Mauro Lopes: tempo de plantar

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“É tempo de resistência, de tecer redes de solidariedade e partilha, de combinar mobilizações de rua com ações pontuais, vigorosas, de estabelecer novas relações.”

Por Mauro Lopes, do blog Caminho Para Casa

Outras Palavras está indagando, a pessoas que pensam e lutam por Outro Brasil, que estratégias permitirão resgatar o país da crise (Leia a questão completa aqui e veja todas as respostas dos entrevistados aqui).

Não me é possível responder à pergunta “a frio”, como um cientista de laboratório, absorto em planilhas e cálculos. O sangue nas cidades e campos, as mortes, a liquidação da justiça, o desmantelamento da Previdência Social, a selvageria as relações de trabalho, ao ponto de tentarem impingir a escravidão aberta no mundo rural, a humilhação dos pobres, a arrogância violenta dos ricos. É este o campo de batalha sobre o qual se deve pensar em virar a página.

Não devemos nos reduzir ao ódio, mas é impossível pensar sem indignação, sem raiva contra a impostura, os massacres a destruição do país –uma ira santa, como a dos profetas de todos os tempos.

Como virar a página se os ricos e sua prepotência estão em plena ofensivas? Controlam a mídia, o Congresso, o Judiciário, o Executivo, as Forças Armadas e o poder de polícia em todos os níveis. Não se intimidam diante da desaprovação popular, falseiam a verdade na informação sobre mobilizações populares, distorcem, mentem, intimidam.

É tempo de resistência, de tecer redes de solidariedade e partilha, de combinar mobilizações de rua com ações pontuais, vigorosas, de estabelecer novas relações. De fato, não consigo ver um desenho estratégico claro. Viver o dia a dia da resistência, anunciar a boa nova de que um mundo diferente é possível. Tempo de plantar.

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