Mulher, Amor e Sexo: a revolução libertária

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Relançada no Brasil obra de Alexandra Kolontai, a feminista que defendeu, nos primórdios do poder soviético, o fim do casamento burguês e o “amor camaradagem”, livre de posse

DEBATE

“A Mulher e a Revolução Russa”, com Tatau Godinho

Relançamento o livro A Nova Mulher e a Moral Sexual de Alexandra Kolontai

Terça-feira, 28/3 às 19h

Editora Expressão Popular — Rua Abolição, 201 — Bela Vista — S. Paulo — Metrô Anhangabaú (mapa)

A Livraria da Editora Expressão Popular convida para o relançamento do livro A Nova Mulher e a Moral Sexual, de Alexandra Kolontai, e o debate “A Mulher e a Revolução Russa”, com Tatau Godinho, socióloga e militante da Marcha Mundial das Mulheres. A participação política das mulheres, tema de grande atualidade no Brasil e no mundo, é retomada na avaliação do centenário das revoluções de 1917. As operárias e camponesas tiveram papel primordial na derrubada da monarquia czarista, em fevereiro, e no início da revolução socialista, em outubro.

Alexandra Kolontai (1872-1953) foi a primeira mulher do mundo, em 1917, a ocupar o posto de ministro de Estado, como Comissária de Saúde do Governo Soviético, após a tomada do poder pelos bolcheviques. A partir de 1926, assumiu importantes missões diplomáticas na Noruega, Suécia, México e Finlândia. Entre seus escritos, destacam-se: A Sociedade e a Maternidade; A Mulher Moderna e a Classe Trabalhadora,  Amor Vermelho, Comunismo e Família, Romance e Revolução, entre outros.

A Nova Mulher e a Moral Sexual reúne dois trabalhos de Alexandra Kolontai: A Nova Mulher e a Moral Sexual e O Amor na Sociedade Comunista. O primeiro, escrito em 1918, constitui uma crítica ao amor e à posição da mulher na sociedade burguesa: a mulher como propriedade, instrumento de prazer e de reprodução, simples reflexo do marido. Observa que, embora só a transformação das bases econômicas da sociedade possa modificar a velha moral sexual, a nova mulher, independente e que ela denomina celibatária, começou a surgir como consequência do próprio desenvolvimento do capitalismo. O segundo, de 1921, trata da reorganização do comportamento do homem e da mulher dentro da nova estrutura social que a Revolução Russa de 1917 estabeleceu. Defende o amor-camaradagem em lugar do exclusivista amor conjugal da ética burguesa, fundado no respeito à liberdade individual, no apoio mútuo e aspirações coletivas.

“Sua posição radicalmente libertária no debate sobre o amor e a sexualidade se mantém com uma atualidade surpreendente. A lucidez na insistência do respeito à individualidade de cada um na construção das relações afetivas; sobre a importância da sexualidade na formação psicológica dos indivíduos; na crítica ao casamento tradicional fundado na visão de propriedade e subordinação da mulher ao homem; na visão aberta sobre a construção de novas formas de relação afetiva e sexual; na esfera da autonomia material e psicológica das mulheres” – afirma a socióloga e militante Tatau Godinho, na apresentação do livro.

“Não é por acaso que seus textos foram, durante muitos anos, inspiração e leitura obrigatória para as feministas socialistas e militantes, mulheres e homens que buscam uma ética libertária nas relações afetivas e pessoais. E que acreditam que transformar radicalmente o mundo só será possível se as mulheres forem, com igualdade, sujeitos legítimos deste processo. Reeditar Alexandra Kolontai é também renovar a esperança nesse projeto.”

 

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