André Takahashi: "precisamos de um movimento enraizado territorialmente"

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“Formular uma estrategia de controle territorial clara, transversal a todas as organizações, como fazem os evangélicos, os especuladores imobiliários e os ruralistas”

Por André Takahashi

Outras Palavras está indagando, a pessoas que pensam e lutam por Outro Brasil, que estratégias permitirão resgatar o país da crise (Leia a questão completa aqui e veja todas as respostas dos entrevistados aqui).

Evidente que precisamos de um movimento enraizado territorialmente para fazer frente ao retrocesso. Porém, o processo de territorializar nossa ação, criar uma agenda de atividades cotidianas e contra-hegemônicas para disputar o tempo das pessoas com nossos oponentes não é um trabalho de curto prazo. Sem base territorial ampla, não teremos força para tocar as lutas sociais ou eleger candidatos na escala necessária. Acho que o maior gargalo da esquerda é esse: formular uma estrategia de controle territorial clara, transversal a todas as organizações, como fazem os evangélicos, os especuladores imobiliários e os ruralistas. Isso é a base do poder e da conquista da hegemonia. De imediato, o que podemos fazer é soltar as amarras para a luta. As grandes centrais estão muito recuadas e desviando a defesa contra as reformas visando calendário eleitoral. As eleições de 2018 são importantes, mas não podem ser um entrave para a unidade da esquerda na luta contra as reformas.

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Um comentario para "André Takahashi: "precisamos de um movimento enraizado territorialmente""

  1. Herli Menezes disse:

    Concordo com Andre Takahashi, tem sido um erro grave da esquerda que pode ser uma das componentes da sua lentidão na mobilização popular. Para se ter uma ideia, somente após 1 ano do golpe, a esquerda conseguiu mobilizar a classe trabalhadora para a realização de uma greve geral histórica. Mas, se por um lado temos a celebrar o seu sucesso, por outro precisamos avançar mais. É por isso que concordo com o Andre Takahashi quando ele fala da necessidade de uma organização com base territorial. Claro que isto deve ser feito sem prejuízo de outras formas de organização, contudo, como alguém já alertou os movimentos sociais têm estado presos a estratégias performáticas, com a promoção de grandes manifestações, isso é bom, mas o saldo organizativo não é muito relevante, na medida que não tem levado a uma organização popular com uma grande poder de mobilização.
    As diferentes organizações podem, além das grandes manifestações, começar a organizar outras de pequeno porte, organizadas como diz o André, em bases territoriais. Com isso podemos ter ofensivas em vários níveis, um deles, por exemplo, visando desmontar os pilares de sustentação do governo golpista. Descentralizados, podemos executar ações de propaganda e agitação contrá as reformas e as estratégias econômicas e políticas dos golpistas. Nesse ponto as formas de ação das igrejas neopentecostais deve ser consideradas.

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