Quando anarquistas e comunistas cooperaram

Fundação da I Internacional (1864)

Fundação da I Internacional (1864), em que conviveram anarquistas e comunistas. Lowy e Besançonet sugerem que esta unidade perdida pode ser retomada, em outras bases, no século 21

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Michel Lowy lança segunda-feira, em SP, “Afinidades Revolucionárias”. Livro resgata os raros episódios de colaboração entre as duas correntes – e sugere que elas são atuais…

Afinidades revolucionárias — Lançamento e Debate

Segunda-feira, 24 de outubro de 2016, às 19h

Na Editora Unesp — Praça da Sé, 108, 7° andar, São Paulo — Metrô Sé

Preço promocional do livro no lançamento: R$ 30

Evento gratuito sem inscrições prévias

Os casos de conflitos, conspirações sórdidas, traições sujas e confrontos armados entre marxistas e anarquistas são abundantes. Eventualmente, resgatam-se alguns sobre colaboração e convergência, caso da Frente Única Antifascista que enfrentou os camisas-verdes de Plínio Salgado na Praça da Sé, em outubro de 1934, como lembra a introdução brasileira de Afinidades revolucionárias: nossas estrelas vermelhas e negras. Por uma solidariedade entre marxistas e libertários. Este lançamento da Editora Unesp tem justamente como objetivo salientar a solidariedade histórica entre militantes anticapitalistas de todas as vertentes.

Para isso, Olivier Besancenot e Michael Löwy colocam-se sob o signo da I Internacional, fundada em 1864, uma associação pluralista que conheceu em seus primeiros anos convergências entre suas correntes mais radicais. Assim, descrevem a trajetória dos movimentos sociais privilegiando uma característica geralmente ignorada: a fraternidade entre seus combatentes, as alianças e solidariedades atuantes entre anarquistas e marxistas. Da Comuna de Paris até nossos dias, quase sempre em meio a enfrentamentos sangrentos, é uma história na qual figuram Louise Michel e Rosa Luxemburgo, Walter Benjamin, André Breton e Daniel Guérin, chegando até ao subcomandante Marcos e aos altermundistas.

Desde uma perspectiva ecossocialista e libertária, Besancenot e Löwy discutem a ‘tomada do poder’, o próprio ecossocialismo, a planificação, o federalismo, a democracia direta, a relação sindicato/partido. Obra sensível, Afinidades revolucionárias defende que o campo revolucionário pode ser portador da mesma esperança de mudança anticapitalista, feminista, antirracista e democrática. Ou, nas palavras dos autores, o livro é escrito na esperança de “que o futuro seja vermelho e negro: o anticapitalismo, o socialismo ou o comunismo do século XXI deverá sorver nessas duas fontes de radicalidade. Queremos semear alguns grãos de marxismo libertário, na esperança de que encontrem um terreno fértil para crescer e produzir folhas e frutos”.

Os debatedores

Michael Löwy é diretor emérito do Centro Nacional de Pesquisa Científica, na França, pesquisador da história do marxismo na América Latina. Pela Editora Unesp, já publicou, junto com Besancenot, Che Guevara: uma chama que continua ardendo (2009).

Isabel Loureiro é graduada em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (1974), mestrado (1984) e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1992). Professora aposentada do Departamento de Filosofia da Unesp (2005). Ex-presidente (2004-2011) e atual colaboradora da Fundação Rosa Luxemburgo.

Fabio Mascaro Querido é doutor em sociologia pela Unicampa, com estágio doutoral realizado na École des Hautes Études en Sciences Sociales (França), e pós-doutorando em Ciência Política pela USP. Autor do livro Michael Löwy: marxismo e crítica da modernidade (São Paulo: Boitempo/Fapesp, 2016).

Francisco Foot Hardman é professor de estudos literários na Unicamp e pesquisador dos movimentos culturais e políticos da classe operária, em especial em suas vertentes libertárias e socialistas. Entre seus livros, publicou, pela Editora Unesp, em 2002, Nem pátria, nem patrão! Memória operária, cultura e literatura no Brasil.

 

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4 comentários para "Quando anarquistas e comunistas cooperaram"

  1. Video online disse:

    Michael Löwy é diretor emérito do Centro Nacional de Pesquisa Científica, na França, pesquisador da história do marxismo na América Latina. Pela Editora Unesp, já publicou, junto com Besancenot, Che Guevara: uma chama que continua ardendo (2009).

  2. Arthur disse:

    Infelizmente a distância não me permite participar de um evento como esse.

  3. Sylvia Sousa disse:

    Como faço para comprar esse livro?

  4. Luiz Fernando Nunes Rodrigues disse:

    Louco para comprar

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