De Olho nos Ruralistas sugere livros por outra agricultura

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Programa de webTV sobre agronegócio e alternativas sorteia duas obras essenciais para conhecer a opção pela Agroecologia e examinar papel dos grandes sertanistas brasileiros

Da Redação

Qual o lugar ocupado pela agroecologia na universidade? Por que ela não tem – nem de longe – o mesmo espaço oferecido ao agronegócio? Como evitar que os confrontos entre estado, ruralistas e indígenas não sejam tão atrozes? Qual o papel dos sertanistas na mediação desses conflito de interesses tão díspares?

Para ajudar a responder essas perguntas, a campanha de financiamento coletivo do De Olho nos Ruralistas está propondo algo. Quem fizer alguma doação para o projeto – de qualquer valor – nos próximos dias até quarta (10/08) poderá receber dois brindes extras, além dos previstos para cada faixa de preço. Pois participará do sorteio de três exemplares de “Memórias Sertanistas – cem anos de indigenismo no Brasil”, do jornalista e pesquisador Felipe Milanez, e dois exemplares de “Agroecologia na Universidade – entre vozes e silenciamentos”, escrito pela pesquisadora Luciana Buainain Jacob. Os cinco exemplares serão autografados pelos autores. 

Luciana é doutora em Ecologia Aplicada pela USP e pós-doutora pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Neste livro, resultado de pesquisas científicas, ela apresenta o lugar ocupado pela agroecologia na universidade e como se cristalizou o currículo de engenharia agronômica, “dentro de uma ideologia específica”.

13962510_507759602755492_8718330604971215171_nEssa ideologia passa pela perpetuação – ou até uma naturalização – do agronegócio, paradigma hegemônico de agricultura na atualidade. “Essa ideologia contribui para a manutenção de um modelo de agricultura insustentável no tempo e responsável por danos ambientais, bem como pelo crescente aumento da injustiça social, no campo e na cidade”, diz Luciana.

Ela defende a construção de um sistema agroalimentar contra-hegemônico, que tenha como horizonte a busca pela soberania alimentar dos povos. Por isso a necessidade de inclusão da agroecologia nas ciências agrárias, especialmente na formação profissional. “O currículo pode ser tanto instrumento de manutenção do paradigma hegemônico quanto espaço de debate e superação”, considera a pesquisadora.

Luciana cedeu os livros por acreditar na necessidade de um observatório sobre o agronegócio no Brasil: “Eu apoio o De Olho pelo papel importante que ele tem de tirar do silenciamento as lutas e saberes daqueles grupos que mais sofrem as violências do paradigma hegemônico do agronegócio”.

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Já o livro de Felipe Milanez narra as experiências dos principais sertanistas brasileiros, oriundos de diferentes regiões do país que vivenciaram um importante período da história nacional, marcado pela expansão econômica para o oeste e pelo processo de criação de meios para proteger os povos indígenas.

Sem os sertanistas os confrontos com a sociedade ocidental que ocorreram no último século teriam sido ainda mais atrozes. Na linha de frente desses conflitos, cabia a eles a difícil tarefa de proteger os índios do próprio Estado para o qual trabalhavam e da mesma sociedade que representavam. O livro conta com depoimentos de Afonso Alves da Cruz, Altair Algayer, Fiorello Parise, Jair Condor, José Carlos Meirelles, José Porfírio, Marcelo dos Santos, Odenir Pinto, Sydney Possuelo, Wellington Figueiredo, além dos representantes indígenas Afukaka Kuikuro e Paulo Supretaprã Xavante e o ensaio da antropóloga Betty Mindlin.

Para concorrer com essa duas jóias raras basta clique aqui e colaborar com a campanha.

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