Por que o "Fora, Temer!" já não basta (2)

160609-ForaTemer

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Afastamento do presidente não reconduziria Dilma ao posto, nem restauraria vontade das urnas. Terremoto provocado pela Lava Jato vai muito além do golpe. É nesse cenário que precisamos atuar

Por Antonio Martins

TEXTO EM CONSTRUÇÃO

O rascunho a seguir é a segunda reflexão para uma análise de mais fôlego sobre o cenário político atual. Contribuições e críticas são muito bem-vindas. Faça-as no espaço para comentários do post. A primeira parte pode ser lida aqui

A passagem do #NãoVaiTerGolpe ao #ForaTemer foi, a partir de 12 de maio, inevitável e quase automática. Acreditávamos que o vice havia sido o pivô da conspiração contra Dilma. Imaginávamos que seu provável desgaste produziria, quase simetricamente, um reerguimento da presidente legítima. Víamos as ações da Operação Lava Jato e da Procuradoria Geral da República (PGR) como parte de um movimento cujo objetivo essencial era derrubar a chefe de governo e reinstalar as elites no poder. À luz dos fatos mais recentes, este cálculo, segundo o qual Sérgio Moro e Rodrigo Janot eram meros coadjuvantes, não se sustenta mais. Além constatar a realidade, é preciso encarar suas consequências políticas.

Há várias semanas, a articulação Janot-Lava Jato vem demonstrando que não está alinhada ao presidente ilegítimo. A derrubada do então ministro do Planejamento, o senador Romero Jucá, serviu como primeiro sinal. Muito mais forte, porém, foi o vazamento, nesta terça-feira (7/6), do pedido, feito pelo Procurador Geral da República, de prisão dos presidentes do Senado e da Câmara, que compõem a mais alta cúpula do PMDB. A ação sinaliza que Temer e seu partido, longe de aliados, são os novos alvos centrais da PGR. Janot tem bases sólidas para tanto? Luís Nassif e Jânio de Freitas têm buscado uma resposta – sem, até agora, chegar a ela.

Mesmo enquanto não a temos, duas conclusões se impõem. Primeira: a esta altura, o possível desgaste ou queda de Temer já não significa a volta de Dilma. É possível, inclusive, que setores à direita trabalhem para inviabilizar o vice-presidente. Surgiu a hipótese de um golpe dentro do golpe, patrocinado pelo PSDB. Segunda conclusão crucial: a Procuradoria Geral da República tornou-se, na situação muito anômala que vivemos, o principal centro de poder do país. Não é ela, obviamente, quem distribui os R$ 3 trilhões do Orçamento da União nem quem muda as leis; mas é de lá que saem as decisões que podem manter ou abalar o sistema político. É para lá que nos voltamos, todos os dias, para saber que novidades realmente importantes haverá.

Em favor de que objetivos trabalha um órgão que se tornou tão poderoso? Até agora, é impossível saber ao certo. As conexões da PGR e da Lava Jato com interesses externos (em especial norte-americanos) já foram mapeadas por Nassif. As suspeitas de que o PSDB permance blindado também têm grande fundamento. Mas estas observações são apenas parte do quebra-cabeças, como o próprio jornalista tem frisado. Janot pode ter se beneficiado de informações oferecidas por órgãos dos EUA sem estar atrelado a eles. O senador Roberto Requião, insuspeito de colaborar com Washington, considera, segundo o jornalista Renato Rovai, que o trabalho investigativo de Sérgio Moro é, em essência, digno (Requião discorda, porém, das prisões espetaculares deflagradas pela Lava Jato). Sobre o PSDB, o próprio O Globo noticiou com relativo destaque, nesta terça-feira, que as delações premiadas do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, atingem, em primeiro lugar, o governo FHC (1 2). A notícia, estranhamente, não repercutiu, nem mesmo nas mídias alternativas – mas o vazamento deve-se, todo indica, a um vazemento da própria PGR.

Mais importante que saber que pretendem a PGR e a Lava Jato é compreender como elas adquiriram tanta força. Aqui, as respostas são mais fáceis; a) O sistema político brasileiro é essencialmente corrupto; todos os partidos com importância eleitoral são obrigados a fazer acordos de promiscuidade com grupos econômicos; estes acertos tornaram-se vultuosíssimos, como demonstram as investigações na Petrobras; b) Graças a métodos de investigação muito sofisticados (talvez obtidos com auxílio externo), a PGR e a Lava Jato têm em mãos um enorme arsenal de dados a respeito desta corrupção; c) A opinião pública tem forte percepção do fenômeno, enxerga o apodrecimento do sistema político e dá enorme respaldo (mesmo que passivo) às investigações. Por isso, tem sido impossível confrontar os procuradores e juízes envolvidos.

Se tudo isso é verdade, onde vamos parar? Como agir? Salta aos olhos, aqui, a insuficiência de gritar #Fora,Temer. É preciso dialogar com um conjunto de fatos que vai muito além do afastamento de Dilma e da posse de seu interino ilegítimo. Para dar novo sentido a estes fatos, será preciso admitir a corrupção do atual sistema político brasileiro; defender a necessidade de transformá-lo a partir de uma reforma radical; lembrar que isso envolve sacudir as estruturas; rejeitar a solução fácil de mantê-las, promovendo apenas a condenação de seus bodes expiatórios – ainda mais quando são escolhidos da maneira claramente partidária.

Nas próximas semanas e meses, ou bem seremos capazes de encarar este desafio muito mais profundo; ou nos arriscamos a uma impotência que aprofundará os retrocessos da Era Temer e que já ameaça conduzir a um Estado Policial.

(continua)

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12 comentários para "Por que o "Fora, Temer!" já não basta (2)"

  1. Arthur disse:

    Uma coisa parece-me muito clara: o que ocorreu no país recentemente foi uma verdadeira conspiração envolvendo setores do grande capital financeiro, da mídia, da política e do judiciário. Parece claro também, que o setor mais ligado ao capital internacional e ao departamento de estado dos EUA é o da tucanalha comandada por FHC e Serra. Dentro dessa perspectiva, as linhas mestras em relação ao futuro tenebroso que espera o Brasil, são gestadas desde Washington e fazem parte do plano de retomar o controle sobre aquilo que eles consideram como seu quintal, ou seja: a América Latina.

  2. eduardo disse:

    Nao sei como dar enfase a isso, mas creio que a Lava Jato foi uma ferramenta importante para derrubar Dilma, destruir parte da indústria nacional e tornar parte do judiciário com algo que “moralizaria” o país. A exposição da conversa gravada onde se aponta que queriam paralisar a Lava Jato está escondendo isso. Foi um erro essa operação ter surgido, foi um desastre te-la alimentado e continua sendo suicidio politico usa-la como referência. Dilma nao vai retornar se a Lava Jato continuar. As declaraçoes da Dilma no passado sobre “doa a quem doer” doeu, na democracia, no mandato que dela , nosso presente e nosso futuro.

  3. Creo que uno de los puntos centrales de cualquier programa para Brasil que defienda un desarrollo del país centrado en la igualdad social debe tener como prioritarios la lucha contra los tres pilares que sustentam la desigualdad brasileña. Coincido con Pomar que quizá el más oneroso sea la fraudulenta deuda pública. Lo que coloca a la auditoria de la deuda como preoritario
    Pero existen otros dos pilares fundamentales de la desigualdad brasileña que son la corrupción que saquea los dineros públicos e impide que estos lleguen como mejoras sociales a la población y el racismo que mantiene a más de la mitad de la población como ciudadanos de segunda.
    Ver mis artículos sobre el tema en link:
    10 05 2016 http://desacato.info/o-programa-de-governo-do-bando-de-ladroes/
    11 06 2016
    Brasil: De cómo la corrupción sustenta la desigualdad social
    http://rebelion.org/noticia.php?id=213315
    Me preocupa que se de más importancia al debate estratégico. Quedándonos en la táctica menuda que nos impone el usurpador Temer y su banda de ladrones poco adelantaremos en una necesaria superación del “progresismo” que nos llevó a esta situación.

  4. Saramar Mendes disse:

    O fora Temer já não basta para o povo brasileiro porque todos os poderosos corruptos e corruptores, entre os políticos brasileiros estão livres e continuam dominando o cena política. Quando todos os denunciados cujas culpas já estão mais do que comprovadas, sejam de que partido for, estiverem na prisão, o país respirará aliviado e voltará a trabalhar para superar a crise provocada pela irresponsabilidade da esquerda que, em pouco mais de 10 anos quebrou o Brasil. E quebrou com o populismo descarado e a roubalheira inaudita. Cadeia para os poderoso chefão e sua cria – que arruinaram a Petrobras; cadeia para os companheiros que arruinaram os fundos de pensão e agora obrigam os trabalhadores mais pobres a pagar mais uma vez o que já pagaram a vida inteira. cadeia para os companheiros que vivem no luxo às custas das propinas que recebiam até semanalmente, roubadas do suor dos cidadãos que trabalham como burro de carga, sem conseguir o mínimo para sobreviver.

  5. Martins,
    Gostei muito da parte primeira de seu artigo. Penso que seria muito dificil um retorno de Dilma e que a tal carta que deveria publicar seria um engano maior ainda. [desculpe escrever sem acentos, porque eles fugiram de meu teclado…]
    Em meu blog escrevi um comentario sobre a situacao politica, em que vejo dois setores complementares, um na area da economia e outro na area institucional. Caso queira dar uma olhada, o que muito me honraria, transcrevo aqui o texto publicado no endereço acima de meu bog>
    Há dois interesses em jogo no grupo dos protagonistas do golpe articulado de mudança na condução do executivo: de um lado, o interesse econômico, representado pelos neoliberais de carteirinha, politicamente agrupados no PSDB e no DEM. A estes interessa fundamentalmente a venda, a concessão, a privatização urgente, urgente. Com mudanças de regras, de modo que jamais o país possa retomar as rédeas de áreas de atividade que são fundamentais para a construção de uma sociedade desenvolvida, com o seu relativo bem estar dentro, obviamente, dos limites que impõe o regime: só alegria e folgança para os ricos; aperto e exclusão para os pobres. Eles não chegam a propor o afogamento de mendigos no rio da Guarda, como propunham seus antecessores na UDN.
    Neste primeiro grupo, o representante prototípico é o coveiro mor do país, José Serra. E como José Serra está em evidência, mas num lugar não desejado, porque lhe cabe abrir caminhos para os negócios, mas os acordos serão costurados em outros ministérios e as vendas serão coordenadas diretamente no palácio, por Moreira Franco – e portanto pelo PMDB – perderão os neoliberais de carteirinha as benesses advindas das concessões e venda. Consequência: enquanto José Serra não for para um ministério fundamental na área econômica – Fazenda ou Planejamento – e enquanto não se retirar o protagonismo do PMDB na privataria que vem vindo apressada, haverá vazamentos, haverá dossiês, haverá golpe dentro do golpe. Assim sempre agiu, assim sempre agirá José Serra.
    A sobreposição destes interesses maiores torna a luta contra a corrupção, discurso que levou os trouxas às ruas, um mero engodo para justirficar o afastamento de uma presidente eleita e que não estava rezando segundo a cartilha elaborada pelo neoliberalismo, mantendo políticas sociais, dando o ‘nosso’ dinheiro para os pobres. O discurso era tão enganoso que nos bastidores o que se elaborava era um fim das investigações para que a corrupção, desde sempre instalada na política brasileira, tivesse curso livre, particularmente agora que se poderiam receber as benesses das privatarias.
    Neste primeiro grupo, há um deus. Ele se chama mercado, que encobre na verdade interesses das grandes corporações multinacionais, dos seus agentes e de seus representantes na política. Busca-se o fim das nações, o fim dos estados, o fim da distribuição da riqueza, o fim dos perigos do capitalismo de risco, o fim do desenvolvimento social. A questão essencial para eles é ‘o valor de mercado’, que nada tem a ver com o valor real do patrimônio; os valores virtuais se sobrepõem aos valores reais. E registram lucros, lucros, lucros. Este é o golpe dos executivos, dos CEOs sobre os acionistas que um dia investiram capital e que agora somente jogam na bolsa, estilo Soros e seu assecla Armínio Fraga. As polpudas gratificações dos grandes executivos é a única coisa real neste mundo virtual do mercado. Na verdade, o deus mercado é um santo de pau oco que encobre justamente os interesses mesquinhos dos políticos neoliberais, dos executivos das multinacionais e dos jogadores do mercado financeiro.
    O segundo grande grupo de interesse no golpe brasileiro, menos universalista e mais localista, tem a ver com dois objetivos políticos, o primeiro é extremamente ideológico e se trata de ‘enterrar’ para sempre qualquer veleidade de exercício do poder pela esquerda – eles consideram o PT um partido de esquerda. Há que derrubar o partido e seus líderes. Neste aspecto, é um grupo um tanto ‘demodée’, que faz atrasado em quase duas gerações a sua guerra contra o ‘comunismo’. Não é por acaso que o ‘medo do comunismo’ retornou às ruas. O segundo objetivo, consequência do primeiro, é a rearticulação das instituições públicas, um reordenamento nos modos de existerem e de funcionarem estas instituições. Trata-se de elaborar um aparato jurídico-policial que garanta a cabeça baixa das lideranças dos movimentos sociais, dos sindicatos, da esquerda em geral. Trata-se de manter enterrado o corpo da esquerda ideologiciamente assassinado no golpe.
    Aqui o centro do golpe está na Procuradoria Geral da República e seu representante maior é Rodrigo Janot, neste momento crucial de golpes dentro do golpe. Este setor passou a um segundo plano no processo de impeachment, perdeu protagonismo, perdeu visibilidade. A novela da Lava Jato desapareceu das manchetes, passou a ocupar menos espaços, e delegados, procuradores e juiz não gostaram nada de perder holofotes. Então surge a tábua de salvação: a delação de Sérgio Machado, o ex-senador do PSDB, que embarcou no PMDB para se tornar executivo da Transpetro na cota deste particdo. Autorizado a conversar com seus amigos de gravador em punho – o que mostra a baixeza do indiciado – traz os vazamentos necessários para o retorno ao protagonismo deste setor: Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney cairam na roda das gravações e das delações.
    É óbvio para qualquer um que tenha lido ou ouvido os vazamentos, que eles não justificam o pedido de prisão encaminhado por Janot ao STF. Teori Zavacki sentou em cima do pedido, como já fizera desde dezembro sobre o pedido de afastamento de Eduardo Cunha, e não decidiu. Então vaza o pedido do mesmo lugar de onde tudo vaza (pobre do japonês da PF de Curitiba, que levou a fama, e agora está preso porque corrupto).: a Procuradoria Geral. E o protagonismo e holofotes se dividem, iluminando também este setor do golpe que estava um tanto apagado. Deixa o STF em saia curta: se negar mostrará o que é óbvio, prisão só para petistas. Se autorizar, vai se desmoralizar tanto do ponto de vista jurídico quanto do ponto de vista político, porque a prisão não será autorizada pelo poder legislativo.
    Neste segundo grupo, há um deus e ele se chama Lava Jato. Como o grupo é mais ‘localista’, sem deixar de prestar serviços ao universalismo das grandes corporações. Lembram a teoria da dependência? Escreveu aquele que pediu para que esquecessem o que escreveu: “[…] utilizamos a noção de ‘desenvolvimento dependente associado’ para mostrar que os interesses dos grupos dominantes locais eram conciliáveis com os interesses internacionais e com a economia mundial, com os quais passavam a interligar-se de outro modo”. Desde então já se sabia que os interesses dos grupos locais – econômicos e políticos – copaginavam seus objetivos de lucro. Ora, este segundo grupo é o que representa a reorganização política das elites brasileiras – agora surgidas não mais dos currais eleitorais do passado, mas das camadas urbanas da alta classe média, com seus líderes heroicizados sob os holofotes da mídia. O deus é apenas metonímico: ele mostra como o regime deve funcionar: investigação policial, acusação e julgamento final devem todos ser conduzidos pelas mesmas pessoas, na forma de ‘forças-tarefa” (o uso da expressão força é discursivamente bem significativo em relação, por exemplo, ao sintagma “grupode investigação”). Este é o regime jurídico-policial. Que tem seus adeptos no STF, como Gilmar Mentes, Dias Toffoli e Rosa Weber.
    É no contexto pela briga por protagonismo – e não pela briga por interesses divergentes – que os dois grupos têm pressa na consecução de seus objetivos: vender tudo (e lucrar); rearranjar tudo (e calar e mandar). São interesses conciliáveis para usar o adjetivo do tucano mor. O jogo de cena do pedido de prisão de Jucá, Renan e Sarney é jogo de cena. Não é golpe dentro do golpe, é simplesmente luta por holofotes. O golpe dentro do golpe virá de outra forma, mais cruel, a definição de quem tem o direito de mandar dentro destas novas elites urbanas: a economia ou a política?
    Em certo sentido, retoma-se aqui a complementariedade que vigorou no mundo antigo: a do logos (economia) e a do mythos (política). Ou em termos mais modernos, os interesses mesquinhos dos lucros e os interesses de valores ideológicos a que se achega pela fé, pela crença, pela cegueira.
    Janot faz o jogo. Volta às manchetes. Salva o exemplo mentonímico do regime que a polícia e o judiciário desejam implantadas como a novidade nas relações de poder, afastando clãs (Sarney), afastando currais (Renan), afastando corruptos (Jucá e Eduardo Cunha). Construção de um mundo asséptico, ao modelo de Orwell. O grande irmão será a polícia, o grande protetor da polícia será o judiciário. Enquanto isso se constroi, o primeiro grupo irá vendendo o patrimônio, amealhando dividendos. Não há golpe dentro do golpe. Há apenas movimentos de superfície para que um setor não apague o outro, ou para que os afoitos neoliberais compreendam que só vender não adianta, é preciso garantir definitivamente as vendas.
    E estaremos conversados. Dentro de alguns cem anos, quando o virtual mostrar que é apenas bolha, nada mais do que bolha, recomeçaremos a construir o mundo destruído pela avalanche dos novos bárbaros, estes não mais vindos da periferia do mundo, mas do centro do mundo.
    .

  6. desde que a Comunidade científica nos localiza na 6ta Era se extinção massiva de espécies e Brasil, 7ma economia da Gaia, que somos todos, mergulha na lama do Rio Doce e Parlamentar sinto sinceramente que temos que PLANEJAR participativamente a profunda reforma política para gerar sustentabilidade local e global. De forma absolutamente inclusiva, com valores virtuosos, transparência absoluta e a Justiça reivindicando o rol moderador, restaurador e neutralizador que garanta essas praticas. A tendencia Latino Americana da política é que um novo Empresario Presidente alcance o poder em Brasil…¿ Guilherme Leal…responde ao capitalismo neoliberal pragmático e filo imperial…Não merecemos!

  7. Julio Giampá Scheibel disse:

    Antonio, boa tarde!
    Eu acredito que não podemos desvincular a análise do contexto geopolítico atual, assim se o Estado brasileiro não conseguir se organizar, ele apenas estará reproduzindo o que ocorreu com a primavera árabe, ou seja é até melhor para os mesmos atores poder explorar os recursos que um Estado organizado eventualmente lhes negaria.
    Por outro lado podem perder um mercado que poderia fortalecer o bloco ocidental, mas avaliam que é melhor o caos do que um governo internacionalmente reconhecido como cleptocrata.
    Assim acredito que a PGR foi alimentada, a partir do fracasso de se montar a farsa de um impeachment constitucional, com a opção de terra arrasada.

  8. Humberto Cavalcanti disse:

    Pode ser paranóia minha (lembrança da tirinha de jornais na época da ditadura Ubaldo O Paranóico), mas sobre a proposta de plebiscito se e quando Dilma voltar é tão óbvia de mais do que sensata, é a única saída pra não desgastar ainda mais uma presidente eleita por um dos partidos avermelhados, respingando no resto e na própria idéia de esquerdas . Digo que há infiltração nos vários níveis ou, entao, há excesso de burrice nos vários níveis de direções. Aqui em Recife, o PT marchará pra mais uma derrota se não apoiar o filho de Sílvio Pessoa, seria até melhor não lançar candidato nenhum, a meu ver. Não há quem me convença que é mais um erro enorme rejeitar a proposta de Dilma e setores por um plebiscito, mesmo que seja inviável a execução, mas demonstrará sensatez da presidente/presidenta.

  9. Luiz Gurgel disse:

    Atual líder dos banqueiros illuminati!
    Parece que o buraco é mais embaixo: janot moro pig pf cia obama soros e o chefe cabal, vão fazer faxina geral, prender de todos partidos, judiciário executivo, etc, para convocar eleições, onde seus “heróis puros novos e santos” moro e/ou marina poderiam ganhar (apoio amplissimo do pig e cia). Aí se completaria o verdadeiro golpe! O atual golpe é parte do golpe maior. Foi o que entendi!?!?
    Repasso:
    http://www.brasil247.com/pt/blog/terezacruvinel/236514/Lava-Jato-cerca-o-PMDB.htm
    fica claro que o único movimento que falta no “xadrez” lava -jato é ….
    CASSAR TODO MUNDO, fazer um vendaval para dizer “agora assim a população está satisfeita” – ACABARAM-SE OS CORRUPTOS!!! (Viva o Brasil no mundo inteiro) = veja a cena:
    o Janot como uma Ratazana Gorda e Felpuda se dirige ao STF:
    — temos uma lista geral de indiciados que vão desde o sarney até o lula, desde a dilma até o renan, o aéciozinho, e todos os ministros do temer!!
    aí a ratazana felpuda solicita aos STF novas eleições presidenciais! hahaha: começa o vendaval!!!
    e não é só o “perigo” da marina se-achegar… agora já o moro, menino-de-maringá, ele é candidato! Ui!!!
    e a porradaria que vai ser com o ciro gomes — ai!!
    Mais:
    http://governo-washington.blogspot.com.br/?m=0
    NOTÍCIAS QUE NÃO SAEM NA “REDE GLOBO DE CORRUPÇÃO” E NA EDITORA SUCURSAL DOS JORNALISTAS SICILIANOS “MONDADORI CIVITA CASTELLANA DI PALERMO”.
    CartaCapital: O valerioduto abasteceu Gilmar Mendes – Viomundo – O que você não vê na mídia
    A REDE GLOBO E A EDITORA ABRIL FORAM IMPLANTADAS PELO GRUPO TIME NO BRASIL EM 18/06/1963 PARA DERRUBAR JANGO COM CAPITAL DOS BANCOS CREDORES DO BRASIL QUE TAMBÉM SÃO OS DONOS DO GRUPO TIME, O MESMO QUE ELOGIOU SUHARTO, PINOCHET, HITLER, MUSOLINI E MORO. ELOGIOS DA TIME REFEREM-S A “INFLUÊNCIA DE POLÍTICOS”, SEJA PARA O BEM OU PARA O MAL. O LIVRO “A HISTÓRIA SECRETA DA REDE GLOBO” (1978, EDITORA ORTIZ, PORTO ALEGRE, DANIEL HERZ) MOSTRA COM RIQUEZA DE DETALHES DOCUMENTOS SECRETOS DO “CONTRATO GLOBO TIME&LIFE” QUE REMETEU 61 MILHÕES DE DÓLARES NA SUÍÇA PARA CONTAS SECRETAS DE ROBERTO PISANI MARINHO PARA AJUDAR A CIA A DERRUBAR JANGO EM 1964 POR CAUSA DA LEI 41.31/63:
    (“Lei do Controle das Remessas de lucros ao exterior”, que iria por um fim nas manobras e golpes financeiros da multinacionais para esquemas de sumiço de lucros, esquemas de diluição, remessas ilegais de superfaturamento das importações e subfaturamento das importações e iniciar no Brasil a Remuneração Justa do Capital)
    OS GANGSTERS CORRUPTOS INTOCÁVEIS DA “REDE DE PROTEÇÃO JUDICIÁRIA DE FHC E GILMAR MENDES, GURGEL E GERALDO BRINDEIRO” ARQUIVARAM 600 PROCESSOS CRIMINAIS CONTRA TUCANOS EM MINAS E NO PARANÁ.
    Advogado diz que morte de modelo tem ligação com mensalão tucano – Viomundo – O que você não vê na mídia
    TJMG ACELERA 14 PROCESSOS CONTRA TUCANOS COM A MORTE SUSPEITA DO POLICIAL LUCAS ARCANJO QUE INVESTIGOU CRIMES TUCANOS EM MINAS E O ASSASSINATO DA LARANJA DO “MENSALÃO TUCANO” MORTA EM BH NO APAGAR DAS LUZES DO GOVERNO FHC. CRISTIANE TRANSPORTOU CENTENAS DE MALAS DE DINHEIRO (2 BILHÕES DE REAIS) SAQUEADO DE FURNAS E CEMIG ENTRE 1998 E 2002, NO GOVERNO AZEREDO DE BH PARA BRASÍLIA PARA REMUNERAR POLÍTICOS OBEDIENTES AO GOVERNO TUCANO EM REFORMAS IMPOPULARES DE FHC E NA REFORMA DA REELEIÇÃO.
    Policial Civil Lucas Gomes Arcanjo Denuncia Aécio Neves.
    JUÍZES E PROCURADORES MINEIROS (TJMG) AVISAM:TUCANO AZEREDO JÁ FOI CONDENADO A 20 ANOS DE PRISÃO, O TUCANO PRESIDENTE DO PSDB EM MG SR NÁRCIO RODRIGUES JÁ ESTÁ PRESO, AECIO NEVES, CLÉSIO DE ANDRADE E ANASTASIA SÃO RÉUS POR CRIMES DE CORRUPÇÃO E PECULATO EM MINAS GERAIS, SERÃO CONDENADOS E PRESOS “. AÉCIO ESTÁ COM MEDO DE NOVAS DELAÇÕES DE DIMAS TOLEDO (FURNAS) DJALMA (CEMIG) E SÉRGIO MACHADO.
    POLICIAL LUCAS GOMES ARCANJO INVESTIGOU CRIMES TUCANOS EM MINAS SOFREU QUATRO ATENTADOS FOI MORTO EM BH NO DIA 26/03/2016 PARA QUEIMA DE ARQUIVOS DE PROCESSOS INVESTIGATÓRIOS DO “MENSALÃO TUCANO”
    JUIZ GILMAR MENDES, JAGUNÇO DE FHC, RECEBEU HUM MILHÃO DE REAIS EM 1998 PELO VALERIODUTO DO MENSALÃO TUCANO: REVISTA CARTA CAPITAL.
    TJMG, MPE-MG E PMMG PRENDEM O EX-PRESIDENTE DO PSDB-MG POR CORRUPÇÃO E DESVIO DE VERBAS
    Repassando:
    A partir de conversas que tive com amigos de Brasília (UnB, Itamaraty, Imprensa)
    Não ha mais dúvida de que o Janot, é o homem oculto atrás do golpe. Ele pauta a lava jato e pauta o STF. Articulou com Moro, rede Globo e outros, incluso parte do STF, os vazamentos seletivos que desestabilizaram o governo Dilma e fizeram o desmonte do PT. Agora armou o vazamento do Jucá e de outros que virão, pra obrigar a uma faxina no governo Temmer. Sem duvida visando a demonstração explícita do seu poder de controle. O objetivo é preparar a transição deste governo para a chamada “República Togada”, uma ditadura policial com arcabouço juridico. Esse o verdadeiro golpe que ainda poderá vir. Já a caminho.
    Estão obsecados por este projeto para 2018. Moro é o nome a ser lançado. A sua idealizacão pelo imaginário popular
    está em construção a passos largos.
    Nem o fato de que a operação mãos limpas na Italia deu em Berlusconi os detém.
    https://br.noticias.yahoo.com/opera%C3%A7%C3%A3o-da-pf-prende-ex-presidente-do-psdb-em-134956966.html
    US TODAY NEWS
    “BRAZILIAN SENATORS AECIO NEVES, GUSTAVO PERRELA AND JOSE PERRELA DRUGS SCANDALS IN BRAZIL: THE COCAINE HELICOPTER”
    THE NEW YORK TIMES: “DEA -DRUGS ENFORCEMENT ADMINISTRATION AND PARAGUAY JUSTICE (SENATOR ARNOLDS) ACUSES BRAZILIAN SENATORS AECIO NEVES AND JOSE PERRELA IN DRUGS SCANDALS: THE COCAINE HELICOPTER”
    TMZ NEWS NEW YORK :”DEA INVESTIGATES AECIO NEVES DRUGS SCANDALS I BRAZIL THE COCAINE HELICOPTER”
    445kg of Cocaine “pasta base” found in Brazilian Senator’s helicopter
    Last week, an operation carried out by the Brazilian Federal Police seized a helicopter loaded with over 440kg of “pasta base” of cocaine. The load is worth about £3m, which after being processed into cocaine powder could be worth 10 times fold this amount.
    Despite it being the second biggest seizure of drugs this year, the mainstream media didn’t show much interest in the story. This lack of interest is particularly worrying when the helicopter in question is owned by a company, property of a member of the House of Deputies, Gustavo Perrella, the son of Zeze Perrella, a Senator with connections with Aecio Neves, whom is trying to put his name forward for the next presidential elections.
    The helicopter was found, ready to take off, at a farm that also belongs to the politician’s family. The pilot was an employee of the house of deputies in the State of Minas Gerais, as a personal assistant to Gustavo Perrella. Despite the helicopter being the property of a private company, both Gustavo and Zeze used their petrol allowances to fill the tanks of it. This year alone, the amount they spent in petrol, combined, its over £7.000.
    First, Gustavo Perrella said that the pilot didn’t have his authorization and used the helicopter without his consent. Afterwards, he went back to say that he did know the pilot was going to use the machine, but he believed it was just for a private hire (which is also illegal, the helicopter in question is not licensed for private hires).
    Zeze Perrella, a former president of the “Cruzeiro Footbal Club”, went from poor to millionaire since he started his political career in the late 90s. He owns luxury cars and a mansion on the richest neighbourhood of Belo Horizonte but declared his estate to be worth less than £200.000 (which wouldn’t be enough to pay for his house alone).
    Despite all the indications of involvement, both Gustavo and Zeze claim to know nothing about the drugs and so far the Federal Police is not treating them as suspects. Nor is the mainstream media, who were happy to accept the version that the super expensive operation was under the responsibility of the pilot and the other three people caught on the spot of the seizure.
    Independent journalists and alternative media have been calling for more investigations and more coverage about the incident on the main newspapers and tv channels, but the story already seems to be dying out, despite all the contradictions between the parts in8volved.

  10. Peter Lenny disse:

    Caro Antonio
    o amigo leigo no assuntos da mídia oferece uma nova narrativa e metáfora acessível:
    “O estupro coletivo do Brasil”
    1) o governo interino, embora sem nenhuma legitimidade para isso, faz o que quer com o país, apenas porque tem o poder e a oportunidade;
    2) o país está inconsciente, dopado pela mídia convencional e conivente, mas escancarado e ridicularizado para o espanto e constrangimento da opinião internacional;
    3) os apologistas culpam o povo, por ter tido ‘muita moleza’ e ‘vida boa’ nos governos do PT;
    4) enquanto o povo se resigna; ‘É tudo igual. Fazem o que querem. O que posso fazer? Não tem a quem recorrer. Política é isso mesmo, uma merda’.
    Quero proteção a testemunha!

  11. Marco Antonio Faganello disse:

    Olá Antônio. Ontem na UNICAMP aconteceu um debate sobre as raízes da crise com cientistas políticos. A pergunta que originava o debate buscava saber se a crise tinha uma origem conjuntural ou estrutural ao sistema político. Pois bem, em linhas gerais os debatedores concordaram que a crise política não está ligada ao funcionamento das instituições do presidencialismo brasileiro, mas sim a um problema de fundo que diz respeito ao modo como esse sistema é financiado. Esse diagnóstico abre duas frentes: primeiro a necessidade de reformas estruturais e profundas seriam um perigo, se jogaria fora um sistema que, do ponto de vista da produção de decisão política, funcionou bem por 16 anos. As alternativas, como o parlamentarismo e adoção do voto distrital, trariam benefícios incertos e imprevisíveis. Dado que o diagnóstico está no financiamento do sistema político, os debatedores concordaram que é ali que deve ser reformado o sistema. Seja com a introdução de mecanismos de transparência no que tange a contratação de serviços das estatais, seja com a adoção de um sistema eleitoral com distritos menores (mas mantendo o sistema proporcional) e a adoção da lista fechada. No mais um diagnóstico que preocupou: dado que a lava-jato estrangulou o sistema de financiamento das campanhas (via corrupção) e dada proibição do financiamento empresarial, pode-se abrir espaço para que o dinheiro que vem do crime organizado e milícias ganhe predominância no jogo político. E aí, amigo, salve-se quem puder. Abraços.

  12. Milton Pomar disse:

    Antônio Martins,
    Sugiro-lhe considerar, em sua análise, três aspectos que considero centrais em toda a mixórdia que estamos vivendo: a) pelo menos 60% da montanha de dinheiro repassada pelas empresas para as campanhas eleitorais destina-se à compra de votos, que é a base de funcionamento do sistema político e eleitoral brasileiro, particularmente nas eleições municipais, o que significa que “cortar as cabeças” dos maiores partidos e estancar os enormes fluxos financeiros que os alimentam não será suficiente para “limpar” o sistema; b) o pagamento de juros e do principal da Dívida Pública, a maior apropriação “legal” do dinheiro público continua firme e forte, impávido colosso – se não estancarmos essa hemorragia, não haverá CPMF que resolva a falta de recursos para investimentos e custeio do governo federal; e c) os lucros pornográficos do sistema financeiro no Brasil acontecem através de crime continuado contra a Economia Popular (lei de 1951), e continuam em ritmo de crescimento, haja ou não crise (ou graças a ela). Sem corte radical dos lucros predatórios de bancos, cartões de crédito e financeiras, não há democracia real.

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