foram introduzidas particularmente no governo de Rousseff”, argumentou Däubler-Gmelin. Entretanto, o país vive agora uma “terrível reviravolta política e social”, acrescentou.

Däubler-Gmelin, que comandou o Ministério alemão da Justiça entre 1998 e 2002, criticou a politização do Poder Judiciário brasileiro pela falta de independência, parcialidade, além da manipulação de testemunhas, fatos e o tratamento dispensado aos acusados como aspectos que deixam dúvidas sobre um “julgamento justo” de Lula.

“O Judiciário brasileiro concentra-se na politização e não em métodos jurídicos e no Estado de Direito para eliminar adversários políticos, e proteger os interesses das elites”, explicou a ex-ministra, para a qual processo contra Lula tem aspectos “grotescos”.

O organizador do evento, Michael Sommer, representante da Fundação Friedrich Ebert, que é ligada ao Partido Social-Democrata (SPD) alemão, e ex-presidente da Confederação dos Sindicatos Alemães (DGB), lembrou os presentes da sala de conferência lotada das esperanças que despertaram os governos do PT nos sindicalistas mundiais.

Segundo o político, o fim do governo do PT foi marcado por conflitos de interesses entre esse e as elites econômicas no país. “A reação foi o retrocesso, sob a forma de um protesto político contra a Sra. Rousseff, e na forma de Impeachment – foi finalmente um golpe político”, disse.

O evento foi organizado pelo Instituto Latino-Americano da Universidade Livre de Berlim e a Fundação Friedrich Ebert, afiliada ao partido SPD, e seguido por mais de 400 pessoas, a maioria brasileiros.

 

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3 comentários para "O golpe condenado também na Alemanha"

  1. Mauro D. disse:

    Perfeito!
    Aquele que combateu a corrupção é quem está sendo perseguido politicamente porque para a classe dominante não interessa esse combate.A corrupção é de interesse desta classe desde 1500.É assim que ela mantém o poder e seus privilégios!
    Quem é ingênuo é que acredita neste combate, que se fosse sério o Aécio estava preso há muito tempo.

  2. Paulo Carvalho de Azevedo Carioca disse:

    Amigo, em que planeta você está??? Quer encontrar defensor de bandidos, procure no Judiciário, no Legislativo e no Executivo brasileiros, sendo que, em todos eles, você encontra às pencas os próprios bandidos!!! Frágil democracia brasileira??? Que democracia, meu filho?? Depois do golpe e dessa demonstração das instituições acima citadas, fragilidade democrática é piada ingênua de telespectador de Globonews!!! Essa “democracia” nunca existiu! É uma farsa para burguês e seu séquito de lacaios ver e aplaudir, e isso é assim desde muito tempo, inclusive nos anos PT!!! Logo, justificar a “corrupção” é o que você está fazendo nesse exato momento!!!

  3. Anselmo Heidrich disse:

    VOCÊ é defensor de bandido? Quer solapar a frágil democracia brasileira justificando a corrupção?

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